segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Passei a madrugada toda acordada, mas isso não é novidade. Assim como também não é notícia nova que sonhei contigo noite passada e acordei com o peito em agonia por saber que não estamos perto. Achei que uma mensagem faria essa agonia passar, mas não. Trocar uma dúzia de palavras contigo só me causou a reação adversa. Em vez de achar novamente a calmaria dos meus dias, tive um surto súbito de saudade. Mas você sabe, isso vem e vai de tempos em tempos. Não é nada com que você precise se preocupar. É só saudade. Uma saudade dessas que chegam nocauteando o melhor dos lutadores. Dessas que te agoniam o peito e trazem todas as lembranças que eu cauterizei da minha mente na tentativa vã de te manter afastado de mim. Uma saudade que já não me entristece mais como antes, mas que tem um poder imenso de me fazer pensar nos dias felizes que tivemos juntos. Falando nisso, não foram poucos né? Acho que entre minhas tentativas desesperadas de te amar menos apaguei boa parte dos nossos dias. Até acho incrível como os dias bons somem com maior facilidade que os dias ruins. Dos dias de dor lembro claramente, consigo até mesmo reviver os micro segundos que explodiram meu peito em milhões de micro estilhaços cortantes. Mas, se eu começar a falar da dor, você sabe como é, eu não paro. Então voltando aos dias bons, me sinto culpada por ter apagado tão rapidamente boa parte deles. Lembro, claro, de alguns que se sobrepõe a todo o resto. E até mesmo estou sorrindo nesse momento por ter lembrado de um deles. Só que de outros, eu não lembro, mesmo tentando e isso me preocupa. Me preocupa porque mesmo tanto tempo depois ainda me parece importante saber que tivemos mais dias bons que ruins. Então, me fala, os dias de sorriso estampado foram maiores, não foram? Se for preciso, te peço, minta pra mim. Eu realmente preciso crer que ficarão somente os dias em que eu te fiz pensar em eternidade e também os que você me fez querer absurdamente ser melhor. E acredite em mim, o fato de eu evitar pensar em você hoje em dia é só meu jeito torto de não sofrer mais. Eu não te esqueci. Eu não te amo menos. Eu não descartei totalmente a hipótese de você ter sido - e continuar sendo - o amor da minha vida. Mas, com o passar do tempo eu precisei me adaptar. Você seguiu por um lado. Eu pelo outro, mesmo tendo demorado mais que você pra ir. E tudo bem. Acho que a vida é assim mesmo. Eu demorei, mas amadureci. Consegui graças a Deus e também as suas orações, te deixar ir. Ufa. Foi um alívio, não foi? A gente até conseguiu conversar sem gritaria. Acho que isso representou uma evolução. Pelo menos pra mim mostra uma imensa evolução minha. Já consigo viver bem com a ideia de que não fomos feitos pra dar certo. Até consegui ter outras pessoas sem ter recaídas suas. Também, não penso em você com tanta coisa envolvida e ah, você sabe, vamos resumir essa fase em amadurecimento da minha parte e em sensibilidade da sua. E agora eu esqueci sobre o que eu devia continuar falando. Sabe o que é? Pensei por um segundo na dor que te perder me causou. Isso, claramente, nunca vai ser superado por mim. É que de todas as pessoas do mundo, não era pra você desistir. E nem pra me ver como todos os outros me veem. Eu te fiz feliz né? Digo, não fui de todo ruim. Creio que não. Mas, acho que no fundo eu sei que é tarde demais. Eu me foquei nos meus erros porque enxergar os seus a olho nu, me matariam. E como eu disse, já é tarde demais. Não valem mais as palavras que valeriam lá atrás. Eu já te pedi tantas vezes desculpa que cheguei a esquecer que eu também queria ter ouvido um pedido de desculpa. Mas são esses tipos de coisa que me amarram em uma dor incrivelmente desnecessária. E eu prometi pra mim mesma que havia acabado. Sei que não parece. Mas, eu realmente coloquei uma pedra em cima de tudo aquilo. De toda aquela dor, de todo aquele choro e do pânico por ter que reaprender a viver sem você. Eu tô bem, sabe? Tô feliz, tô calma, tô me esforçando demais pra amar uma outra pessoa e as coisas por aqui estão fluindo de um jeito inacreditável. Eu amadureci, eu mudei, eu me esforcei. No começo eu queria que você visse o quanto eu tinha melhorado, mas aí eu percebi que eu precisava melhorar por mim e não por você. Foi aí que tudo evoluiu. Já passei por uma infinidade de coisas que antes seriam boas desculpas pra eu correr e te contar, usar como pretexto pra que você se reaproximasse. Mas, eu passei por elas sozinha. E tô ridiculamente orgulhosa de mim por tudo que eu consegui depois que me permiti viver sem pensar em você. Quando eu não penso a vida vai bem. É fácil amar outra pessoa, é fácil me encantar com tudo que você nunca fez e que ele faz. Mas, as vezes eu penso. Quando eu acordo, penso. Quando vejo algo que te lembre, penso. Quando pego no controle do xbox, penso. Quando mudo de perfume, penso. Quando eu deito na minha cama - toda noite, mas finja não saber - penso. E já não é em nós que eu penso, mas em você. Em como vai a sua vida, em como você anda fazendo as coisas, se tá feliz ou não, se tem o xbox ainda ou não, se ainda usa o escapulário ou não, se lembra que eu existo... Se ainda toma o suco de couve, se ri como ria, se continua bom de cama, e coisas banais do gênero. Também penso se você ainda acharia algo de bom em mim, se por acaso se orgulharia de quem eu me tornei, se sente minha falta. Enfim, eu penso. E quando eu penso, me aperta o peito. Me dá vontade de ligar, de escutar, de ter por perto nem que fosse como amigo. Penso e os estilhaços sobreviventes da bomba que você explodiu dentro de mim me deixam sem ar. Me deixam insegura. Me fazem encolher. E se por um lado nesse momento eu quero gritar que por você ter desistido de mim, você não vale esse amor, por outro lado eu queria poder te conhecer de novo, do zero. Você me causa toda essa mistura e me faz ver que eu te amo sim. Mesmo que eu negue. Mesmo que eu prefira dizer que não. Mesmo que tanto tempo tenha passado. Eu te amo primeiro porque na minha cabeça ainda existem motivos imensos que me fariam te amar de novo, ainda ou mais, não sei, mas você entendeu. Segundo porque eu sei que se você precisasse que eu sumisse pra sempre pra ser feliz, eu nem exitaria. Terceiro porque o tempo não diminuiu nada, só amadureceu e aumentou. Quarto porque não tem um dia em que eu não pense em você, mesmo que seja por um segundo. E quinto porque quando se fala em eternidade, eu só enxergo teu rosto. E talvez isso seja uma péssima notícia pra você, mas sabe, não me parece tão absurdo assim pensar que eu prefiro acreditar que tivemos mais dias bons do que ruins porque no fundo isso me faz pensar que talvez, lá no fundo, você ainda não tenha me esquecido completamente. O que a gente teve foi diferente, não foi? Você ainda consegue me entender mesmo quando ninguém mais entende, não consegue? Eu daria uma moeda pelos teus pensamentos guiados a mim, mas como eu disse lá no começo, não precisa se preocupar. Hoje só me deu saudade, só isso. Mas, saudade... Você sabe, eu escondo bem.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

"Mas, não pedi você para mim. Pedi para a vida andar no seu rumo, de acordo com as suas leis. Pedi para ser feito o melhor para nós dois, mesmo que isso me mantenha longe de você."

- Clarissa Corrêa
"Regra número um: a saudade sempre volta para apertar o peito e acertar as contas. Ela se infiltra nos meus sonhos, pelas janelas fechadas dos nossos olhos, e fica ali, quietinha, até se apoderar com força descomunal das nossas fraquezas. Acho que é assim que nascem as nossas lágrimas. Lágrima é a nossa saudade em estado líquido."

- Eu me chamo Antônio
"Tem dia que a gente acorda distante da vida. Querendo se isolar ao máximo. Não porque esteja acontecendo algo de errado, mas sim porque é necessário. Ás vezes nós precisamos de silêncio pra poder colocar a cabeça em ordem, precisamos da solidão pra conseguir descobrir o que se passa no nosso íntimo. É normal querer estar sozinho, é super normal. Além de tudo, é bom. Traz uma calma imensa pra alma, nos faz refletir, e no meio dessa reflexão conseguimos captar nossos erros. Conseguimos perceber o que realmente nos faz feliz e assim eliminar gradativamente tudo o que nos faz mal."

