domingo, 31 de janeiro de 2016

Hoje foi um dia engraçado. Como você já sabe, pensei em você. E pensar em você me fez dizer de forma confusa que eu ainda amo você. O que se dispensa maiores explicações, afinal você também já sabe de tudo isso e de tudo sobre esse sentimento. Se duvidar, você já poderia falar por mim sem nem se quer errar uma palavra. Acho que os anos e a insistência em falar sobre tal amor, causa isso. Mas, acredite, não vim falar só de você. Mesmo sendo pra você. Mesmo terminando sempre igual. Vim também dizer que hoje me deu uma vontade imensa de procurar aquele meu ex que andava sem camisa na rua e ganhou de você na cama. Me deu saudade dele! Não a mesma saudade exorbitante que eu sinto de você o tempo inteiro. Não se preocupe. Dele é mais uma saudade sacana. Saudade de sair sem hora pra voltar, sem saber o que vai acontecer e terminar horas depois deitada naquela cama de solteiro com ele. A saudade que eu tenho dele é semelhante a saudade que eu tenho dos meus melhores amigos, diferenciando, óbvio, a parte da cama. E agora dou risada porque imagino você falando como sempre "me poupe dos detalhes sórdidos" com aquela cara de sem vergonha pela qual eu sempre fui doida. Fazer o que, ele te venceu na cama, não no amor, mas na cama e como você pode imaginar, agora quem dá risada sabendo que você tomou isso como desafio, sou eu. Hoje também pensei em algumas outras pessoas, nada muito importante. Só me perguntei como estariam aqueles que já passaram por mim. Mas, esqueci o assunto enquanto assistia o Cristiano Ronaldo marcando o terceiro gol na mesma partida. O futebol, assim como o próprio Cristiano Ronaldo já são ótimos motivos pra que eu esqueça sobre o que estava falando. Afinal, onde eu estava? Te contei que agora sei fazer suspiro em casa? Não lembro se você gosta ou não. De qualquer forma, aprimorei bastante meus dotes culinários desde que nos separamos. Descobri uma outra marca de charuto e notei que gosto mais de um whisky japonês do que de qualquer outro. Isso me lembra que em quarenta e poucos dias vou fazer uma cirurgia que vai me permitir voltar a viajar o mundo. Já pensei em te enviar as passagens pra comemorar minha volta a vida em Bali, mas como você sempre foi mais pés nos chão do que eu, acho que vou acabar indo com um dos meus amigos. Viu como eu ainda consigo falar sobre tudo e não chegar a lugar nenhum? É que tem tanta coisa que eu poderia ficar falando com você por horas, que acabo me perdendo nas que tenho na cabeça agora. Como eu dizia, o dia foi engraçado. Por milhões de motivos, mas principalmente por eu ter percebido que me curei de algumas mágoas que eu achava serem eternas e também porque percebi sem querer que você de um jeito ou outro vai ser sempre a pessoa que me faz querer falar de cozinha, futebol, sexo e Bali. No resumo, o que eu queria te dizer é que, sei lá, sinto tua falta. E como consequência da falta, também percebi que te amo, ainda te amo. Não como eu amava, amo diferente. Mas isso é assunto pra depois, por enquanto me contento com essa alegria, essa paz e com uma música animada da Paloma Faith, que ironicamente, também me fez lembrar de você.
"E eu nunca mais liguei, nem mandei mensagem, nem procurei saber. Não é que eu não me preocupe mais ou que eu tenha deixado de amar, não é isso. É que esquecer ele - ou ao menos tentar esquecer - foi a coisa mais difícil que eu já fiz na minha vida. Não quero ter que fazer isso de novo."

