segunda-feira, 21 de setembro de 2015

"Eu gostei de você mesmo antes de te conhecer. Eu te achei interessante mesmo antes da nossa primeira conversa e eu sabia que iria sofrer, mesmo antes de você partir."
- Descriar.
"Esconder é fácil, difícil é deixar de sentir.
O tempo ameniza, mas não cura.
A novidade preenche, mas não substitui."

- Martha Medeiros.
"Tinha esquecido do perigo que é colocar o seu coração nas mãos do outro e dizer: toma, faz o que quiser."
- Caio Fernando Abreu
Acordei no meio da madrugada e fiquei te olhando dormir.
Cheguei a conclusão de que com certeza essa é uma das minhas imagens preferidas no mundo, te ver calmo e em paz, é quase um soneto que me inspira a procurar a tranquilidade que me falta nessa vida. Você dormia pesado, talvez pelo cansaço dos últimos dias.
Nem notou quando sai dos seus braços e sentei para te observar de mais perto.
Sua respiração ritmada com seu coração me fez sorrir.
Eu sorri porque ainda não entendo o que um homem como você viu nessa bagunça pessoal que eu sou. E sorri mais ainda quando lembrei de você falando que eu era a melhor coisa desse ano para você. Ao mesmo tempo que sorri senti uma pontada de pena, pena por você me olhar como uma coisa que salvou seu ano sem ao menos saber que não, eu não posso te dar mais do que eu tento todos os dias. E eu até poderia dizer que você salvou meu ano quando voltou.
Aí está a diferença entre nós dois. Para você eu sou a melhor coisa do ano. Para mim, você salvou um ano que não teve como ser bom, ainda.
Sabe o que isso quer dizer?
Eu e você somos praticamente incompatíveis.
Você voltou porque sentiu falta, porque me ama. E eu não consigo amar ninguém agora, mas te deixei voltar porque precisava dos seus abraços fortes que me embalam na hora de dormir.
Eu precisava dos seus braços em volta de mim e fui egoísta.
Meus pensamentos estão praticamente em guerra e meus sentimentos então, não sei nem por qual parte da bagunça começar a te explicar.
Então eu não explico e você acorda assustado por não me sentir na cama, me vê ali parada e pergunta se eu estou bem. E me diz, como te dizer que não?
Minha vontade ainda é gritar que está tudo esmigalhado aqui dentro, mas não posso.
E por isso respiro fundo te dizendo que só levantei tomar água.
Você me olha como se soubesse, mas não diz nada.
Só sorri e abre bem os braços. Nesse momento tudo dentro de mim fica em silêncio.
As guerras e gritarias param.
Você pode não ser quem eu amo, muito menos quem me machuca todos os dias por ainda existir aqui dentro. Mas você é mais que isso. Você é minha paz.
Você é o que me mantém segura, tranquila e quieta. E isso com certeza significa muito mais do que ser meu amor, porque isso te faz ser o que ninguém consegue.
Eu posso não ser apaixonada perdidamente por você.
E ser mais ogra que agradecida.
Mas, sabe, aos poucos eu vou aprendendo que um amor só pode existir se tudo isso que você é estiver junto. Sem isso o amor é o que foi pra mim dessa última vez, nada mais que uma dor aguda.

"Foi então que parei o carro, respirei fundo e me lembrei de mim mesma, de como eu era feliz naquele começo e de como agora eu vivia sofrendo e pensei: "Ainda sou apaixonada, sim. Mas desisti de você antes que eu tivesse que desistir de mim."
Ainda sinto saudades, ainda sou apaixonada por você, mas por mais apaixonada que eu seja, não vale a pena sofrer."

- Thatu Nunes 

domingo, 20 de setembro de 2015

"Mas quando é amor, é outra história. Perdoa uma vez, duas, três. Faz um esforcinho pra perdoar a quarta e a quinta. Na sexta vez você fecha os olhos e finge que não te magoou. Na sétima vez você pede baixinho para conseguir ir embora pela porta dos fundos de mansinho, só para que ele não tenha tempo de perceber e pedir mais uma oitava chance, porque você sabe que daria mais, mais, mais, mais e mais."
- Os porquês de Amélia Roswell. 
"Te amei acima de qualquer coisa. Te amei enquanto todos me julgavam louco. Te amei aceitando suas falhas. Te amei enquanto deveria ter te odiado. Te amei enquanto você não me entendia. Te amei mesmo quando você me ignorava. Te amei apesar das suas ausências - te amei até me arrepender de ter te amado assim."
- Sean Wilhelm. 
"Gostaria de poder te desconhecer, desamar."
- Michele Valentim

sábado, 19 de setembro de 2015

Menino Problema.