- Amadores. 
Eu queria pedir compreensão, mas nem eu me compreendia. Queria exigir coerência, mas nem eu mesma me sentia coerente. Em uma noite, seria capaz de enfrentar a pior tempestade do teu lado sem se quer pensar em querer estar em outro lugar. Já na noite seguinte, me enchia de incertezas e afogava as nossas certezas todas. De manhã te jurava de pés juntos que já não havia mais ninguém no meu coração além de você. De tarde, um cheiro me lembrava alguém. E a noite, meu coração descompassava inteiro ao notar com a paz do silêncio o quanto uma certa risada fazia falta, mesmo sem querer. Enquanto dormia grudada ao seu corpo, ouvindo as batidas do seu coração, eu me sentia capaz de casar, ter filhos e morrer velhinha do teu lado. Sem você na cama, não sabia ao certo o que eu queria. E o meu querer, parece momentâneo. Por vezes e mais vezes, meu momento é você e quando é assim, nada mais importa. E em momentos de lapso, tudo o que existe são ruínas de alguns passados recentes ou não, que ainda são capazes de abrir queimaduras de terceiro grau em mim. Por um tempo eu achei que fosse normal ser assim, sentir em picos de emoção. Até me justifiquei com a intensidade ingênua que carrego nas veias. Mas você deve saber assim como eu sei que tem algo errado. Você disse me amar mesmo assim e até se divertir com a minha inconstância sentimental. Disse que ao me dizer boa noite tem certeza que seremos mais fortes do que isso tudo. E isso me faz não querer desistir. Me faz querer passar pelos dias regados a whisky e charuto sem duvidar do poder do teu colo me esperando na cama quentinha. Você me ver confusa e afirmar o que temos, me faz não ser assim tão ruim. Me faz encontrar um pedaço por dentro intacto do mal. Livre da dor. Me faz perder o medo de cair novamente e saber o porquê me afastei daqueles passados enlouquecedores que quase me internaram em clínicas psiquiátricas. Você faz isso. Sozinho. Me faz querer ficar mesmo tendo milhões de bons motivos e boas desculpas pra ir sem olhar pra trás. Me faz ignorar a voz que pesa no meu peito e grita que ainda existem coisas a serem resolvidas antes de eu começar a te amar mais do que tudo. E eu fico bem assim. Só que aí eu lembro, um comercial me lembra, um cheiro me lembra ou um acontecimento rotineiro qualquer desvia a minha atenção. Desfoco os olhos de você e recuo. Procuro migalhas daqueles que me machucaram intencionalmente e esqueço do que eu falava anteriormente. Passo a acreditar que preciso voltar, que preciso de mais do que já esgotou. Me desespero. Me embebedo. Me perco. Me solto de você e de mim mesma. Me torno incoerente. Volto a falar do passado, volto a amar o passado. Desconfio de nós. Perco o fio da meada. Grito em pânico sozinha e crio pânico de presenças aleatórias. Meu coração se desfaz em segundos, minha fé se perde e eu mais perdida que cego em tiroteio corro atrás de qualquer coisa que possa explicar o porquê eu ainda quero entender o que já não se deve mais explicar. Foram pessoas que já foram embora, ponto final. Mas, eu não entendo. Eu quero entender. E isso me enlouquece. E sinceramente, sei que te enlouquece também. E você podia desistir de mim, dizer que não faço sentido e que você cansou de tentar. Você podia partir e ainda teria justificativas que me fariam a vilã pra sempre. Podia. Mas, você não vai. Nem quando eu grito a plenos pulmões que não te amo, que não te quero, que você deve ir embora,. Você não vai. Não desiste. Não me solta como se eu não fosse nada. Faz diferente do que as pessoas que mais me machucaram fizeram. Você diz entender meus medos, meus recuos e minhas confusões. Diz que vai ficar, até o fim. Me segura firme, me aguenta, me suporta, me cura e me reconstrói. Me lembra do porquê eu tenho que me manter afastada dos locais que os tragam de volta. E me lembra do que eles fizeram quando eu tentei, quando eu abri o peito sem medo. Expões minhas cicatrizes a luz forte e me olha com a ternura de quem quer realmente ajudar. E é nesse instante que você me faz silenciar todos os demônios inquietantes que tanto me ferem e me confundem. É nessa atitude que você me recupera, me acalma e me centra. É quando me ama, sem que eu mereça e quando me perdoa, me conserta sem medo, que eu paro, olho em volta e avanço mais uns passos na tua direção. É quando você enfrenta a minha escuridão, que eu ganho luz de volta. E quando insiste em ver meu lado bom, que o lado ruim se apaga. Eu posso não saber nunca o que eu quero e viver nessa montanha russa que me leva vez ou outra de volta a quem me destruiu, mas até quando perco o bom senso, eu sei que te ter ali lutando por mim por me faz voltar, te abraçar e prometer até a próxima recaída que eu não vou mais embora. Você sozinho, tem feito esse amor existir. E por não desistir de mim, me faz não desistir também de me curar e ser melhor pra nós, por nós e por tudo aquilo que eu sinto falta mesmo sem ter vivido ainda do teu lado.
"Se você não consegue superar a saudade, supere ao menos a mania de demonstrar o que sente."

- Ciceero M.
"Nós fazemos o nosso melhor, mas ás vezes, isso não é bom o suficiente. Apertamos o cinto de segurança, usamos um capacete, nos atemos aos caminhos iluminados, tentamos ser seguros. Tentamos nos proteger do caos, mas as vezes não faz a mínima diferença. Porque quando as coisas ruins vêm, elas vêm do nada. As coisas ruins vêm de repente, sem nenhum aviso. E então nos esquecemos de que, por vezes, é assim que as coisas boas vêm também."

- Grey's Anatomy
Tem tanta coisa na minha cabeça agora que nem sei ao certo em que caminho ir ou por onde começar. Até ontem, eu tinha certeza de nós dois. Uma certeza que me preenchia, me transbordava. Você sabe. Eu tinha certeza que era você. Tinha certeza que era a gente, pelo menos até me perder no meio das minhas incertezas e uma dose a mais de whisky. Agora, não sei. Talvez eu não tenha mais certeza de mim e por isso não consiga mais ter certeza de você. Ou talvez seja só uma ressaca qualquer que vai me fazer te pedir desculpa, de novo, por ter duvidado mais uma vez de nós. Ou quem sabe seja uma daquelas fases em que eu vou sumir das redes sociais, das baladas, dos telefones e de mim. Dessas fases em que tudo o que eu quero é ter fones de ouvido, uma excelente playlist e o mar inteiro a minha frente. Meu silêncio me ajudou tantas vezes a me curar, quem sabe ajude também dessa vez. E por um lado eu quero muito que seja eu o problema, que eu possa reencontrar meu caminho florido até você e continue com as certezas tão lindas que tínhamos até ontem. Mas, por outro lado, admito que não quero ficar em silêncio.  Não quero ter que me curar de nada. Nem se quer quero ter certeza de algo. Eu tô confusa, sabe? E você não fez nada de errado. Não dessa vez. Você tem sido minha paz e minha calmaria, e tem me dado todos os dias bons motivos pra continuar de mãos dadas com você. Acho que o erro tá comigo agora. E pode ser que seja medo da minha parte. Medo de te fazer sofrer caso as coisas deem errado. Medo de te ver cair e não poder mais estar aqui pra te erguer. Ou o medo seja só uma boa desculpa minha para o universo, justificando o porque não tenho mais certeza de nada. Eu não quero desistir. Não assim. Mas, não sei se eu quero ficar. Então, provavelmente o problema seja eu e não existam desculpas, jeitos e porquês. Talvez, eu e o amor não possamos nos dar bem, no fim das contas. Já perdi tantas pessoas e me magoei tantas vezes. E ontem, eu pensava sobre isso enquanto ignorava suas ligações pedindo ao barman para completar o copo. Pensava que gosto da solidão, que gosto do peito vazio e das possibilidades que se abrem a minha frente enquanto ando por ai deixando meu destino nas mãos de uma puta mal paga. É irônico, não é? Eu que parecia tanto procurar alguém, agora não sei se é isso que eu quero. Acho que senti falta da noite, da liberdade e de não ter que lutar por mais ninguém além de mim mesma. E eu sei que é horrível que eu diga isso assim, pode ter certeza, eu sei. Assim como eu sei que você está perdido sem as minhas explicações e que está preocupado pelo meu sumiço repentino. Você sabe que eu não quero te fazer mal. E espero que saiba que minha tendência ao sumiço, não tem nada a ver com você. Você tem me feito melhor, não duvida disso. Só, me dá um espaço. Me deixa amanhecer naquela charutaria no Cabral. Me deixa ficar amiga de alguns barmans e achar um whisky novo pra mim. Me deixa sentir a brisa da noite, olhar o céu escuro e respirar fundo, sozinha. Me dá uns dias pra que eu possa saber se essa confusão no peito é por medo de te amar mais do que eu aguento, ou por ter perdido as certezas que me mantinham acorrentada em você. Me deixa descobrir o que eu quero. E eu queria dizer pra você me esperar, mas eu não sei se isso vai durar mais uns dias, mais um meses ou mais um ano. Por isso, me deixa perder a cabeça um pouco. Eu prometo que ligo, que apareço e te respondo as perguntas que você me fez. Prometo que te liberto de mim caso eu não me ache. Assim como prometo que nunca mais vou embora, se isso tudo for medo disfarçado de marra. Só me deixa saber que passo dar, pra depois poder te dizer se eu fico até segunda, ou até morrer.

Quando o alguém sai da gente

"É estranho saber que você saiu de mim. Não sei, eu sinto na pele e eu não sei se isso é bom ou se eu tento fingir que é para não me sentir mal - e não me sinto. É tão estranho quando alguém que a gente acha que vai morar na gente pra sempre, vai embora como há algum tempo a gente proclamava. Você foi embora de mim, e eu não sei se me sinto vazio ou completamente preenchido, se sinto calor ou isso tudo têm me trazido uma brisa que dá frio, mas você saiu de mim. 

Hoje foi o primeiro de muitos dias em que eu não invadi um perfil teu para ter um pouco de você perto de mim. Nenhuma mensagem, nenhuma foto, nenhum status, nenhum tweet, nenhum snap. Sabe, até ontem eu pensei que você nunca mais fosse sair de mim, e você saiu. Teve um dia que eu acordei, te encontrei e arrumei um sentido pra essa minha caminhada. E a caminhada foi bonita, linda enquanto durou; queria que tivesse durado mais, inclusive. Mas, você fez questão de que eu saísse de você, e eu não tinha essa certeza quanto a mim. Teve um dia - hoje -, que eu acordei e você havia saído de mim. 

É estranho quando a pessoa sai assim da gente, quando a gente acorda sem a certeza de que precisa sentir a pessoa perto pra se sentir seguro, quando a gente acorda sem querer rodas o mundo pra encontrar a pessoa, e tudo tanto faz. Na verdade, não sei se tanto faz - talvez faça, siga fazendo pra caralho. Talvez amanhã eu acorde com você aqui de novo, sentindo uma falta que consome a alma e arde na pele, mas hoje eu acordei com você fora de mim. E é estranho quando o alguém que a gente tanto amou sai da gene; é estranho porque a gente nunca sabe se amanhã a vontade toda de estar junto volta; se amanhã essa coisa que martela o peito e faz bagunça no corpo todo, e a gente sabe que é saudade, volta. 

Não sei, não sei se você saiu de mim e amanhã volta, ou nunca mais. Não sei se amanhã a coisa volta a martelar aqui dentro, sabe? E eu volto a acordar com meu penamento grudado em você, com o celular na mão procurando por um vestígio teu que faça com que eu me sinto um pouco mais perto de ti, não sei. Não sei se a saudade toda volta a arder na pele quando eu acordar amanhã, ou se essa coisa que eu não sei me traz um vazio ou me preenche, que eu não sei se faz com que eu sinta calor ou frio, vai permanecer. Teve um dia que acordei, te encontrei e arrumei um sentido pra essa minha caminhada. E a caminhada foi bonita, linda enquanto durou; queria que tivesse durado mais, acredite. Mas, você fez questão de que eu saísse de você, não fez? E eu não tinha essa certeza quanto a mim. Ainda não tenho, mas espero acordar de novo amanhã, sem você em mim."