- O primeiro e último amor. 
Depois de ler alguns livros, alguns textos e poucas poesias, sentei no meio da cama. Em silêncio, com os fones de ouvido no máximo. Ouvi uma música chamada "Just Be" da Paloma Faith. Adoro a voz dela e a calma que as músicas sobre amor me trazem quando colocadas dessa forma, nessa melodia sincronizada. Acho que você não gostaria, se bem me lembro você dizia que músicas assim são muito tristes, mesmo que eu soubesse que você não entendia a letra, eu me esforçava para ouvir melodias que lhe agradassem mais. E acabei de me lembrar disso. Suspiro fundo e volto aos pensamentos de antes. A minha volta existem agora muitas coisas que falam sobre amor. Textos, filmes, músicas, livros e séries. Parece que tudo, sem querer, termina falando sobre o mesmo tema. Não que isso me incomode, nesse momento realmente não incomoda, mas me faz pensar. Me faz relembrar muita coisa, sentir muita coisa, mesmo sem entender. É até chato, sabia? Como por exemplo nesse exato segundo, estou sentada na mesma cama, pensando no quanto mais cedo fiquei feliz por estar em paz. Ter escutado a melodia sobre a qual eu falava, me fez observar as fotos que mantenho na parede ocupando a maior parte do quarto. São fotos felizes, com amigos que tornam a minha vida essa maluquice colorida e sempre bem apresentada. Fotos que me fazem sorrir, relembrar os momentos em que elas foram tiradas. Na maior parte delas estou naquela balada que eu adoro no centro da cidade. E em algumas, até já estou meio bêbada. Mas sempre sorrindo. Também tem algumas fotos que me entristecem de saudade, como as que eu estou grudada na minha avó. Você sabe o quanto ela era (e é) importante pra mim. Lembro que no dia da morte dela, você cuidou de mim. E isso me faz olhar pra única foto que mantenho de nós dois. Por muito tempo eu não entendi o que te manter ali significava, mas hoje eu entendo. Assim como todas as outras, a sua foto me deixa feliz. Te olhar fazendo caretas comigo, me faz sorrir. Lembro como era fácil te amar, como por muito tempo era tão simples. E você sabe, o tempo já atropelou nós dois. Acho que talvez, isso até me entristeça um pouco. Nossos caminhos desde que nos separamos colidem de tempo em tempo, mas parece impossível que se mantenham juntos. Eu te disse um milhão de vezes e vou dizer de novo, você sabe que continua sendo o amor da minha vida. Eu continuo tendo seu aniversário tatuado. Continuo lembrando de você, continuo sentindo uma saudade diferente. E continuo algumas vezes revivendo aquele primeiro dia em que te vi um pouco bêbada, mas te amei sem te conhecer. Com você sempre foi assim, surreal, inexplicável, intenso e completo. Sempre foi, amor. Até nos erros, da minha parte pelo menos, houve amor. E isso, não muda. Mas, é também o que me entristece quando lembro que infelizmente os anos passaram. Aconteceram coisas, apareceram amores. Nós dois mudamos muito. Não que as mudanças tenham sido ruins, acho que ambos precisávamos amadurecer um pouco, mas me pergunto se ainda nos conhecemos. Me pergunto se teus gostos ainda são iguais, se você ainda se comporta da mesma forma, se usa o mesmo perfume e come as mesmas comidas. Me pergunto se ainda é tão bom de cama como era, se ainda sorri daquele jeito largo e se ainda tem aquela gargalhada gostosa que me fazia te amar mais e mais e mais. Me pergunto se ainda lembra de mim. E se ainda sabe que pra mim, você é um dos caras mais lindos que eu já conheci. Me pergunto se ainda se esforça pra me entender ou se já nem se quer pensa nisso. E pensar na hipótese de você ter desistido de tentar me entender, me faz lembrar que você ter desistido de mim já foi doído o suficiente uma vez. Entende? É aí que eu paro e penso que talvez, tenha sido melhor assim. Que talvez, ficarmos cada um no seu mundo, seja o melhor pra nós dois. E mesmo que seja, as vezes me dá um aperto no peito que me faz pensar que aceitar perder o amor da minha vida talvez seja uma péssima ideia. Eu olho uma, duas, três vezes a nossa foto e eu sei que já não era feliz com você. Mas, também sei que nunca, nem antes de você, nem depois de você, consegui amar tanto um ser humano. Você me faz querer explodir o mundo todo se isso te fizer sorrir, mas me faz também querer te explodir por ter me causado tanta dor. Hoje eu sei que somos diferentes e ao mesmo tempo que parece ilógico ver minha vida sem você pra sempre, também me parece lógico que aceitar de vez que não deu nessa vida é inevitável. Eu posso não saber muita coisa nesse momento, como você já deve ter percebido, mas vou te contar um segredo, quando tudo aqui fala sobre amor, é você que volta de mansinho e preenche meu peito. E é aí que eu noto que eu posso amadurecer, mas não posso deixar de te amar. Posso ficar em silêncio, namorar outro, quem sabe casar com outro, mas não posso dizer que você não me faz falta. Posso até achar outro corinthiano, mineiro, do sorriso largo e abraço apertado e isso até pode fazer com que eu passe um tempo sem a lembrança diária das coisas que eu amava em você, mas uma hora ou outra, seja o Homer, o bolo de fubá ou um cheiro, te traz de volta. E quando te trouxer, eu vou saber mais uma vez que mesmo não sendo mais, nunca vai deixar de ser. E quer saber mais um segredo? Agora pouco, antes de escrever isso, fui até aquela sua rede social, só pra ter certeza que você continuava bem e o "sentindo-se triste" me apertou o peito. Me fez ter que respirar fundo algumas vezes. Porque mesmo sem saber o motivo, a ideia de algo não estar bem contigo me dói. Porque mesmo de longe, saber que você está triste me deixa triste e me faz querer gritar até você ouvir que a sua tristeza ainda me dói, porque no fundo você nunca vai deixar de ser um pedaço meu perdido de mim. E sabe o que isso significa? Significa que por mais que eu não te diga, fique em silêncio, me perca de você, eu nunca vou deixar de estar com você. Eu nunca vou deixar de cuidar de você e nunca vou conseguir aceitar que algo te impeça de ser feliz. Pode não ser comigo e eu posso ter que me manter longe pra que você continue bem, eu não me importo. Não me importo desde que eu saiba que a distância é melhor que a presença e que te amar em silêncio é o certo. Pra mim e pra você. Eu posso aceitar tudo, só não te aceito infeliz, magoado e sem aquele sorriso que me fez ser assim completamente fiel a promessa de te fazer o homem mais feliz do universo.
"Levou um tempo até eu perceber que as pessoas têm o tempo delas, não importa o quanto eu ou você que está lendo, ou você pra quem tô escrevendo, achemos que não. Elas precisam se curar sozinhas, caso contrário os outros só vão servir pra salgar os rasgos na pele. Elas precisam passar pelo túnel escuro e ter medo, passar pelos tubos e levar um susto. Entender quem se esconde na gente e precisa sair porque boa parte do escuro vem da gente, daquelas horas em que a gente se recusa a acender a luz."