Tudo bem, eu realmente quero te dizer que meu coração não é seu. Tá feliz agora? Você acertou, eu ainda tô emocionalmente presa em alguém, que por sinal nem merece isso. E meu coração não quis se livrar dele, ainda. Não por enquanto, não sei. 
É, tá tudo confuso, desculpa.
Eu nem sei como te dizer tudo isso de um jeito que seja fácil de entender. É que sabe, minha vida já foi de tudo um pouco e eu desisti desse negócio de me entregar. É eu sei, parece que a última pessoa que passou por aqui fez um estrago maior do que o previsto. Acredite, ele também dizia que ia ser diferente. E eu tenho medo.
Medo de você ser no fim das contas uma avalanche que vai me derrubar lá no fim do precipício que eu acabei de escalar inteiro pra voltar aqui. 
Ei eu sei que você não tem culpa, quem me dera fosse tão simples assim. Você não tem culpa pela dor que ele me causou. Mas você, assim como ele não vem com um letreiro escrito "vou ferrar com tua vida de graça e sorrindo", se fosse assim ele nem teria feito o que fez comigo. Vai que você é igual... 
Não parece justo né?
E não é. Eu só não consigo nem pensar em passar por isso de novo. Eu só não quero ser o motivo pra que você também desista de se apaixonar. E ultimamente tenho te deixado mais mal que bem. 
E garoto, você sorrindo é o paraíso na terra. Entende? Você tem um corpo de Deus grego, um sorriso que pode parar o universo por tempo o suficiente pra qualquer mulher cair aos teus pés. Você é marrento, parece até comigo em alguns momentos. Mas nada disso é mais do que os teus olhos. 
Porra, quando você me olha assim sem entender o que eu ainda tô tentando fazer, você me quebra. Me faz quase gritar: FODA-SE, vou sofrer por esses olhos. Mas ai no momento seguinte você pisca e eu me pergunto se essas piscadas vão ser minhas ou se você vai fazer esse mesmo movimento com tantas outras mulheres enquanto diz ser só meu. Eu não quero te magoar, não quero que você me magoe. Não quero que vá, mas não quero que fique. Eu sou assim. Tô confusa. Tô errada. 
Para de me olhar! 
Não vou sofrer de novo, não consigo fazer isso de novo. Então não me pede pra te ensinar a lidar comigo. Não diz que tá disposto a esperar, muito menos me faz confiar em você. Não quero confiar em você. Não diz que me conhece. Nem se derrete comigo sorrindo, por favor. Não me elogia, nem diz que tem sorte. Menino, sorte sua seria não ter se metido nessa confusão. 
Porque eu sou isso, uma confusão. Um problema. E acredite, os caras cansam. O pior é que cansam e nem me avisam, sabe? Eles simplesmente resolvem me destruir. Acho que aparento ser forte demais e eles se sentem no direito de testar até onde aguento. Não aguento não. Dói horrores, mais do que eu consigo te dizer, então não faz isso.
Não seja mais um caminhão de luz me esmagando no asfalto. Acho que pra ser sincera, não aguento mais nem ser atropelada por uma bicicleta, muito menos por um caminhão. E acredite, você tá longe de ser uma bicicleta. Sabe quando percebi?
Quando você me abraçou depois de se tornar "o melhor sexo da minha vida" e me fez dormir protegida por braços tão fortes que nada de ruim seria capaz de entrar ali.
Tá vendo? Você já é um problema pra mim.
Eu penso sim em você, mas tento não pensar. E é óbvio que quando somos eu e você na cama principalmente, eu sou completa e sem rachaduras. Ainda se fosse só na cama, era tranquilo. Homem pra isso eu encontro sem sair de casa. Mas você não é só isso.
Você é o cara forte, cheio, marrento, com um sorriso que me faz sorrir. É aquele que anda na rua de mãos dadas, porque quer me proteger e mostrar que tá ali pra isso. É quem me apresenta pra família com uma naturalidade assustadora. Quem esquece os bons modos quando fica nu. Mas relembra de todos os traços de cavalheirismo assim que me abraça pra dormir. 
Você é quem tem me feito olhar pra frente. Tipo uma luz no fim do túnel. Uma luz bem brilhante. É isso. Você tem sido as estrelas da minha escuridão. E isso da um medo filha da puta. 