- Júlio Hermann

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sabe aquele papo de "eu pulo se você me der a mão" e genéricos? Hoje eu entendo. Você me fez repensar a minha forma de amar alguém. Antes, você sabe, eu achava que se eu amasse o suficiente pelos dois, tudo se acertaria. Tinha uma mente romântica e dramática que achava que o outro me fazer sofrer era comum, porque ele também me amava. Antes de você, eu era só um ser humano comum com o peito em migalhas e dores imensas demais pra enfrentar cara a cara. Eu era só o acúmulo de um amor que desistiu de mim e a dor de tudo aquilo que não deu certo. Até mesmo você, sendo quem é, já tinha sido um dos nomes da lista de dores acumuladas sobre as quais eu me recusaria conversar com quem fosse. Você sabe bem todo o percurso até aqui. Mas, as coisas mudaram. Você mudou. Eu mudei. O mundo girou e nos colocou novamente frente a frente. Você me provou que podia enfrentar tudo o que fosse preciso. Eu em resposta, te mostrei que eu não desistiria de você, nem na pior hipótese. Nossas brigas vieram, como já era esperado. Eu bomba nuclear, você meteoro. Explosão na certa. Se fosse antes, eu teria virado as costas e sumido. Mas, hoje não. Hoje, eu posso dizer que por você tem valido a pena mudar. Você me faz pensar em imensidões. Em superação. Você me torna todo dia alguém mais em paz do que antes. E eu amo isso em você. Amo a forma como você restaurou tudo que eu tinha. Amo a forma como você me abraçou e juntou tudo que havia partido por dentro. Amo você. E amo quem eu sou por você. Contigo é simples insistir, consertar, reaprender. Quando você tá comigo, as coisas mudam. Brigados ou não, mudam. Mudam porque naquele momento pouco antes de dormir, você me aninha no teu peito e silencia meu mundo inteiro. Mudam porque você me olha no olho, me abraça forte e mostra que aproveita mais a vida do meu lado. Mudam porque você me ensina todos os dias algo novo. Porque você transforma a minha forma de ver o mundo. E transforma também a forma como eu me vejo. Mudam porque você não é mais um. Porque me ensinou o que é ter plena confiança, ter reciprocidade, ter um amor completo. Mudam porque estamos longe de ser um casal perfeito, mas somos fortes um pelo outro. Porque você não desiste quando tudo fica complicado e porque me faz não querer desistir também. Porque me faz voltar depois de uma briga, porque sabe exatamente como me segurar e porque nada pra mim mais faz o completo sentido sem te ver por perto. Não sei se eu já te disse isso, mas você me curou. Você curou meu peito. Curou minha alma. Curou meu caos. Desde que você voltou, as coisas estão em paz. Eu estou em paz. Eu estou forte. Do teu lado, eu vejo, aprendo e repenso. Contigo, eu percebo finalmente que amar sozinha é covardia e que ter quem ame junto é divino. Você me fez ver que o amor precisa ter uma via de duas mãos, se dá tudo o que se recebe e talvez você nem perceba, mas você me dá muito mais do que eu jamais vou poder devolver. Mas eu tento. E por tentar, é que eu te digo de novo e quantas vezes forem necessárias, você me ensinou a amar. Você me devolveu a vida. Você me trouxe a força. Me deixou inteira. Me deixou em paz. E mais do que tudo me fez olhar todos os dias pro céu agradecendo o homem incrível que você se tornou. Eu agradeço por te ter perto, por poder ser quem eu sou com você e agradeço acima de tudo por ter conseguido enxergar que um relacionamento só funciona quando os dois se esforçam. Você se esforça. Eu me esforço. E é isso que me faz tentar de novo. E sendo assim, eu te prometo, enquanto você lutar por mim eu vou estar lutando por você. Enquanto você me aninhar no teu peito e me fizer dormir em paz, eu vou estar do teu lado construindo sempre o que eu quero ter pra sempre. E se antes eu não pulava na frente de uma bala por você, hoje eu metralhava qualquer um que ameaçasse te ferir. Você é a coisa mais importante que eu tenho e a melhor coisa que já me aconteceu. Eu te amo pelo que você é, pelo que eu sou e por toda essa imensidão que somos quando você me diz em atitudes que juntos somos de fato mais fortes. Eu não desisto enquanto você não desistir. E isso meu amor, é uma promessa.
Algumas brigas sérias aconteceram, acho que todo casal passa por uma fase complicada. Eu pelo menos acredito que através dos períodos de escuridão que sabemos de fato se alguém nos ama como diz amar. Também creio que o amor verdadeiro só pode ser reconhecido quando não podemos oferecer nada ao outro e mesmo assim ele não nos abandona. Quem ama de verdade, não desiste. Não larga mão. Não nos faz sentir como se não pudéssemos ser amados. Pelo ao contrário. Quem quer arruma força pra consertar o que se quebrou. Recomeça uma, duas, três... cinquenta vezes se necessário. Insiste. Deixa o peito aberto pra ser estraçalhado. Acha sempre uma qualidade além de todos os defeitos que ficam claros com o passar do tempo. Quem ama, não deixa de se importar. Volta, conversa, abraça, dá segurança. Cuida, protege, mostra que tá ali enquanto tudo está bem, mas que vai continuar ali caso o barco comece a afundar. Te segura e te ajuda a nadar de volta pra praia. Faz tudo e de tudo um pouco. Se machuca. Se rala inteiro. Mas, não desiste. Não te quebra por puro prazer de te ver sangrar. Quem ama, ao perceber que te machucou, se dói junto. Sabe? Quando você ama alguém, sendo clichê ou não, você se taca na frente de uma bala se for preciso. Fica lá, do lado, em qualquer situação. Isso pra mim é amor. É essa visão extremista que eu tenho e que trago comigo como lema. E por isso afirmo com tanta certeza, que esse amor, só me ocorreu uma vez. Não que eu não ame quem torna meu mundo melhor e eu já vou voltar nesse assunto. Mas, o amor pelo qual valeria a minha vida em troca do bem estar dele, ainda não voltou a acontecer comigo. Nem sei ao certo se eu acredito que isso aconteça mais de uma vez em uma só vida. Talvez sim, talvez não. Não importa agora. O que importa é que hoje eu sei que posso amar as pessoas de formas diferentes. Quem sabe por não acreditar que o amor que vale a própria vida, seja assim tão simples de se encontrar, eu tenha me adaptado a graduar os tipos de amor perante meus amores. E isso não quer dizer que eu ame mais um do que o outro. São sempre amores intensos. Sejam eles consequências de uma paixonite aguda, ou de um arrematar de coração. Eu amo intensamente. Não me entrego meia boca a ninguém. Se eu disser que vou em frente, eu vou até o fim. E falado isso, posso voltar ao ponto principal. Brigas. Brigas feias. Dessas que te fazem ir dormir com dor de cabeça de tanto chorar. Com o tempo eu aprendi que as brigas acontecem, inevitavelmente. As diferenças fazem uma certa confusão, vez ou outra. E com a gente não ia ser diferente. Nos últimos dias fomos marcados pela hostilidade um do outro. Eu não queria que ele fosse. Ele não queria que eu ficasse. Relacionamento a distância, insegurança e toda a novela que todo mundo já conhece. Eu gritava daqui, ele de lá. Não chegávamos a conclusão alguma, mas nos machucávamos cada dia mais. Uma coisa levou a outra, que levou a outra e falamos demais. Ele falou sobre o quanto desconfiava do meu sentimento. E eu falei sobre o quanto ele não podia se comparar aos meus antigos problemas amorosos. As discussões saíram do controle, as acusações vieram e o silêncio também. Eu não sabia o que pensava daqui, ele talvez também estivesse na mesma por lá. E poderíamos continuar assim por dias, por que não? Quando o orgulho fica gritando na orelha fica difícil ser o primeiro a abrir mão, certo? Errado. Eu podia escolher fazer dessas brigas meu bom motivo pra ir. Podia virar e ligar pra esse amor de uma vida, dizer que me enganei e que estava solteira novamente. Podia fazer uma infinidade de coisas que resultariam em mais um fim dolorido pra ser contado daqui uns meses. Podia, mas não fiz. Escolhi outro caminho. Escolhi lutar com unhas e dentes pelo que eu tenho hoje mais do que eu lutei pelo que eu tinha ontem. Escolhi dar minha cara a tapa, ser mais forte do que nós dois juntos e erguer as mangas pra nos reconstruir. Escolhi olhar pra trás mais uma vez e ver o quanto lutei por pessoas que não valiam se quer mais um passo meu. E assim, percebi que amadureci. Deixei novamente os amores do passado lá na lixeira emocional, Me ergui, engoli o orgulho e disse a ele que não ia desistir assim. E por não ter desistido, aprendi sem querer que mesmo que ele não seja o amor com quem eu achei que envelheceria, ele é a minha prioridade. É o cara por quem eu vou lutar até não ter mais como me mexer. É a pessoa que por colorir o meu mundo, me ensinou o quanto eu quero continuar colorindo o nosso, do lado dele. Por ele não ter desistido de mim quando podia, me fez ver que eu não vou desistir dele agora. Não vou desistir dele, nem de mim e nem de nós. Porque ele pode não ser a metade da minha laranja, mas é com certeza o cara que tem me feito perceber que amor pra ser amor mesmo, tem que ter tudo aquilo que eu falei e mais uma coisa, que pra mim é a mais importante. Amor pra ser amor tem que valer a vida sim, mas desde que os dois estejam prontos pra morrer um pelo outro. Isso se chama reciprocidade. E o velho papo manjado dos livros de romance, volta a aparecer. Você pode ter tudo, mas se não for recíproco, é um suicídio. E vai por mim, se tiver que escolher entre quem desistiu de você depois de ter explodido seu peito em micro pedaços, ou o cara que se dispõe a morrer por você, não escolha quem podia ter lutado do teu lado e desistiu. Escolha quem vai se colocar do teu lado e lutar. Se é pra afundar, afundam os dois. Se for pra vencer, os dois vencem. Reciprocidade, meu amigo, é mais importante do que sua alma gêmea que te deixou em espera pra próxima vida. Vai por mim.
"Sou uma pessoa boa, sei disso. Fiz algumas escolhas erradas, mas isso não me torna uma pessoa ruim."

- Boca Raton, 1993
"Os outros, eles vem e vão na nossa vida assim como as ondas vão e vem no mar. Elas vem e se desfazem como algumas pessoas, e somem da nossa vida. Mas o mar, ele tá ali, quanto mais profundo você for mais solitário, mais quieto, mais silencioso ele tá. Tem que ser imenso pra saber ser sozinho."

- Teus olhos meus.
"O seu ato de bondade não encobre a sua maldade. Todos irão te julgar se você errar, mas nem todos irão te reconhecer em seus acertos. Injusto? Talvez, se você esperar algo em troca, mas se você não esperar nada, o que te basta é a sensação de dever cumprido. Nasa melhor que uma consciência tranquila e um coração em paz."

- Curastes

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

"Nada. Estou pensando em inúmeras coisas, mas minto que não estou pensando em nada específico, apesar da minha atenção estar de malas prontas para Júpiter. Não posso dizer com o que estou ocupando minha cabeça porque as pessoas iriam apenas fingir um interesse cansado, rápido e bucólico. Soltar um confidencial "nada" é sempre melhor em casos obsessivos como o meu."

- Gabito Nunes

Leandro.