- Daniel Bovolento
No meio do sofrimento sempre dizemos em alto e bom som que nunca mais amaremos alguém novamente. Nos tornamos desacreditados. Perdemos a graça dos que ainda esperam encontrar um abrigo pra alma. Esquecemos o lado bom. E até preferimos assim, pelo menos é isso que falamos aos que perguntam como anda o coração. A única coisa que não dizemos a ninguém é o quanto aquela decepção realmente nos feriu. Não falamos sobre a dor e praticamente tornamos proibidas as conversas que nos levam aonde se quer possamos recordar quem nos feriu. Falar sobre tudo aquilo, não dá, não pode, não queremos. E aí acontece a beleza da vida. O tempo passa. Dia após dia, a luta vai se tornando um pouco mais suportável. As lágrimas passam a ser não tão constantes. Voltamos a sair, ver amigos, rir em plenos pulmões. E o melhor? Nem se quer percebemos o quanto aquela dor que aparentemente tinha tudo para nos matar, passa. É assim, depois de algum tempo, passa. Já podemos falar, ou em alguns casos nem se quer isso. Esquecemos, com a beleza do perdão. Deixamos a angústia da mágoa nos sufocar e em um belo dia a trocamos por um sorriso largo em meio a um dia de sol. Não que tenhamos esquecido para sempre aquele rosto, aquela voz e aquelas promessas. Vez ou outra, ainda se lembra. E até dói um pouco. Dói até a vida mansamente sussurrar que merecemos mais e essa ideia simples, nos faz voltar a sorrir, porque no fundo só lembramos da mágoa insuportável quando suportamos a doce lembrança do quanto nunca mais queremos alguém que nos faça encolher. No meu caso, quando a lembrança de alguém que me feriu demais chega, me permito derramar uma lágrima ou outra porque sei que quando as lágrimas escorrerem, a minha própria vida vai me fazer ver que estou muito melhor sem aquilo que graças a Deus, foi mágoa, foi dor e hoje nada é além de um passado do qual eu não preciso mais lembrar.

Um presente da vida.

Não é segredo que o último ano foi praticamente insuportável pra mim. Foram dias, meses, infindáveis horas de dor, lágrimas e sentimentos que me fizeram pela primeira vez pensar em suicídio. As pessoas erram comigo, eu errei com elas também e nem sempre houve como perdoar. Digo isso, de ambos os lados. Me apaixonei de novo, perdi de novo. Me fechei, preferi o silêncio. Mas, dessas coisas todos sabem. O que ninguém sabe é que tudo isso foi necessário para que eu aprendesse certas coisas. O silêncio e o aprendizado que eu tive ao me ter como única companhia foram um dos maiores presentes que a vida me deu. Ao poder apreciar o poder da ausência de palavras, aprendi que melhor do que gritar, me impor e discutir, as vezes somente esse grito silencioso pode responder o que é exigido. E agora há uma paz diferente aqui. Prefiro mil vezes estar sozinha do que estar com pessoas que não me valem o esforço da companhia. Prefiro mil vezes esse meu silêncio gostoso e uma taça de vinho, do que palavras que não significam nada. Minha fé também foi testada. Confesso, um pouco abalada também. Mas, até nesse ponto hoje eu posso agradecer. Primeiro porque entendi que a fé não tem nada a ver com religião. E segundo porque no fim das contas me sobrou uma fé em Deus, na vida e em mim, milhões de vezes mais forte do que aquela que eu tinha. E entre um problema e outro, pela primeira vez descobri o poder do perdão sincero. Não esse perdão que a gente diz ter da boca pra fora. Mas, o perdão que permite a cura das mágoas, pra sempre. Perdoar é basicamente você se curar de um machucado que você ganhou involuntariamente. Até ano passado eu achava que já tinha me curado de tudo e por sorte descobri o quanto estava errada. Fui negligente comigo mesma ao continuar engolindo e remoendo velhas mágoas. Negligente ao ponto de adoecer fisicamente, sem perceber de fato que tudo vinha de dentro. E pra ser sincera, ainda não terminei essa jornada. O perdão real é muito difícil de ser alcançado. Porém, das mágoas que já me livrei, posso afirmar sem dúvidas que cada uma delas era um elefante que eu carregava nas costas e agora, são nada mais do que algo que passou. Passou, acabou, se findou. Eu perdoei muita coisa, consequentemente deixei isso lá atrás. Também aprendi a pedir perdão e me perdoar. Tão importante quanto perdoar o outro, é saber que você também merece perdão. É ter certeza de que você também precisa se perdoar. Parece clichê, mas isso tudo tem um poder de cura que eu não posso em palavras descrever. Me sinto como se aos poucos minha alma estivesse sendo curada pedacinho por pedacinho e isso no fim dos dias me faz dormir em paz. Hoje, não existe mais um pensamento suicida, uma culpa, uma dor e uma mágoa que seja maior do que a minha fé. Aprendi que ser forte também significa ficar vulnerável. E pela primeira vez na vida, estou tranquila com a ideia de ser vulnerável aos olhos de alguém. Há uma beleza infinita em se deixar doer. Isso tudo, com certeza, me fez amadurecer. Me fez ganhar um fôlego, uma força e uma plenitude que eu nunca achei ser necessária até sentir que as minhas emoções estavam de fato me matando. Durante esse processo, que obviamente ainda não chegou ao fim, suponho que ter aprendido mais sobre o amor também me fez ser hoje alguém mais feliz. Porque aprendi na pele que existem milhões de formas de amor e também porque pude presenciar o que é amar tanto alguém a ponto de ser parte da energia vital do outro. Hoje, o meu maior amor é de fato alguém com quem eu não tenho uma relação apenas, mas tenho verdadeiramente uma parceria de almas. Somos um pedaço do outro e acredite ou não, nem se quer precisamos ser amantes. Hoje, entendo que o amor da minha vida, vai continuar sendo sempre ele, mas nessa vida talvez não sejamos mais um "nós" de novo. Também entendo que prefiro três, quatro amigos pra vida inteira do que cem pra uma noite. E sei que as vezes, confundi carência e apego, com amor. No final das contas, a fase mais escura da minha vida foi o que por fim abriu a melhor delas e foi também o que me fez entender que a maldade dos outros só me afeta quando eu permito. E pra te ser sincera, na minha vida hoje eu não permito que ninguém além de mim mesma me cause algum dano irreversível.

sábado, 23 de janeiro de 2016

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"Tenho a sensação de que minha vida está muito dispersa neste momento. Como se fosse um monte de pedacinhos de papel e alguém ligasse o ventilador. Mas falar com você me faz sentir como se o ventilador tivesse sido desligado por um tempo. Como se as coisas pudessem de fato fazer algum sentido. Você junta todos os meus pedacinhos, e eu sou muito grato por isso."

- Will e Will: um nome, um destino. 