Te perder foi em disparada a pior coisa que me aconteceu. Sei que já disse que aquelas perdas amorosas falaram mais alto, mas isso foi só um jeito de disfarçar o quanto me incomoda ainda nos dias de hoje a sua ausência. Ter que me despedir de você e aceitar que não haveriam mais dias a nossa frente, matou um pouco da humanidade que somente você me fazia ter no peito. Não há se quer um dia em que eu não lembre de você, em que eu não ore aos céus pelo seu bem estar. Sinto sua falta como quem desaprende a nadar e fica de longe admirando a imensidão do oceano. É uma falta tão densa, que me faz esquecer muitas vezes as outras coisas nas quais eu deveria pensar. Você sempre foi meu escape desse mundo, assim como sempre foi meu porto seguro mais estável. Não houve nem por um segundo, algo da minha vida em que você não estivesse ali, lado a lado comigo. E posso dizer que as melhores histórias que tenho armazenadas na mente, tem sua presença bem nítida. Você não teve tempo de conhecer seu filho, não teve tempo nesse mundo pra ver o quanto ele é parecido contigo. Você também não pode ver o quanto os últimos anos me mudaram. E eu não pude te agradecer por ter me tornado alguém mais forte. Hoje, eu fico pensando em quantas coisas eu não te disse porque achei que teríamos a vida toda juntos. E me incomoda não ter te dito que você sempre seria o homem da minha vida. Você foi meu pai quando eu precisei de um e não encontrava. Você foi meu primeiro amor, meu exemplo de homem e aquele em que eu me espelhava. Você tinha mais qualidades que defeitos e acredito que tenha sido a pessoa mais magnífica que o mundo já conheceu. Sua alma sempre te fez brilhar mais do que os outros e seu sorriso era o que fazia tantas mulheres perderem o bom sendo por você. Eu cresci te olhando, te admirando e aprendendo os melhores movimentos contigo. Cresci me moldando na estrutura que você havia deixado pronta. Você me ensinou a gostar do Lakers e tentou a vida toda me ensinar a gostar de futebol americano. Pois, adivinhe, agora eu entendo. Tenho torcido para o mesmo time que você torcia e quando assisto os jogos sozinha, sinto sua falta em uma dimensão ainda maior do que nos outros momentos. Acho que por você não ter me deixado ficar só nem quando eu queria, que aprendi o quanto era bom ter a sua companhia. Do seu lado era fácil fazer piada da vida, dos problemas e até de mim mesma. Também era mais simples encontrar os meus defeitos. Você sempre dizia que um dia eu veria o quanto de bondade eu tenho por dentro, mas preciso te dizer que sem você, eu me tornei mais escuridão do que brilho. Pra ser sincera, eu não tinha falado sobre isso até hoje, porque era difícil admitir que eu teria que aprender a viver minha vida sem ter você por perto. Perder você e um tempo depois perder a nossa velha, me deixou perdida no mundo. Nenhum amor, nenhuma amizade e nenhuma pessoa consegue suprir a falta que você me faz. Hoje quando penso em casar na igreja, penso também que não vou ter você pra me levar até o altar resmungando baixinho que ainda era tempo de desistir. Hoje quando penso em ter filhos, penso também que eles nunca vão conhecer você. Hoje quando vejo a minha vida, vejo o quanto a sua falta é gritante. E se eu ainda firmo o pé e insisto nesses dias em que eu queria só te encontrar, é porque uma vez você me fez prometer que meu destino ia ser guiado somente por mim mesma. Se eu ainda luto por isso, é porque sempre tenho tua voz na minha cabeça dizendo que eu deveria esquecer que a palavra "desistir" existe. Eu sei que a fé que você dividiu comigo a vida inteira justifica sua ida, me faz crer que você cumpriu sua missão. Mas, eu não consigo aceitar isso. Não consigo acreditar que a tua hora era aquela. A gente ainda tinha tanto pra dividir, pra viver e pra ver. Ainda tinha tanto mundo pra gente fazer que me parece absurda a ideia de que sua missão tinha sido cumprida. E se tivesse sido mesmo, por que Deus não olhou pra mim quando decidiu te levar? Eu ainda precisava de você. Eu ainda preciso. Você nunca foi só um irmão, você era a minha metade boa. Era meu melhor amigo. Meu apoio. Meu centro. Você era e continua sendo um dos melhores motivos que eu tinha e tenho pra justificar a minha bondade. Então o que eu faço aqui sem você? Pra quem eu ligo? Com quem eu posso desabar? Sem você eu tenho que ser forte o tempo todo, tenho que erguer a cabeça e parecer inatingível. E isso cansa. Eu ando sentindo sua falta. E ando querendo te dizer o quanto eu te admiro e o quanto eu te amo. Eu sei que você tá em um mundo melhor, mas eu não sei o que fazer com a saudade imensurável que me bate todos os dias quando eu percebo que eu nunca mais vou te ter aqui no meu mundo. E sim, eu trocaria tudo pra te ver de novo, pra te abraçar e pra poder falar o quanto você é importante. Eu falo, falo, falo, mas ninguém jamais vai entender o que causou em mim aquele dia em que me disseram que a sua vida tinha tido um fim. Acho que esse é o tipo de coisa que a gente passa o resto da vida tentando se recuperar e a esperança de um dia poder te reencontrar é o que me faz acreditar em vida após a morte. E o amor que a gente sempre teve um pelo outro é o que me faz teimar com a vida e insistir um pouco mais depois que eu penso em desistir. Afinal, como dizia você, a morte é só um recomeço mais longo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016


Hoje Chet Faker não saiu da minha playlist. Até tentei ouvir James Bay, ou Damien Rice. Mudei de playlist, alternei entre Dalsin e Beyoncé, e até Nina Simone apareceu. Mas, não deu. Voltei sem pensar duas vezes no álbum completo do Chet e o ouvi incansavelmente o dia todo. A noite chegou, não foi diferente. Coloquei "Talk is Cheap" pra repetir e perdi as contas de quantas vezes a música encerrou e se reiniciou. Algo na melodia me prendeu. Não sei dizer ao certo o que foi, mas a música inteira pareceu refletir o que me incomodava por dentro. E hoje, não foi o dia mais fácil de todos. Aquele cara que tem encantado meu mundo, vai passar uns dias longe e não que isso seja algum tipo de problema, você sabe que eu curto a minha solidão as vezes. Gosto desse silêncio, da ausência de palavras e do excesso de melodias. De certa forma, isso me centra. É só que, hoje em especial, não sei. Tá tudo meio estranho. Pela primeira vez, não quis estar envolvida com alguém. Senti um certo tipo de saudade de você, não sei direito como explicar. Foi algo que dei de ombros, não me importei. De princípio, passou. Horas depois que, sei lá, apertou um pouco. Não era saudade, nem ódio, nem mágoa ou lembrança remexida. Também não tinha a ver com reviver as dores, brigas e problemas. Só que também não era nada com você como pessoa. Era, é, um sentimento que eu não consigo traduzir. Se assemelha a saudade, porque traz a tristeza pra perto. Mas, não é como se eu te quisesse aqui agora, porque não quero. Eu só, te senti pesando no peito. Como se eu precisasse te observar de longe. Te ver sem ser vista. Ouvir tua voz, sentir tua presença e rir de alguma coisa que você fizesse, mas sem estar ali na sua frente. Entende? Eu queria estar com você, sem precisar estar com corpo presente. Só queria te olhar. Quem sabe pra ter certeza que tomei as decisões certas, ou quem sabe pra justificar meus motivos pra não querer mais lembrar que você existe. Só que isso também não me parece certo. Eu não quero te esquecer, mas não quero mais lembrar do tempo que estávamos juntos. Não quero te apagar e fingir que nunca te amei. Mas, quero poder falar sobre você sem que isso me arranque mais um pedaço do peito. E eu sei que fui eu quem levantou e cortou qualquer chance que existia de sermos próximos de novo. Não é novidade que faço tudo pelo método mais torto. Quando eu disse que éramos passado, talvez, o que eu quisesse ter dito é que eu não queria que você se aproximasse de novo porque eu não suportaria te perder mais uma vez. Você deveria saber que pra mim parece impossível um dia não ser tua, mesmo que eu seja de outra pessoa. E que parece absurda a ideia de termos de fato um ponto final. Posso ter sido eu a pessoa que antecipou o fim, mas foi você quem me fez aprender que viver sem você é suportável, mas te perder não. Você é como as músicas do Chet, escuto um milhão de vezes e só o que eu sinto é a alma se revirando pra entender o porque parece tão errado estar em paz sem você.
"Bom... Você me tinha. 
Você me teve como ninguém mais teria. 
Mas, você preferiu me deixar ir embora. 
Eu fui sua em dezembro, no natal. E fui sua no ano novo.
Você me teve no meu aniversário e também me teve na páscoa.
Você me teve todos os dias. 
Eu era sua mesmo quando não queria. 
Eu era sua até mesmo quando era de outra pessoa. 
Você me tinha. 
Você me teve nas suas mãos, mas preferiu me deixar escapar. 
Você me tinha tanto, que quando você escolheu me perder... 
Eu obedeci."

- Robin and Stubb
"Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você. Não te liguei mais, porque ouvir sua voz nunca mais será como ouvir a sua voz. Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa."

- Tati Bernardi

"Eles se amam, todo mundo sabe, mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápido demais, é difícil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro dele. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontram e que nada, nada seja por acaso."

- Tati Bernardi

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"If you can't laugh in bed with someone, you've probably picked the wrong someone."
"Cria coragem. Vai, estufa esse peito e coloca pra for o que você quer. Conta o que te magoa, quem te machuca e porque está triste por dentro. Fala dos seus piores medos, das suas noites de insônia, das suas fobias e dos teus maiores anseios. Confessa o que te estressa e explica como te acalma. Diz que você gosta da luz apagada porque prefere o brilho da lua. Expõe o que te reprime, o que te bloqueia, o que te impede. Deixa as pessoas saberem o que você pensa, as cenas que você imagina e que vão ser apenas imagináveis caso fique só no seu pensamento. Ficar em silêncio não resolve, aprende. A luz não vai acender se você não trocar a lâmpada."

- Pedro Pinheiro.
"ENTÃO, EU... FINALMENTE ME SENTI EM CASA DENTRO DE MIM MESMA. E HOJE, MAIS DO QUE NUNCA, SINTO QUE NÃO DEVO NADA PARA NINGUÉM. A GENTE DEMORA DEMAIS PARA SE LIVRAR DE PESOS E CULPAS. MAS UM DIA, FINALMENTE, A GENTE ACORDA. ACORDA E DESCOBRE QUE TEM UMA VIDA INTEIRINHA PELA FRENTE."

-Clarissa Corrêa
"She loved him.
And he loved her. 
But it wasn't that simple."

- Audrey
"Eu não sou tão forte quanto eu previa. 
Nem tão fraca quanto eu temia.
Não tenho o passo rápido como eu gostaria. 
Nem paraliso como poderia. 
Aprendi a me equilibrar nos extremos. 
Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, 
me posiciono de acordo com os fatos. 
No final, o que me move... 
Não é forte o suficiente pra me derrubar. 
Mas é intenso o bastante pra me fazer ir além."

- Fernanda Gaona 
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa, sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade sei lá de que..."

- Florbela Espanca
"I am not looking for the kind of love, that forces me to prove my worth."


sábado, 20 de fevereiro de 2016

"Ei cara, vem cá! Deixa eu te contar sobre ela. 

O mundo dela já desmoronou diversas vezes. Ela já se viu tropeçando pelas tabelas. Bêbada. Triste. Melancólica. Pessimista. 

Ela tem o costume de falar que tudo vai ficar bem e faz todo mundo acreditar nisso. Ela mesma não tem muita esperança de que as coisas mudem. 

Tem o dom de se irritar fácil. Perde a linha quando alguém entra no caminho dela, ou tenta tirá-la do caminho. Caminho que ela percorre por livre escolha. Nunca ninguém foi bom o suficiente para mandá-la fazer isso ou aquilo.

Há um tempo, ela tinha até um brilho nos olhos. Dá para enxergar, vez ou outra, quando ela está de veras satisfeita com algo. Geralmente, desiludida, os olhos dela refletem um buraco negro.

O coaração dela é desafinado. Ás vezes bate. Ás vezes para. Suas batidas não possuem ritmo algum.

Gostava de sonhar. Sonhava até de olhos abertos. Ultimamente, toda vez que fecha os olhos sente dores das feridas que já deveriam estar cicatrizadas. Tem dormido pouco.

Até uns anos atrás seu refúgio preferido era sua casa. Hoje, arruma tarefas de monte, só para não ter que passar muito tempo lá dentro. E quando estaciona, seu único esconderijo é o quarto. Já não suporta ninguém com quem convive. Nem a ela mesma. 

A cabeça dela ferve, dos bilhares de pensamentos que lhe passam diariamente. Deseja. Reza. "Que seja do jeito que o Senhor achar melhor!". Lembra. Esquece. Esquece de lembrar. Lembra de esquecer. 

Conformada com o que tiver que ser, aproveita o ritmo da dança e coloca uma música no ouvido, bem alta. Ensurdece. Ouve somente sua imaginação.

Os pés dela caminham em círculos. O quadril se move de um lado para o outro. Pensa que o lugar está lotado. E está. Lotado de solidão.

Ela tem medo de ter se acostumado com essa vida. Não procura algo melhor. Nem mudanças. Nem muros e nem pontes. 

É orgulhosa demais. Orgulhosa por ser quem é. Orgulhosa pelas escolhas que fez na vida e pelos lugares por onde passou. Orgulhosa ao ponto de não abrir o que sente a quem gostaria de ouvir. Sente até orgulho alheio, pelas conquistas das pessoas que a rodeiam. 

Carrega esse sorriso largo, porque acredita que não tem outra opção. De tudo que a vida a fez passar, esse foi o único aprendizado. Sem escolhas, sorri."

- Carol Pucci
"Eu tinha medo de chuva, lembra? Passou. Hoje eu só deixo cair no telhado o que ela me faz lembrar. Deixo os pingos batendo e batendo e batendo... E me lembro, me lembro, me lembro... Lembro de quando eu ainda não tinha perdido o caminho pra voltar até você. E de quando eu ainda não tinha perdido o caminho pra voltar pra mim. É, acho que é isso. Eu me perdi dentro de você. Existe um caminho longo pra percorrer em cada pedaço de quem você é e eu não tinha o mapa. Me desculpa? Me perdoa? Sei lá o que eu tenho que pedir pra mim pelo que eu fiz com as minhas lembranças e com tantos outros fogos de artifício que explodiram na minha cabeça.

Eu me rendi ao tempo e ao que ele queria fazer por mim. O tempo. Esse que sempre critiquei por ser tão detalhista e tão paciente. Sempre esperei dele uma resposta pronta, o quanto antes. Coisas de um coração ansioso que anda por aí esperando botões de reset aparecerem pra resolver tudo. Mas, eu me rendi. E ele me prensou contra a vida e contra as paredes estreitas ao redor dela. É nesse momento que definitivamente não se tem pra onde correr. Que não se sabe pra onde ir e nem se pode mudar o rumo das coisas porque não se tem rumo. É preciso esperar e eu esperei, fui obediente. Obedeci até o tempo me curar de dentro pra fora. 

Foi rápido, não foi? O tempo foi generoso. Mesmo com a sua mania chata de ser tão brevemente longo. Ele foi rápido desde o de em que eu abri a porta e você entrou e arrumou tudo no lugar pra depois sair e deixar a minha cama bagunçada, a intensidade do meu sono alterada e as melodias das minhas noites mais lentas. E ter me deixado sem a mínima noção do que era pra ser, ou do que talvez teríamos sido nós dois. Mas, foi preciso abrir as portas, destrancar os cadeados e parar de admirar jardins imaginários e histórias de amor ainda não vividas. E foi isso que eu fiz comigo, mas com você quem fez foi a vida. Eu fui vagar como quem procura a própria sombra que se perdeu na árvore de alguém. E me achei. Eu me achei.

Eu respirei fundo, mais fundo do que você pode imaginar. Do fundo de mim pra me ver direito, me conhecer mais e saber um pouco mais sobre as minhas horas de parar ou de continuar tentando. Saber que eu precisava respirar e voltar pra cá. Pro meu lado da força. Eu fui forte, mais forte do que eu imaginei que seria e muito mais do que todas as pessoas e outras expectativas esperavam que eu fosse. Sabe por que? Porque eu gosto de mudanças, gosto de saber que tem uma curva nova na minha frente, daquelas que não conseguimos ver aonde vai dar. É essa a sensação que fica quando alguma coisa vai, quando alguma coisa quebra, quando algo vira nada. Foi-se o tempo de nós dois e se fez um tempo só nosso. Cada um com o seu, na sua vida, no seu caminho e fazendo as suas próprias curvas."

- André Olliver 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

"Seguir em frente em silêncio e sem olhar para trás pode até ser difícil, mas abrir mão de certas coisas para continuar em paz é essencial.."

- Jey Leonardo
"Maturidade é o que sobra quando as feridas criam cascas."

- Ita Portugal
"Parece que me dividi em dois, um que ainda gosta de você, e o outro, que te esqueceu. Os dois ouvem os mesmos discos, mas bebem coisas diferentes."

- Bruno Fontes


"Estou de malas feitas. As tuas, não as minhas, numa das mais tristes despedidas que estes meus olhos castanho esverdeados já ousaram presenciar. Estou, nesta fração de segundos, te dizendo adeus com o coração sangrando, com o peito resvalando, com as forças dos punhos faltando. Vá embora. De uma vez por todas, vá embora. 

Não sei se você, assim como eu, consegue entender o que é ter sua energia sendo sugada, sendo drenada para uma espécie de abismo. Não sei se você entende como é ter a tua coragem rasgada, a tua vontade anulada e substituída por sentimentos como medo, insegurança. Instabilidade. Instável. É assim que me sinto. Longe de tudo aquilo que simboliza paz para mim. 

Sabe, existem pessoas de todas as formas, dos mais diversos tipos. Algumas muito parecidas com você. Uma espécie de personagem de si mesmo que se diminui para não doer. Que ama com medo de machucar. De ter o seu coração de louça espatifado em plena sala de casa. Pelo chão do quarto. Pelas lágrima depositadas nos travesseiros. 

Decidi que não quero mais isso. Que não posso mais fazer parte desse teatro. Dessa novela. Dessa série aonde eu mesmo interpreto dois personagens. O vilão e o mocinho. Que duelam para habitar o mesmo corpo. Para sentirem o mesmo ar que preenche os pulmões, para comandar as mesmas reações diante das intenções. Para dar as cartas depois de cada jogada. Que quer assumir o controle, mesmo estando ladeira abaixo.

Só Deus sabe como é triste reconhecer que se tem uma parte podre dentro do peito. Mas só Ele será testemunha de toda a minha luta para me recompor. Para me restaurar. Me regenerar. Para amar sem medo. Para me entregar sem culpa. Para aceitar que amores perfeitos podem até não existir, mas valem a pena serem procurados. Vividos. Cuidados. Sentidos. 

É isso. Eu quero voltar a sentir de novo. Quero voltar a me emocionar. Quero recomeçar. Mas sem pressa. Sem essa vontade louca de ser par. De ser casal. Quero redescobrir as belezas da vida. Com ou sem alguém, quero ser capaz de acordar sorrindo. De dormir depois de ter a certeza que o amanhã será melhor do que o hoje. Por isso, vá embora. Vá embora metade de mim que não me pertence. Que não é feliz."

- Neologismos.
"Descobri que tenho uma missão diferente de todas as outras missões das outras pessoas que habitam esse mundo. Sou a prova viva de que a minha obrigação é a de ser feliz. Custe o que custar. Mas sem medo de me entregar. De doer. De esperar sarar. De saber cair e reaprender a levantar."