"A insônia, por outro lado, gera uma sensação de agonia, uma tristeza eterna e irremediável, um desespero absoluto. Os loucos sofrem muito de insônia, daí as terríveis depressões em que vivem, o desgosto pela vida e a tendência ao suicídio. É impossível amar a vida quando não se pode dormir."

- Emil Cioran.
Eu preciso ir. Você entende, não entende? É necessário que um de nós quebre o ciclo vicioso antes que possamos colidir um no outro novamente e na minha visão, essa nova colisão poderia ser pior do que a última. Mas, dessa vez preciso ser eu. Dessa vez sou eu que vou virar as costas, fechar a porta e ficar em silêncio. Eu realmente não queria isso. E disso você também sabe, não sabe? Eu juro que vi esse fim de forma diferente. Acho que foi no dia em que assistimos Titanic juntos ou também pode ter sido enquanto dividíamos aquele dog da esquina assistindo The Walking Dead. Não lembro bem. Mas, em algum momento do seu lado, eu pude nos ver envelhecendo juntos. E agora me dói admitir que talvez sejamos sempre o que quase deu certo. E eu preciso parar de pensar nisso. Já conheci tantos caras depois de você e eu sei que você não quer saber sobre os detalhes, mas saiba que não deu certo também com nenhum deles. Pelo ao contrário, deu muito errado em sua grande maioria. E eu também chorei por eles. Claro! Você sabe que as vezes meu ego se dói demais quando não consegue o que achou que queria. Eu chorei sim e no último, foi complicado. Mas, não foi nem de perto igual a você. Não importa quantos homens passaram pelo apartamento em que moro agora, nenhum deles me fez pensar em um futuro. E hoje, com certeza, posso afirmar que depois de você ainda não encontrei em nenhum deles algo para amar tanto. E esse ponto é importante. Eu te amei. Você sabe disso. Te amei mais do que a vida, mais do que a mim, mais do que qualquer outra coisa. Te amei como se não houvessem mais dias a frente, te amei como se a imensidão do mar fosse pequena. Te amei como quem acha a alma gêmea. Um amor tão grande que eu cheguei a achar que podia amar sozinha por nós dois. Nunca estive mais errada na vida. Ou, pensando bem, já tive erros piores. Mas, o que eu quero dizer é que tentar amar por nós dois, acabou comigo naquela época. Não estou te culpando, entenda. A culpa foi um pouco minha e um pouco sua por esse amor não ter conseguido sobreviver enquanto estávamos em guerra. Nós dois o matamos, juntos. E como eu disse, não era para terminar assim. Mas, não consigo mais estar aqui pensando no quanto estar lá com você me fazia feliz. Quando penso em nós dois, penso no quanto foi bonito te amar com a alma, mas também penso no tamanho da dor que tudo aquilo me causou. É uma balança sempre em desequilíbrio. O tanto que eu te amei contra o tanto que eu sofri. Do teu sofrimento, eu não sei. E admito que hoje, também não me faz mais diferença. Talvez teria feito quando eu achei que você tinha superado tudo rápido demais. Mas, hoje em dia, não muda nada. Infelizmente. Portanto, eu preciso realmente fazer com que você vire só o meu passado. Um amor eterno que não sobreviveu. Preciso fazer com que sejamos só aquela boa lembrança que você insistiu em dizer que seríamos. Tanto tempo passou, tanta coisa aconteceu. Eu e você já até amamos outras pessoas. E será que deixamos de nos amar? Não sei. Sei que senti tua falta durante todos esses anos. Sei que senti raiva, senti mágoa, senti dor, senti tudo. Só não deixei de te amar. Ainda. E eu preciso deixar. Preciso crer que o amor ainda existe, preciso deixar que outro me ame, que outro me queira. Preciso aprender a ouvir o sotaque mineiro sem lembrar de você sorrindo que nem criança depois de comer aquele bolo de fubá com café que você amava. Eu preciso ir. Ir pra longe de você, pra longe de tudo que me lembre você, pra longe dessa mínima chance de te ver novamente. Eu preciso acreditar que não era pra ser e assim parar de pensar no quanto eu queria que tivesse sido. Você entende, não entende? Você sabe que eu largaria tudo, que eu me moldaria novamente e que ao mínimo sinal de saber que você ainda me ama eu enfrentaria os doze trabalhos de Hércules se isso significasse que te amar ainda era uma possibilidade. E por você saber sobre o tamanho do amor imenso que eu sinto por você, você também deve saber que eu preciso te esquecer. Não sabe?