- Math
Não queria ter que explicar. Também não queria ter que ligar ou mandar uma carta. Queria só que entendessem. Entendessem as vezes que prefiro o silêncio por ter coisa demais na cabeça. Ou que não fossem contra todas as vezes que eu prefiro estar em uma varanda alta fumando meus cigarros e sentindo o vento da noite. Eu gosto do silêncio que a cidade faz na madrugada, sou amante do céu escuro e da ausência de necessidade de se estar vivo. Na madrugada tudo tem uma conotação diferente do que teria no dia ensolarado e isso me agrada. Então, não queria ter que explicar os motivos pelos quais as vezes eu simplesmente aprecio a quietude noturna. No momento, eu tô bem. Posso não estar pulando de alegria no meio de uma balada lotada, mas estou em paz. Preferindo a reclusão absoluta e o passar dos dias sem peso na alma do que a gritaria desnecessária do enfrentar o passado. Pra mim, o que passou, acabou. Foram-se os momentos em que tentei lutar contra isso. E até prefiro assim. Ter colocado uma pedra na maioria dos assuntos e ter também decretado silêncio absoluto sobre aqueles que não superei ainda, me fez ficar livre. Livre, sem dor, sem desespero. Pedi perdão pelos meus erros e até tentei perdoar algumas pessoas. Grande parte, sem sucesso. Mas, até nesse ponto, não me dói mais. Simplesmente escolhi outro caminho. Enquanto briguei, gritei e bombardeei pessoas, assuntos e coisas, notei que isso cansava. E cansa. Cansa você ficar esmurrando a mesma parede e repetindo as mesmas palavras. Quem não te entendeu da primeira vez, não vai mais entender. E por isso, mudei. Fiz outra escolha. Pensei mais em mim. Não que seja assim simples. Mas vale a pena. Vale a pena olhar em volta e se livrar das ofensas, dos machucados e de tudo aquilo que não deu certo. Não deu, não deu, bola pra frente. O que passou deve ter seu bom motivo pra ter ficado lá, então pra que mexer? Eu encerrei as lutas que lutei em vão. Decidi falar só o que é importante e pra quem importa. Os outros, não me atingem mais. Tô amando quem me ama e isso faz bem. Também tô reorganizando os planos, pensando mais nos próximos passos. Me dei o tempo que eu preciso pra que nada mais me atinja, me destrua. Eu não preciso disso. Não preciso ter sempre uma guerra armada ou uma ferida em carne viva. Posso fazer o oposto, evitar discussões e pessoas que roubam de mim a minha energia. Até pode ser que hoje ainda tenham perdidas na terra aquelas que me desejam mal, devem ter seus motivos também, não virei santa da noite pro dia. Só que hoje, eu não me importo. Não ligo pra quem me quer mal, ou pra quem precisa bombardear minha vida por não saber cuidar da própria. Isso, não é problema meu. O que me é importante, só tem a ver comigo. Comigo e claro, com as pessoas que estão em volta. Troquei a raiva pela gentileza e a tristeza pela paz. E há quem diga que isso me torna burra. Discordo. Burrice seria ficar sempre travando os pés e a vida, por coisas que não se resolveriam. Também seria burrice me matar a toa. Entende? Nesses últimos meses aconteceram tantas coisas, e grande parte delas foram coisas boas. Não tenho mais do que reclamar. A vida me deu uma segunda chance de viver. Me deu a oportunidade de zerar o placar e recomeçar. Me diz, quantos tem essa dádiva? Por aqui, não muitos. E eu tive. Estou tendo. Não vou desperdiçar isso com quem atrasa ou fere de propósito. Me permiti não fazer isso. Como também me permiti só comer o que eu gosto, só ir onde eu quero e quando eu quero, falar com quem me faz bem e também só quando estou afim de conversa. Quando opto pelo silêncio, em silêncio eu fico. Não há nada mais gratificante que ser gentil comigo mesma. Permitir, optar, escolher. Ser por opção, diferente. Escolher todo dia levantar e agradecer a Deus, sem me fazer ter a obrigatoriedade de uma religião. Eu sei quem eu sou, assim como sei que Deus sabe quem eu sou. Então por que deveria ter que provar isso a um terceiro? Ninguém esteve na minha pele, ninguém percorreu meu caminho ou sentiu as dores que eu senti. Só eu sei o que de bom e o que de ruim traz eu ser eu mesma e isso me basta. Me basta ter opção e entre todas as que eu tinha, ter optado pela busca somente do bem e da paz. Se antes uma ofensa me fazia querer enterrar a cabeça da pessoa lama, hoje eu viro as costas e saio. O que pra muitos parece covardia, pra mim é uma salvação. Não dar importância ao que me faz mal, me salvou. Me tirou de uma fase escura e com ataques depressivos. Me fez repensar os pensamentos suicidas. E também me fez assumir que sim, as vezes eu preciso de ajuda. Hoje só me tira do eixo aquilo que me causa arrepio, ou que me faz estremecer de felicidade. Os outros sentimentos, eu ignoro, eu deixo sumir. Faço entrar por um ouvido e sair pelo outro. E de pouco em pouco, vou modificando, vou reaprendendo, vou amando quem me ama. De pouco em pouco vou percebendo que a partir do momento que escolhi estar em paz e não certa, ganhei um mundo novo, uma chance nova. Então me diz, eu deveria escolher dormir em paz ou me matar pela dor dos outros? Acho que até um cachorro responderia isso. Sinto muito se não retruco mais o mal que me fazem, aliás, sinto tanto que só desejo a esses, um terço da paz que engloba meu mundo. Escolher me fazer bem, foi a melhor e a maior coisa que eu já fiz na vida. Recomendo a todos, esse tipo de egoísmo e muita coragem pra optar não sofrer pelo que não te faz feliz.
"A dor. Você só tem que sobreviver a ela, esperar que ela vá embora sozinha, esperar que a ferida que a causou, cure. Não há soluções, respostas fáceis. Você só respira fundo e espera que ela vá diminuindo. Na maior parte do tempo, a dor pode ser administrada, mas as vezes ela te pega quando você menos espera, te acerta abaixo da cintura e não te deixa levantar. Você tem que lutara através da dor, porque a verdade é que você não consegue escapar dela e a vida sempre te causa mais."

- Grey's Anatomy.
"Fui procurar a palavra "saudade" no dicionário e encontrei: "Lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a possuir ou ver presentes. Pesar, pela ausência de alguém que nos é querido. Nostalgia". Engraçado ler isso, porque toda vez que penso na palavra saudade, me vem você na cabeça. Acho que anda faltando seu nome por ai."

- Thiara Macedo
"Eu não sei se você já se sentiu assim. Querendo dormir por mil anos. Ou simplesmente não existir. Ou apenas não estar ciente da sua existência. Ou algo parecido. Eu acho que querer algo assim é muito mórbido, mas eu acabo tendo esse tipo de desejo quando estou mal. É por isso que estou tentando não pensar. Eu só quero que tudo pare de rodar."

- As Vantagens de Ser Invisível.
"Posso ser eu quem está indo embora, mas é você quem está partindo."

- The Walking Dead
"Pensei em te ligar, mas tive medo de você não atender. Pensei em ir te procurar, mas eu sabia que você não iria me deixar falar. Pensei em escrever uma música e cantar de baixo da sua janela, mas, além de ser tímido, eu não tenho tanta criatividade assim. Pensei em escrever uma carta, fiquei com medo de você rasgar sem ler, mas de todas as opções essa foi a menos ridícula. E aqui estou eu, escrevendo, nada com nada, mas com todo o sentimento do mundo. Nunca fui bom com palavras, mas acho que não preciso ser nenhum poeta pra dizer que sinto sua falta. Todos os dias, a cada hora, minuto, segundo. Você se foi, mas de mim não saiu. Você faz parte de mim, uma parte que não consigo viver sem. Exagero? Talvez. Mas não deixa de ser verdade."

- O primeiro amor de um homem.
"Não doeu como antes, só um pouquinho...Quase nada. 
Mas incomodou. 
Tá incomodando, na verdade."

- Autor Desconhecido.

Comecei a te amar no dia em que te abandonei.

"A dor é estranha. Um gato matando um passarinho, um acidente de carro, um incêndio... A dor chega, BANG, e aí está ela, instalada em você. É real. Aos olhos dos outros, parece que você está de bobeira. Um idiota, de repente. Não há cura pra dor, a menos que você conheça alguém capaz de entender seus sentimentos e saiba como ajudar."

- Charles Bukowski


Meus delírios sem você.

"Eu nunca soube caminhar em linha reta, sempre levei a minha vida em passos meio tortos, coisa típica de quem procura por abrigo e não sabe em quem, não sabe onde e não sabe como encontrar, mas aprendi por você. Aprendi porque quando você me olhou pela primeira vez eu finalmente encaixei minha vida em algum lugar - e eu sei que a retina dos teus olhos não é bem um lugar, mas me oferece abrigo, meu bem, tem as medidas certas pra que eu me encaixe e respire você. 

Queria ter esbarrado contigo noite passada pra compartilhar essa aversão bonita que eu sinto por você. Você sabe dela, eu sei, mas eu inventaria uma metáfora nova pra te explicar; falaria sobre alguém viajando pelas estrelas, ou viajando sabe-se lá onde enquanto olha nos teus olhos. Você diria que o discurso é tão clichê que bêbado nenhum entenderia e questionaria, mas que você até entende. Entende essa minha mania de tentar encaixar todos os detalhes da minha vida em umas frases bonitas que falam de você. 

Não esbarrei com você e acordei ofegante. Papo de quatro da manhã, enquanto fazia sete graus lá fora e eu me perguntava por onde você andava que não aqui. É que eu morri um pouco quando você passou pela porta da minha casa aquela vez, e nunca mais voltou. Morri de novo, uma semana depois e com três tiros no peito, quando você parecia levar a vida sorrindo em festa em outro lugar. E por isso meu peito pesava, a respiração ofegava, eu sentia alguma coisa me corromper com cortes dados a ferro quente, me cremando aos poucos. Era como se eu tivesse corrido uma maratona em solo coberto de brasa, tentando escapar de algum sonho ruim em que não tinha você - até tinha, mas não comigo. E eu sentia a saliva ferver na garganta queimando a traqueia, enquanto eu morria engasgado com coisa pra cacete que eu tenho pra te dizer. E eu não sabia se era melhor ficar deitado sentindo a angústia, ou se era melhor correr de mim mesmo pra ver se eu esbarrava com você. 

Bobagem pensar que eu preciso fugir de mim pra esbarrar contigo. Pelo menos não fisicamente. Se você soubesse como cada detalhe aqui dentro tem um pedaço teu, talvez você não fosse embora reportando um discurso clichê de como é necessário a gente aprender a ser singular. Singular mesmo, meu bem? É assim que eu sou sem você. Um alguém limitado com espaços curtos pra ser e existir. É que eu ainda não encontrei motivo nenhum pra dar passos largos se não tiver a tua mão na minha; ainda não encontrei lugar nenhum em que eu me encaixe e me sinta confortável que não em você. 

É cinco da manhã e você deve estar indo dormir. Finjo pra mim mesmo que não ligo, que sou feliz por você sorrir em outro lugar, com outro alguém que não sou eu. Mentira, não consigo me enganar. Continuo ofegante, porque eu nunca soube caminhar em linha reta, sempre levei a vida em passos meio tortos, coisa típica de quem procura por abrigo e não sabe em quem, não sabe onde e não sabe como encontrar, mas encontrei em você. E é por isso que na sua ausência eu fico tonto, desnorteado, cambaleando pra lá e pra cá, botando a culpa dos tropeços nos desníveis das calçadas. Bobagem, amanhã você volta e eu te lembro do quanto eu te quero bem. Dia desses eu te encontro e te explico, igualzinho a como fiz ajoelhado diante da cruz enquanto rezava por você; é nos teus olhos que eu tenho chão e tenho teto; é em você que eu encontrei abrigo.

- Júlio Hermann 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Assim como aprendi rejeitar as dores, também fui ensinada a agradecer os bons sentimentos. Nem de perto somos o casal mais normal que existe e creio que isso nos torne mais fortes a longo prazo. Eu tenho minhas dores passadas e marcas constantes de outros amores que explodiram meu peito com bombas atômicas. Você por sua vez tem seus problemas e seus vícios que falam mais alto que sua própria voz. No passado fomos o caos que nos salvava. Atualmente somos as calmarias que nos fazem voltar pra casa. Eu me curei, mas não por inteira. Você se venceu, mas não ao todo. Assim como você, eu também tenho milhões de recaídas e pensamentos nem sempre bem explicados. Tenho saudade de certos momentos, não de pessoas. Me doem mais as lembranças que fui obrigada a esquecer do que as pessoas que causaram essas ironias que eu tanto odeio. Eu sei que a gente tem muito no que trabalhar ainda, assim como sei que nem sempre vamos conseguir. Sei que haverão brigas comparadas a Hiroshima e Nagasaki. Assim como sei que haverão calmarias como os dias de sol em Hanauma Bay. Sei que a gente talvez relembre o gosto árduo do caos e que talvez com o tempo isso se torne insuportável. Mas, também sei que quando me dispus a enfrentar os dias de dor do teu lado, ganhei de presente os dias de felicidade. E pra mim, isso é um relacionamento. É superar as partes ruins e celebrar as boas. É estar ali do lado, mesmo que com raiva. É saber pedir perdão e aprender a perdoar. Eu sabia quando entrei nisso que seria necessário o triplo de paciência, assim como você também desconfiava que não seria assim tão simples. E não é. Existem pontos do passado de nós dois que vão incomodar pra sempre e quem sabe que voltarão a ser pauta de boas discussões. Eu me preocupo com isso, sim. Mas me preocupo mais em descobrir como passar por cima disso tudo. Me preocupo mais em me manter do teu lado sem ver em que situação estamos. Me preocupo mais em aprender todos os dias a te amar e com isso esquecer de uma vez por todas tudo o que me afastar de você. Me preocupo em me curar dos antigos machucados e me expor por inteira a você. E hoje o dia pode estar sendo péssimo. Podemos ter deixado com que velhas situações e velhas pessoas interferissem no nosso bem estar como casal. Eu sei que assim como eu, você também não quer nem pensar sobre isso. E exatamente por isso, não vim dizer o que está errado entre nós. Vim, pelo ao contrário, te agradecer. Agradecer por você sempre saber me encaixar no meio dos seus braços pra me fazer dormir bem. Agradecer por você sempre segurar minha mão com força e estar pronto pra me defender, mesmo que não concorde com a situação. Agradecer por você zelar meu sono, por me fazer sorrir de um jeito largo, por escolher a cor do meu esmalte toda sexta feira. Agradecer por você se esforçar, por você se recusar a me deixar passando mal sozinha, por nunca ter saído do meu lado. Agradecer por você me ouvir, mesmo sob efeito da droga. Por você comprar meus cremes na farmácia, por me levar junto aos seus treinos. Agradecer por você me lembrar do gosto do verão e por nunca sentir vergonha da minha aparência. Por fazer planos do meu lado, por querer ir a Bali no meu aniversário do ano que vem. Por estar disposto a enfrentar o pós operatório comigo. Por dizer que me ama mil vezes por dia. Por entender minha insegurança, meus medos injustificáveis e meu mau humor matinal. Por passar o dia grudado em mim assistindo uma série qualquer acariciando meu cabelo. Agradecer por você ser meu melhor amigo. Por ser meu porto seguro. Por ser tudo e um pouco mais. Agradecer por você me ensinar todos os dias a ser melhor e por nunca ter desistido de mim, nem quando eu pedi. Agradecer por você me ajudar a reencontrar minha fé, por cantar baixinho aquela música do Saulo que me acalma. Por suportar as mensagens entre eu e um ex. Por não torcer o nariz quando toma suco de couve. Por me dizer sempre que eu sou linda, mesmo quando eu não acredito. Por passar o dia na cozinha comigo. Por saber que cozinhar é terapêutico no meu caso. Por lembrar dos horários dos meus remédios, marcar meus médicos e me acompanhar nos meus exames. Por segurar meu cabelo quando as coisas não vão bem e por sempre desenhar uma carinha feliz no esparadrapo do meu soro. Por me abraçar e dizer sempre que a gente vai voltar a viver. Por estar mais nervoso do que eu pra cirurgia. Por fazer planos pra depois dela. Agradecer por você ter aprendido a rezar por mim. Por ter me emprestado tua voz. Por me dar a sua força. Por me fazer ficar em pé. Por brigar comigo quando eu não quero comer ou sair da cama. Por me forçar a andar. Por me segurar no colo e ser uma extensão dos enfermeiros em casa. Por me dizer sempre que a vida tá perto de voltar a ser como era e por anotar na minha agenda os compromissos que eu sozinha esqueceria. Agradecer por você me entender, por não exigir saber demais e por acima disso tudo demonstrar em todas as atitudes o quanto me ama de verdade. Agradecer por você não ser só um namorado, mas o melhor de todos. E agradecer principalmente por você ser a rocha que eu precisava e por ser também toda a calmaria que eu necessito. Agradecer depois de tudo e antes de tudo, esse amor incondicional. O que me faz lembrar que o dia pode não ter sido dos melhores, mas por esses e por mais milhões de citáveis motivos, me lembrar que a gente consegue consertar tudo. E quando não conseguir, o que a gente sente vai falar mais alto quando parecer o fim. Eu te amo. Te amo demais. Não só pelo que você é ou pelo que faz, mas por me fazer não desistir nem de mim, nem de você e nem de nós.

Você é o tipo de amor que somente Roberto Carlos explica e Alcione traduz. É a voz de Adele em meio as notas tristes embaladas em músicas que quase sempre me fazem ter os olhos cheios de lágrima. Você é um dia cinza chumbo no meio de uma semana ensolarada. É o ardido nos olhos de um cozinheiro que acabou de cortar mil cebolas. É a insônia mais insone de todas, o amargor mais presente na boca pela manhã. Você é o gol contra que meu time levou no último minuto daquele jogo que valia o campeonato todo. É o encolher dos ombros antes de dormir. É aquele corte pequeno feito no papel sulfite. Você é a enxaqueca diária. O cansaço matinal. A ressaca dos domingos. É aquela dor aguda que nem a morfina soluciona. É o despertador depois de noites mal dormidas. Você é as crises depressivas, os ataques de pânico, os terríveis pesadelos, o silêncio ensurdecedor. É a fraqueza do corpo desidratado, a posição fetal na cama e a ausência de fome. É as olheiras fundas, a boca seca e os medos mais irracionais. Você é aquele mergulho no mar que termina em caldo. Aquela viagem com cinquenta escalas e horas estressantes em aeroportos. O fim do livro preferido. A morte de alguém querido. É tudo o que incomoda, machuca, atormenta e destrói. Você é o findar, o adoecer e o ferir. É aquele amontoado de palavras não ditas que te afundam mais do que toneladas em alto mar. Você é o que eu quero esquecer. O que eu finjo que nunca aconteceu. O motivo das minhas preces em desespero. É o que me faz desejar uma amnésia, um rompimento agudo, um destroçar. É quem eu desejaria nunca ter cruzado o caminho. Quem me congelou, me deixou sangrando em meio a tubarões brancos. Foi quem me fez perder o caminho pra casa, quem escureceu meu quarto, paralisou meus sonhos, arrancou de uma só vez todo o brilho que havia na alma. Quem apreciou meu sofrimento sentado sorrindo. Você é meu maior erro. Meu pior instinto. Minha falta de fé. É meu mal querer. É alguém que eu tento esquecer todos os dias. Quem sempre retorna sem querer. É quem me causa queimaduras de quinto grau, sem nem ao menos estar em contato. Quem me faz pensar no quanto certas coisas não valem a dor que geram. Você é o tipo de amor questionável. É o que traz a morte. E o que por milhões de anos continua existindo sem permissão. Você é, mesmo que não queira, a dor mais doída e o verso mais perdido que eu possuo. É sem poder fazer nada, aquele que eu não consigo perdoar, não quero amar e oro a Deus todos os dias tentando arrancar do peito de uma só vez.

- 060984
"O mais assustador nisso tudo é que eu estou calmo. Deveria estar quebrando algo, arrancando alguns fios de cabelo, talvez. Deixar o desespero dominar, explodir para o mundo, quem sabe. Porém nenhuma reação sequer. Enquanto eu demonstro o que sinto, tudo é muito previsível. Mas, quando não sei expor, nada mais sou do que uma bomba relógio sem contagem exata. Eu não me preocupo com quem sou agora, estou preocupado com quem posso vir a ser. Não tenho medo do meu silêncio, tenho medo das palavras por dentro."

- Allax Garcia. 
"Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior."

- Martha Medeiros.
"Não se perca no mundo de alguém enquanto o seu estiver caminhando."

- William C.
"Acho que quando tem que ser, simplesmente é. É simples, é inteiro, é intenso. Não tem linhas em branco e nem mágoas escondidas atrás das portas."

- Clarissa Corrêa
"Passou por aqui, deixou um rastro de saudade e até pensou em ficar. Mas, você sabe como é né, qualquer um prefere a vida dos outros, já que a minha é bagunçada demais para se morar."

- Thiara Macedo
"Eu gosto do silêncio. Da janela do meu quarto fico observando o mundo lá fora, somente eu e meus pensamentos. Gosto porque de barulhenta, já chega a minha mente. Não preciso de multidão para aumentar meu caos. O silêncio já lida bem com ele e eu gosto disso"

- Giulia S
"Ele se foi com os olhos secos, mas com o coração em prantos."

- o Assassino de Borboletas
"Esquecer alguém não é fácil, mas, as vezes é necessário para você poder seguir adiante."

- Bruno Estevam
"Estamos andando em direções opostas, embora nossos mapas sejam guais, por sorte nossos futuros poderão se cruzar em algum ponto do percurso, porque vivemos sem noção alguma de direção. Bem, espero que a gente se perca logo, e por destino ou ironia, acreditemos que o outro será capaz de nos ensinar o caminho certo. Por mais triste que seja esperar as coincidências, somos todos feitos de acaso."