Uma ressaca de pensamentos - Parte 2

Ainda consigo sentir quando fecho os olhos aquela alegria que fazia meu peito se transformar em um gigantesco clamor de chamas quando eu te via chegando em casa. Aqui, entre uma taça e outra de vinho branco, me pego suspirando quando penso naquele amor imenso, intenso e indestrutível que eu acreditei ser o nosso. Nós nos amamos demais, ou isso mudou também? Não consigo de fato encontrar o momento em que nos perdemos um do outro. Talvez tenha sido naquele dia em que você chegou em casa e não me deu oi. Ou naquela manhã em que eu me entreguei ao mar de tristezas, incertezas e inseguranças que me destruíam pouco a pouco. Pode ser que tenhamos esquecido o que um dia despertou aquele sentimento lindo que fazia todos a nossa volta terem a certeza absoluta do quanto eu te amava e do quanto você enfrentaria o mundo por mim. Pode ser que as brigas tenham levado embora toda a doçura que nos fazia demorar no banho, rir na cozinha, transar na sala e amar dormir grudados um no outro. Também pode ser que as minhas intermináveis lágrimas tenham te feito esquecer que eu também sabia sorrir. Ou quem sabe tenha sido a tua crescente frieza que culminou naquele gritante e incansável silêncio. Pode ser que tenha sido tudo isso. Mas, quando foi que nos esquecemos das qualidades que tínhamos? Em que momento deixamos de ser aquelas pessoas que amavam ver os espelhos decorados com mensagens de amor? Quando nos esquecemos do quanto era importante o olho no olho, as mãos entrelaçadas e a confiança que tínhamos? Eu olho para trás e vejo um mar denso de mágoas, ofensas e erros. De desespero, de dor. Vejo e não entendo como algo tão lindo se tornou só esse atual desejo de poder seguir em frente e esquecer. Vejo e tento ainda ouvir a tua gargalhada quando me ouvia falar alguma palavra errada, ou aquela cara de desejo que você fazia quando atomentávamos um ao outro em público. Procuro com todas as forças aquele sentimento que transbordava naquele ano novo que passamos tão felizes juntos. Procuro o jeito que você me olhou tantas e tantas vezes, aquele teu jeito de suspirar forte antes de dormir ou aquela mania de me abraçar por trás e me fazer sentir como se eu fosse a mulher mais forte da terra. Eu me desfaço um pouco dos erros e estragos que aconteceram depois que nos perdemos e me concentro somente no que me fez te amar. E me pergunto, mais uma vez, o porque que não conseguimos lembrar enquanto ainda éramos tanto dos motivos reais que fizeram um amar o outro. Me pergunto, me questiono, me culpo e até as vezes me machuco de novo tentando entender tudo isso. Eu realmente não faço a menor ideia de que momento de fato foi determinante para sermos isso hoje em dia. Nem se quer sei responder se foi um ou se foi o acúmulo de tudo. Mas, sei aqui dentro que sem muito esforço consigo me lembrar de como cada segundo do seu lado fazia minha vida valer a pena. Lembro sem se quer franzir a testa daquele sentimento de segurança que seu abraço forte e as batidas fora de ritmo do seu coração me forneciam sempre que eu me deitava no seu peito para dormir. Entende isso? Eu consigo me lembrar dos detalhes bons, das imensidões, das intensidades. Então me diz onde foi que erramos, onde foi que nos perdemos. Onde foi que deixamos de ser aquele casal no breu absoluto da praia. Onde foi que deixamos de querer estar sempre perto. Onde foi que o seu sorriso deixou de ser o meu preferido, ou quando foi que eu esqueci o quanto amava aquela sua mancha em baixo do olho esquerdo. Onde foi que eu deixei de ter a certeza de que você era o suficiente. Onde foi que eu deixei de saber que para você eu era a mulher mais linda do mundo mesmo de pijama. Onde foi que perdemos o tesão de estar, de ser, de querer. Me pergunto aqui pela milésima vez em que esquina dobrei errado, que palavra pronunciei no tom desconcertante do adeus e em que momento você deixou de ser o amor da minha vida e se tornou alguém que eu preciso esquecer para poder crer de novo no amor.
Hoje eu desejei em silêncio o dia todo para ter forças de te esquecer de vez. Admito que covardemente eu passei tempo demais esperando que voltássemos a ser o que um dia eu pude comparar a um daqueles filmes melosos que você sempre odiou. Nas imagens do meu mundo cheio de cores incompreensíveis esse filme acabava diferente. Eu e você protagonizaríamos um belo "felizes para sempre" com direito a lágrimas do público e um milhão de curtidas esperando um dia ter um amor como o nosso. No meu mundo, não acabava assim. Mas, as vezes somos obrigados a enfrentar a triste realidade de sermos somente algo que não foi, que não deu, que se contentou em ser um "quase". E hoje em silêncio, ali sentada naquela agência de viagens que a poucas horas determinou meu próximo passo, eu fiz um desejo ao universo. Desejei te esquecer. Te superar. Te matar aqui dentro. Desejei deixar de sentir. Deixar de querer. Deixar de ser seu quase amor. Desejei que os últimos anos pudessem ser tão somente aquele tom de saudade que dá e logo passa. Aquela saudade que não machuca e que também não fica tempo suficiente para marejar os olhos.
Quem sabe assim, eu possa pelo menos uma vez na vida desde que o "nós" se dissipou no vento, estar de corpo e alma com um novo alguém. Não sei. E o não saber hoje em dia me agrada. Me faz sorrir pensar que o amor da minha vida não foi você. Pensar que o homem dos meus sonhos está por aí brigando com o despertador todos os dias de manhã. Ou rindo em baladas e pensando no quanto lhe falta alguém no colo na hora de dormir. Essa ilusão, me faz feliz. Porque no fundo acreditar que eu ainda vou achar o meu conto de fadas me dá esperança na vida. Me faz querer malhar até perder todos os quilos a mais que esses anos me deram e assim poder ser completa quando ele aparecer. A doce ideia de ter entre esses sete bilhões de pessoas a solta por aí o meu grande amor, me deixa tranquila porque isso quer dizer que eu não perdi você. Quer dizer que a gente só não era pra ser. Porque, sendo sincera, pensar em você acaba comigo, me faz encolher a alma em um cantinho escuro e admitir que não fui capaz de manter comigo quem eu mais amei. E isso é injusto. Tão injusto que me fez implorar ao universo que nós dois tenhamos sido um erro desses bem feios que a gente até evita comentar. Até hoje, me parecia óbvio que o destino nos faria achar o mesmo caminho novamente. Mas agora, tudo o que eu desejo é ter me enganado. Ter suposto errado quando te olhei naquele samba de madrugada e pensei sem mais nem menos que estava ali naquele seu sorriso largo o que eu sempre poderia chamar de casa nessa vida e em todas as outras que estão por vir depois dessa.

E se eu tiver que te deixar pra trás?

Sabe, você foi o meu maior sonho durante muito tempo. Foi o que eu mais tive vontade de conquistar, aquilo que eu mais atrai nos meus pensamentos, foi o que todo mundo via em meus olhos como a coisa mais importante do meu próprio mundo de sonhos e ilusões. A realidade é um pouquinho mais complicada do que a gente presume ser. Sonhar faz bem, alimenta a alma. Mas tem horas que precisamos aterrissar. E eu aterrisso somente agora, as vésperas de uma grande decisão nas nossas vidas; na minha, na tua e nada de todos que nos cercam. É hora de encarar de frente quais são as minhas reais condições de fazer isso dar certo.
Você foi na verdade uma criação minha. Você, como todos a vêem, foi moldada exclusivamente por mim. Sei da minha importância em quem você é. Talvez os outros acreditem que tenham contribuição neste símbolo tão forte, representativo e voraz que é visto, contudo o fato é um só: eu fiz com que você se tornasse tudo que sempre quis. E hoje eu já não tenho o controle que sonhava e deseja ter. A culpa foi minha, exclusivamente minha, por negligenciar fatos impossíveis de serem ignorados. Por simplesmente mentir à mim mesmo e acreditar na farsa de que eu não precisava melhorar ou correr atrás. Por acreditar também que eu só precisava colher frutos das minhas certezas e pensamentos positivos.
É. Acordo então me dando por conta de que passei os últimos anos da minha vida sonhando alto e brilhante, sonhando sem o menor receio. E despertando só agora, às vésperas de encontrar com a única e fria verdade: eu não tenho controle. Provei pro mundo inteiro e fiz questão de todos terem a certeza de que eu dependo de você. Por gosto e por amor incondicional fiz os outros verem que não existo longe de você. O mundo inteiro que nos cerca sentiu que sou frágil e dependente da sua presença.
Agora sozinho, sentado, olhando o horizonte. Ouvindo o barulho da chuva e das gotas que me ferem, resta me fazer a pergunta e esperar pela resposta: “E se eu tiver que te deixar pra trás?”
A resposta é uma só.
- Paulinho Rahs 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Uma ressaca de pensamentos - Parte 1

Sentei em uma cadeira velha de madeira e acendi mais um cigarro. Deixei a taça de vinho ao lado e apoiei as pernas em um encosto a minha frente. O dia estava estranho, meio frio. Chovia muito lá fora. Eu estava sozinha para pensar nas coisas que me traziam tudo a tona novamente. Não precisei me esquivar dos olhares penosos que vinham me seguindo nos últimos tempos. Para haver um julgamento justo, era entre eu e eu mesma a briga. Me ajustei na cadeira, me encolhendo um pouco e suspirei. Sabia que de certa forma doeria. Então deixei que um pensamento de cada vez chegasse como um soco no estômago. Esperava talvez me livrar do tanto que ficou de você aqui dentro. E inevitavelmente quando traguei a primeira vez, escutei a sua voz dentro da minha cabeça. Você não gostava das carteiras de Marlboro que encontrava em casa e repugnava meu vício tão antigo que se animava ao ver a fumaça densa depois de algumas tragadas. Para ficarmos juntos na época, você me fez prometer parar. E eu parei, Eu tinha parado, pelo menos. Por você até abandonar o cigarro era fácil. Sorri de canto encarando a fumaça que saia da minha boca e pensei no quanto com você meus maiores vícios se tornavam insignificantes. Era tudo tão minúsculo perto do teu sorriso que de fato não foi esforço mudar por você. Pelo menos, era o que eu pensava. Quando você me conheceu eu era o erro em pessoa. Fumava carteiras por dia, vivia nas charutarias segurando aquele velho whisky em uma mão e algo em chamas na outra. Passava as noites rindo alto, me divertindo. Tinha prazer em frequentar na maior parte das noites aquelas baladas barulhentas, cheias de pessoas vazias que eu tanto amava.  E, agora admito, gostava disso. Gostava de ser a mulher de preto, com batom vermelho e cheiro de perfume importado. Não sei, fazia com que eu me visse como alguém mais forte. E era disso que você gostava. Você se apaixonou pela minha extrema facilidade de me meter em confusão. Se encantou pela marra que eu orgulhosamente deixava clara. Você se animava com o doce perigo do jogo, com os imensos avisos de catástrofe que eu trazia estampados na cara. Mas, eu mudei. Larguei os decotes, experimentei roupas coloridas, esqueci o álcool, me tornei ausente dos lugares onde meu nome já se tornava conhecido e aprendi antes de tudo como funcionava o seu mundo. E, esse foi meu maior erro. Deixei meu mundo para me tornar expert no seu. Como consequência, você perdeu a mulher que te fez pensar em casamento religioso. E eu, perdi a mim mesma. Me tornei vulnerável, fraca e inesperadamente dependente de você. Agora, depois de tantos anos, sinto ainda falta da mulher que você conheceu. Ela era luz, perigo e tormenta. Ela era, feliz. Era forte. E eu hoje sou um acidente desses bem feios que te deixam agonizando. Sou um erro, mas não um erro encantador e sim um erro que acumula tristeza. Sou essa pessoa patética que nunca te superou e que nunca entendeu o quanto te amou. Me tornei uma pessoa que não se olha no espelho, que evita multidões e que por insegurança prefere ter os olhos no chão e não no céu. Entenda que não estou te culpando, na verdade eu me culpo. Me culpo por ter amado tanto você ao ponto de esquecer que sem você era possível viver. Me culpo por depois de você não ter conseguido nunca mais ser inteira. Me culpo por ter te deixado me quebrar em um zilhão de pedaços e mesmo assim me culpar por você ter ido embora. Me culpo por continuar achando que você é o amor da minha vida quase quatro anos depois de ter enfrentado o nosso fim. Um fim que por sinal, ainda não possui ponto final.

domingo, 10 de janeiro de 2016

"Mágoa é algo que eu conheço muito bem, não é fácil se recuperar e algumas vezes você não se recupera."