- Sean Wilhelm 
Sempre que fico muitas horas em silêncio trocando de uma música para a outra, inevitavelmente, você passa pela minha cabeça em alguns segundos. Você se instala nos pensamentos mais vagos e como perfume doce permanece ali fazendo efeito na roupa o dia todo. Não que me faça mal, porque não faz. Mas, pensar em você agora é estranho. É estranho, é dolorido e um pouco incômodo. Quando lembro de nós dois juntos, me dói. E só dói porque não consigo entender onde foi parar tudo aquilo que batíamos no peito e resmungávamos ao universo que era só nosso. Nesse momento você está solteiro, deve ter acionado o modo "galinhagem" de novo e eu, bom eu estou com alguém. Você sabe. Meio mundo sabe. Ele realmente é o que eu quero ter agora. É quem eu quero ter e isso não vai mudar. É só que, quando penso em você milhões de coisas diferentes se passam pela minha cabeça. Me pergunto o que foi que aconteceu com você nesses últimos anos. Me pergunto se te doeu me ver fechar de uma vez por todas a nossa porta entreaberta de sempre. E não é como se ao saber que te doeu eu fosse abrir a janela permitindo que você entre e arruíne meu mundo mais uma vez. Isso definitivamente não vai acontecer. Ao ser eu a pessoa que levantou e foi embora, as coisas mudaram. Eu não consegui achar se quer um momento para continuar me reaproximando de você e isso me fez desistir antes mesmo de poder te ver chegar perto. Talvez tenha sido covardia minha. Ou talvez tenha sido só medo mesmo. Medo de te ver e lembrar dos motivos que me fizeram te amar. E medo também de querer você de novo. É tarde demais. Eu sei disso. Você sabe disso. Entre nós não sobraram surpresas ou coisas não ditas. O que sobrou foi um ponto de interrogação em rosa pink. Um baita alerta de perigo. Um motivo pra deixar de vez os caminhos seguirem por lados opostos. E eu sei que você me entende melhor do que ninguém nesse sentido. Por que cargas d'água a gente tentou mexer nessas feridas que já estão em formato de cicatriz envelhecida? Não tem a mínima lógica. E mesmo sem ter lógica, as vezes em silêncio, eu penso em você. Penso no quanto nada disso faz sentido. Penso que pelo menos valeu a pena a experiência. Mas, hoje eu queria dizer que não. Queria levantar a voz, desbloquear teus números, ligar e dizer: me encontra. Queria te abraçar forte e aliviar a saudade que ficou. Queria bater na tua porta e te olhar dentro dos olhos mais uma vez. Queria poder entender. Queria poder te querer. E apesar de não ter nada que me impeça de fazer isso, eu prefiro seguir em frente com essas interrogações na cabeça do que sentir você perto de novo e ser estraçalhada mais uma vez. Não te querer mais é tudo o que me defende agora. E sejamos sinceros, se fosse amor eu não deveria ter que me proteger de você. Certo?
"Sei lá o que me dá, se é medo do futuro, preguiça de regar nosso convívio ou alguma crise existencial que vai e vem. Mas, precisei ficar só. O que eu menos queria era ver você aborrecido e temido quanto ás coisas que sinto. Só faria me sentir pior e mais impotente. No duro, pediria sua ajuda se soubesse o motivo, mas sou diferente e não vejo necessidade de divagar sentimentalismos e fraquezas. Basta você saber que não saiu do pensamento um só minuto se quer. Mas hoje, preciso de você."

- Gabito Nunes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Você se tornará melhor quando esquecer algumas coisas e sua calma for do tamanho da sua alma."

- Motivando.
"Já até pensei que eu fosse um problema sem solução, mas quando a gente encontra alguém com paciência de nos solucionar, o difícil se torna tão fácil."

- Thiara Macedo 
"A gente tem é que sentir arrepios na vida. Aquela coisinha boa dizendo que você está no caminho certo, que é aquilo mesmo e as coisas estão fluindo. Pobre de quem não sente arrepios e não comemora em silêncio consigo mesmo enquanto tudo se encaminha. Pode ser um arrepio de amor, realização, surpresa, expectativa, não interessa. Arrepios são um aviso: estamos vivos! E prontinhos para sentirmos e sermos felizes. Arrepios, daqueles que levantam todos os nossos pelos, são a maior demonstração de como o nosso coração gosta de sorrir."

- Camila Costa 
Acho que foi naquele dia em que estávamos fazendo mil e uma caretas no espelho, pra depois descobrirmos as câmeras, que comecei a te amar. Ou talvez tenha sido no dia em que você caiu da escada quando me esqueceu lá em baixo com o cachorro. Pode ter sido também no dia em que você me abraçou forte e olhou o céu me comparando a uma estrela. Existem tantos momentos que me fizeram te amar mais, que juro, não consigo lembrar do momento em que percebi que não queria mais ninguém. Você me causa essa explosão de clichês e essa postura de adolescente apaixonada. Você me faz crer em eternidade, em destino e em horóscopo chinês. Também me faz pensar em futuro, em saúde e família. Me faz querer ser maior, melhor, mais bem humorada e mais bonita. Você me causa essa mistura de paz com euforia e a incrível mania de te olhar com os olhos brilhando. É como se eu nunca tivesse amado outro alguém como eu te amo. Ou pelo menos é como se com você, fosse pra dar certo. Eu já não penso no passado, nas mágoas causadas e nos erros cometidos. Só penso no futuro. No presente. No nosso mundo. Você é meu melhor amigo, meu maior porto seguro. É tudo pelo que eu luto desde que acordo até a hora de dormir. É meu remédio natural pra dormir e o curador de qualquer sentimento ruim. Você é minha cura, meu bem estar e minha estabilidade emocional. É meu sorriso largo, minha vontade de aprender de novo e minha fé restaurada. É tudo pelo que eu largaria o mundo. E eu posso não saber exatamente quando foi que percebi que te amava, mas sei que foi em um desses nossos momentos ridículos. Em um desses que não tem mais ninguém em volta. Você me encanta, me fascina e me causa uma sentimento de admiração eterna. Quando você se esforça pra sermos melhores juntos, me faz entender que tudo mais vale a pena. Você me olha e enxerga minha alma, me abraça e me reconstrói. Me faz ser uma muralha, uma mulher indestrutível. Você é meu calcanhar de Aquiles, mas também é tudo que me faz ser duplamente mais forte. É como se com você eu descobrisse uma nova versão de mim mesma. Melhor, mais resistente e duas vezes mais calma. Não sei se tudo isso que temos vai durar mais um dia, mais um mês ou mais um ano. Quem sabe mais uma vida. Mas, sei e te prometo que enquanto durar, eu vou continuar lutando pra que nunca nenhum de nós perca o caminho para o outro. E se vierem as tempestades, se o caos se tornar novamente nosso maior conhecido, eu vou ser mais forte por mim e por você. Desde que você lute do meu lado, eu sei, não existe nada que não possamos enfrentar. Portanto, saiba que mesmo sem saber quando foi que passei a te amar, todo dia eu descubro um motivo a mais pra continuar aqui. E não há nesse mundo força que possa me tirar isso.
"A gente demora demais para se livrar de pesos e culpas. Mas um dia, finalmente, a gente acorda. E descobre que tem uma vida inteirinha pela frente."

- Clarissa Corrêa 
"Amar não é tão difícil. O complicado é encontrar um amor que te faça bem, que não te desequilibre, que não te desestruture, que não te coloque para baixo. Um amo que seja um porto seguro. E que não tenha que disputar, que não te encare como rival, que não veja a relação como um jogo, uma guerra, um campo de batalha."

- Clarissa Corrêa. 
"Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso sim, acredito até o fim."

- Caio Fernando Abreu 
Fiquei sentada naquela tua poltrona branca cheia de manchas de vinho te olhando dormir. Coloquei uma música qualquer no fone e fiquei ali parada pensando em um milhão de coisas diferentes. Te olhar dormir estranhamente agora enche meu peito de bons sentimentos e me enche inteira de paz. Nunca achei que nós dois chegaríamos no ponto onde damos calmaria um para o outro. Antes de você eu era caos, com você eu era tormenta. Antes de mim você era tempestade, comigo você dava uma nova conotação ao caos. Nos mantínhamos em extremos e agora com a surpreendente calmaria suponho que aquele ritmo doentio destruiu o que naquela época tínhamos como suficiente. Também não acho que daquela vez um de nós conseguisse compreender que éramos somente a tábua de salvação um do outro. Do meu jeito torto eu te salvava de afundar e consequentemente me salvava junto. Ao te manter em pé, eu me mantinha em pé. Você era dependente de mim e eu mais ainda de você. Nossa base não era tão forte, mas eu sabia que enquanto você estivesse forte, eu também estaria. Nossos extremos por fim, fizeram com que decidíssemos seguir por caminhos opostos. Eu precisava me curar sozinha, precisava tirar o mal do passado de dentro e você precisava descobrir como se enfrentar sozinho. O tempo nos fez um favor ao nos afastar e hoje, aqui te olhando tão sereno respirando fundo, consigo sorrir de canto e agradecer aos céus por ter você não mais como uma salvação e sim como um bênção. Hoje você é minha maior alegria. E te digo isso com o coração envolto de calor, com a alma brilhando sozinha e com o corpo todo em paz. Você nesse momento me causa mais conforto que o resto do mundo e eu facilmente troco qualquer compromisso lá fora pelo teu colo. Pra mim não é mais difícil estar sentada contigo comendo pipoca enquanto aquele filme velho passa pela quinquagésima terceira vez. Eu já não ligo por sabermos de cor as falas dele, desde que seja a tua voz que esteja junto a minha quando gargalhamos sem parar na mesma cena de sempre. O que antes era evitado porque nossos caos juntos não permitiam uma vida tranquila, hoje é nosso maior querer. E se antes eu tinha medo da rotina, hoje é algo que não me assusta. Minha rotina se torna inteira quando a sua rotina se junta transformando nossos mundos opostos em um mundo só. Você me faz sorrir, até nos meus momentos mau humorados. Você me dá sem esforço algum tudo que eu sempre sonhei em ter. Desde que o caos deu lugar a essa sensação indescritível eu só tenho vontade de te dizer o quanto eu sou grata por você existir. E te dizer o quanto eu sou grata por isso, só me faz querer olhar para o céu e dizer mais uma vez o quanto abençoada eu sou por isso. Se antes eu implorava aos céus pra te esquecer, hoje eu imploro por mais vidas grudada em você. Seja pela tua altura ideal, pelo abraço apertado que cola meus pedaços quebrados, pelos olhos sempre atentos ou pela gargalhada alta que me faz sorrir. Seja pelas tatuagens tão bem alinhadas ao seu corpo, pelo cabelo bagunçado ou pela cor da pele que sempre me lembra o verão. Seja pelo tom rouco da tua voz, pela forma como você se entrelaça a mim na hora de dormir ou por saber exatamente o que fazer na cama quando eu perco o sono. Também pode ser por torcer pelo mesmo time que eu, por amar o tatame tanto quanto eu ou por ser incrivelmente insuportável quando assistimos qualquer outro esporte. Não sei ao certo o que é que me faz te ver e sentir meu corpo todo brilhando, mas isso existe. Contigo eu tenho aquela sensação de nunca estar sozinha. De nunca estar desprotegida. Quando eu te olho, quando eu te abraço ou quando eu te escuto, tudo me traz essa paz inesgotável. Do teu lado eu não tenho mais medo do amanhã, nem se quer penso no passado e tenho no meu presente um incrível motivo pra lutar. Luto por mim, luto por você e acima disso por nós. Se isso tudo não for amor, então você acabou de inventar um novo sentimento ainda sem nome. Ao te olhar daqui dormindo em paz, me sinto completa. E ao me sentir completa posso te dizer que nesse momento não há nada que me torne mais feliz do que te olhar dormir e saber que daqui a pouco vou receber um bom dia dito com aquela voz sua voz rouca. Do teu lado eu aprendi que a simplicidade do que temos, me é mais do que o suficiente pra querer estar assim hoje, amanhã e se Deus nos permitir por muitos anos a frente. Eu te amo não pelo que você é, mas pelo que me faz ser quando estamos assim um do lado do outro.