- Arrow
Parecia que tinha sido feito da maneira mais certa possível. Deus fez chover o dia todo, em um domingo em que eu não precisei de desculpas para estar de pijama o dia inteiro. Ele me deu a chuva para que algo lá fora se igualasse ao que eu ando sentindo. Não ando explodindo de felicidade, mas também não sou triste o tempo inteiro. Só em alguns momentos. E esses momentos não são fáceis pra mim. São momentos em que eu queria poder gritar tudo que eu não tenho como explicar pra ninguém. Momentos em que eu só queria a segurança de um colo conhecido pra encostar a cabeça, fechar os olhos e esquecer. Esquecer os erros que eu cometi, esquecer os erros que cometeram comigo, esquecer tudo que um dia já doeu e respirar fundo. Eu queria poder pedir perdão a algumas pessoas em especial e queria poder ouvir um pedido de perdão de alguém que talvez nem tenha a noção correta do quanto me feriu. Hoje, em meio a uma crise de choro ou outra, quis muito discar um número que eu conheço a tantos e tantos anos. Mas, não pude. Quis procurar um outro alguém, mas também não pude. Pensei então em ir bater naquela porta que se fechou pra mim quando eu disse que precisava de tempo. Talvez por essas vontades inesperadas eu tenha terminado o dia brigando com quem se aproximou abrindo mão de explicações ou maiores elaborações. Ele entrou na minha vida tem pouco tempo, foi um bom amigo quando eu precisei rir. Ouviu tudo sobre todos os outros que já haviam passado por mim e me fez tranquilizar o peito quando sorriu dizendo que eu era azarada. Me tranquilizou quando me abraçou forte e me olhou dizendo que ele não precisava saber quem eu tinha sido e como tudo tinha acontecido. Ele só se importava com isso aqui que eu sou hoje. Com o que eu quero hoje, com os planos até o próximo fim de semana. Esse jeito de ir um dia de cada vez, me causou a calma. Me devolveu a paz. Me fez me perdoar pelos meus próprios erros. Mas, também me lembrou do quanto estraçalhada eu fiquei por dentro depois de tudo. Me fez terminar o dia em silêncio, longe e encolhida. E como eu disse, choveu. O dia todo. Choveu forte, com pingos gelados e barulho no céu. Choveu muito. Não só lá fora, aqui dentro também enfrentei uma tempestade. Chorei como não imaginava que eu pudesse chorar. E percebi, sem querer, que enquanto o sol pode voltar lá fora sem maiores preocupações além de secar o chão, aqui dentro a tempestade só começou. Ainda vou levar umas chuvas de verão, umas pancadas fortes e amedrontadoras tormentas para enfim, no fim de um dia qualquer me mostrar sendo um sol forte com direito a um sorriso cheio de dentes e um novo amor de verão para curar os outros amores que ficaram em forma de estilhaço no chão encharcado.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

"Quando Deus disse: que seja feito o fim
Meu sorriso se ascendeu na escuridão do Éden
Os anjos abaixaram a cabeça e o diabo fez o sinal da cruz
Deus então me chamou e disse que as minhas mãos
Eram as mãos de uma parteira e as de um assassino em série
E que, sete palmos de terra são o suficiente para igualar todos os homens
Minha presença é um suspiro da eternidade
Sou eu quem trabalha com o cupido escrevendo o futuro dos netos
Com a caligrafia dos avós, sou eu quem mata o fim da noite para que uma nova manha nasça, sou eu, aquela que ama tanto a vida que ao toca-la, levo-a comigo fazendo de suspiros finais um tapete vermelho e de extremas unções pedidos de casamento. 
Até que a (risos) os separe
Com o passar do tempo entendo que o Sol é uma estrela
Que supernova é a morte de uma estrela
E que para algumas crenças o sol era um Deus

Na minha mão até um Deus pode morrer
Um minuto a mais na verdade é um minuto a menos
se vocês soubessem o quanto a vida é passageira
correriam menos e entenderiam o porque o ‘agora’ se chama ‘presente’.
Agradeça cada amanhecer, sorria mais
Se preocupe menos afinal
O que tem solução se solucionará, o que não tem, solucionado está
Viva cada dia como se fosse o ultimo, eu
Mais do que ninguém, posso te afirmar que um dia vai ser
Seja feliz, como for, com quem for, por favor e por amor
Fica bem, se cuida e até breve!"

- Linda de Morrer.

domingo, 3 de janeiro de 2016


"Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem. Você só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela... Um dia percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer. Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável. Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples. Um dia percebemos que o comum não nos atrai. Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom. Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você. Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." Um dia perceberemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso. Um dia perceberemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais. Enfim, um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida, ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."

- Mario Quintana
"Decidi me poupar mais. Tem sido difícil, e nem sei se há recompensa."

- Caio Fernando de Abreu

Faça silêncio, preciso te esquecer.

É preciso de um quarto escuro, um gole ácido, uma música tão alta que faça embaralhar meus pensamentos. Eu preciso de muito para te tirar da minha mente, para criar a inspiração que tu mesma roubou de mim. Eu gostava do quanto a tristeza me fazia ter boas letras de músicas. Mas eu não consigo arrumar essa bagunça que tu deixou em mim, não consigo colocar na minha boca outra bebida sem me perguntar onde tu anda. Não durmo à noite sem pensar se existiria uma forma de voltar ao que éramos. E eu tento em vão te esquecer.
A minha rotina é melancólica agora, acordar e ir para os mesmos lugares sem olhar aquela praia e pensar na gente, entende como é triste? Nosso futuro se perdeu num desses versos e tu nem sequer tentou encontrar a rima. Ah… Tu tinha feito poesia em mim, e agora já não me encontro mais, não importa o quanto eu procure, toda vez que chego para ti é uma súplica de que me conserte. Me faz ser quem eu era antes ou me deixa aqui, jogado, como mais uma das tuas palavras que não combinaram e se perderam.
Eu fiz tanto por ti e tu nunca saiu do lugar. Teu amor era áspero, quase que dolorido. Tuas palavras eram tão duras que me fizeram pensar em desistir, mas eu tenho mania de ir até me desfazer em pedaços. E eu fui. A saudade ardia, meu peito era todo teu, e eu te pertencia inteiro. E isso dava medo. Dava medo porque eu sabia que quem sairia mais machucado seria eu. Tua felicidade consigo mesma era meu temor, porque nunca seríamos nós. Porque tu nunca viu que minha fuga era estar contigo, e que eu não era mais meu, e que meus pensamentos te pertenciam, meu futuro te pertencia, minha felicidade era estar contigo.
Não sei se tu não percebeu ou realmente não importava se eu dirigisse quilômetros e horas por um simples pedido teu de estar ao meu lado. Não importava se minha pele arrepiava ao encontro da tua, se minhas mãos traçavam tuas costas como quem conhece o percurso. Tuas duras palavras me afastaram devagar, e quando menos pude perceber estávamos acabados. Eu não espero que se conscientize da culpa, nem que vá me ver como havia prometido há tanto tempo. Só não espere mais por mim. Não bata na porta, não tire as coisas do lugar, não me provoque. Não coloque palavras na minha boca, porque nem eu mais as tenho para te dar.
- Priscila HTZ
Abro novamente aquela sua rede social de sempre. Penso. Repenso. Fecho a página. Respiro fundo. Uma, duas, três... Dez vezes. Reabro a guia, te procuro. A boca seca, o estômago reclama, o coração acelera, tudo isso só de te ver ali com o olhar distante e um escapulário no pescoço. Eu disse que ia conseguir te esquecer de uma vez por todas, lembra? Era a promessa do ano novo. Renovar. Me renovar. Renovar meus sentimentos. É o terceiro ano novo sem você e isso me deprime um pouco, sendo sincera. Na minha boca ainda ficou aquele amargo da ausência de um ponto final. Confesso. E te confesso também que todo natal, eu lembro de você. Lembro de te entregar uma carta e um escapulário no nosso primeiro natal. Aí tem o ano novo também. É difícil, ainda mais nessa época. A nossa história, a gente queira ou não, está entrelaçada ás comemorações de fim de ano. Antigamente eu nos comparava a algo tão mágico quanto, errei? Não sei. Mas, me pergunto sobre você. Sempre me questiono sobre a sua felicidade e sobre claro, a hipótese minúscula de você sofrer tanto quanto eu quando a saudade resolve bater. Nada disso vem ao caso, ou tudo isso vem ao caso, ainda não sei. Sei que eu precisava ouvir a sua voz, quem sabe isso me desse um ponto final. Pelo menos era assim que eu pensava, até que na madrugada do dia 30 meu celular tocou enquanto eu sem sono, lia e relia os textos impressos. Esperava que fosse qualquer um, mas não você. Tenho conhecido muita gente e isso é bom. Era isso que você me desejava, né? Confesso que de você, eu tinha desistido. Da maneira mais superficial, claro. Mas, contigo eu já possuía aquele sentimento de perda.Eu sabia que a gente tinha se perdido de um jeito feio, desses que raramente tem solução. Mas, era você. A voz do outro lado da linha era sua. Não teve como não sorrir. Naquele oi, eu já quis me teletransportar e conseguir, nem que por uma última vez, te abraçar e dizer de coração que você é a ausência mais presente da minha vida. Ao te escutar, como sempre rouco de sono, desacreditei. Olhei em volta e esperei encontrar algum sinal divino que me mostrasse que era só mais um sonho estúpido originado pela imensa falta que você faz as vezes. Mas, não era sonho. Não foi sonho. Conversamos um pouco, você riu e eu pateticamente em menos de um minuto tinha voltado a te amar, ou melhor, acho que tinha passado a te amar mais do que era possível caber no meu peito. Entre uma palavra e outra, você deixou escapar que eu fazia falta. Relembrou comigo os nossos tão memoráveis bons momentos. E eu sorri, de novo. Sorri porque depois de tanto tempo e muito silêncio, eu finalmente tinha tido a minha resposta. Você ainda era meu. De um jeito perdido, disfarçado, distante e até mesmo sem querer. Mas, era. Durante os minutos de ligação eu pude perceber que nunca deixamos de fato de nos amar. Só que o tempo e talvez o destino, tenham feito o que precisavam fazer. E eu aceito isso, de verdade. Aceito também que nos perdemos e sinto muito por isso. Mas, confesso, em menos de cinco minutos você reacendeu uma chama no meu peito que eu enterrei. Você trouxe de volta aquela sensação de ter encontrado o homem da minha vida. Aquela que eu sempre disse que tive quando te vi dançando pela primeira vez, bêbado. Naquela madrugada anos atrás, eu sabia. E sei hoje. E vou saber até morrer. Eu posso amar outras pessoas, como amei. Só não posso encontrar em outro a parte de mim que está solta no universo. Você disse que queria me ver, eu também queria te ver. Mas, nós dois sabemos como é difícil. Eu te amo, você me ama. Eu nunca te esqueci, você não me esqueceu. A gente tem aquele "akai ito" nos unindo, enquanto dia após dia ficamos mais distantes. E por um lado, acho que foi melhor a gente ter se perdido mais uma vez. Eu sinceramente não suportaria perder você uma segunda vez. E me contento, mesmo sendo "pouco", em saber que há entre a gente um laço que em qualquer vida após essa vai te trazer para casa e vai me levar para casa. A gente vai se reencontrar. Talvez não nessa vida. Mas, em alguma delas eu vou te encontrar, vou te olhar e vou te dizer que você é e sempre será o amor da minha vida. Simples assim, clichê assim. E como você pode imaginar, a promessa de te esquecer de vez vai ficar para a próxima virada, nessa não deu. Tinha você lá no meio do caminho para me lembrar que o que eu sinto por você vai além de qualquer explicação e eu acho exatamente por isso, que esse no fim das contas é o amor de verdade.