Porque pra ser sincera, o último filho da puta que me devolveu a vida, depois me enterrou viva e ainda ficou sorrindo em cima da minha cova. Eu acabei de conseguir respirar. Não tô viva ainda. E sim, garoto, eu ainda amo esse filho da puta. Não que eu queira entende?
É complicado. Eu sou complicada, já te disse isso? Provavelmente só um milhão de vezes. 
Mas adivinha? É mais um dos mil motivos que já te dei pra ir embora. E se for agora, tudo bem.
Nenhum de nós dois vai sofrer. Você pode ir, eu juro que deixo a porta aberta pra você vir dormir aqui sempre que quiser, mas não me olha como se fosse ficar sempre.
Não se apaixona pelos meus problemas, erros e cicatrizes. Nem me diz que ta tudo bem.
Porque não ta. Dá tempo ainda! 
Vai lá pra fora e abra bem os olhos. Viu aquela menina ruiva que sempre te olha com esperança? Aposto com você que ela vai te fazer feliz. E eu ficaria feliz de te ver feliz. 
Mesmo! 
O ato mais egoísta meu seria te dizer: fica. 
Porque se você ficar mesmo, teus dias não vão ser fáceis. Você vai ter que ser as vezes o herói. As vezes o exterminador do futuro e na minha TPM vai ser obrigado a ter alma de anjo pra não me tacar sacada a fora. Se você ficar, vai ter que se acostumar com os pesadelos. Tenho tido muitos.
Com horários de remédios diferentes o dia todo e comigo reclamando disso mais ainda.
Se você ficar, vai ter que me olhar sempre como tem me olhado. Até nos dias ruins. E vai ter que dizer que eu sou linda como diz, quando me ver de roupa larga (pode ser as suas) e descabelada indo atrás de um copo de água gelada. 
Vai ter que rir de mim andando descalça pelo prédio. E se acostumar com a minha péssima mania de não comer direito. Vai ter que ler meu manual de instruções quinhentas vezes. 
E provável que não me entenda.
Se você ficar, vai ter que entender que não, meu coração ainda não é seu. Mas pode ser. E eu quero que seja. Quero mesmo, mas me dá tempo pro tempo tirar aquele lixo daqui de dentro e a gente vai conseguir. Só não acelera meu processo. Isso vai fazer com que você saia machucado e eu mais fodida ainda. 
Então compre doses extras de paz, sabedoria, calma e aprenda os mantras de meditação. 
Você vai precisar, se ficar. 
E se ficar mesmo, vai ter que entender esse meu laço com a religião. Eu tenho fé. Creio em Deus. Mas tenho trauma de igrejas, em geral. 
A última me trouxe uma ferida grave. E sim, eu to falando dele de novo.
Te disse, ele ainda tá vivo aqui dentro e eu já tentei metralhar ele. Não adiantou não.
Mas me dá tempo.
Se você ficar, me da amor. Me faz entender que não se importa com meu passado. Muito menos com as ambições. Diz pra mim que a gente pode ir pro Hawaii amanhã e viver longe de tudo, que não se importa com nada material. Se ficar, fique incondicionalmente. Esteja aqui como amigo, como irmão, como cúmplice, como amante, como tudo um pouco. Não tente entender minha história, nem meu passado e por favor não pergunte nada. Seja só o que somos agora e olhe lá pra frente comigo. Seja meu protetor, meu guardião. Não quebre minha confiança, não me traia e nem seja igual aos idiotas que passaram. Entende?
Se você ficar e me fizer te pedir isso, se acostume com meu jeito quieto. 
Não peça palavras, porque eu não consigo.
Me aceita assim, errada, torta, problemática. Me deixa ser eu. 
E eu sou péssima, sabe? Sou brava, orgulhosa, teimosa, osso duro de roer. As vezes sou quase insuportável. Mas não desiste. Me aceita maluca assim. 
Porque eu posso ser tudo, mas se você me fizer ficar, eu não vou ser nada ruim. 
Mas esquece esse papo... 
Menino, me escuta. Quer um conselho? Usa esse olhar pra levar outra pra tua vida. Usa esse sorriso pra transbordar a cama de mulher e quando quiser vir, pô minha cama é sempre tua. Eu pelo jeito sou melhor sozinha, o que é bom. Te dá abertura de ir e vir sempre que quiser. 
Mas não se apega em mim entende? 
Porra. 
Não faz isso com você, não faz isso comigo. 
Você merece coisa mais simples. E eu? Cara, eu tô com o coração cheio de uma praga que parece incurável. Pensa bem, é isso que quer?
Espera ai, não fala ainda. 
Vem pra cama e me ajuda a lembrar porque eu tô aqui falando um monte de asneira. 
Me olha mais uma vez desse jeito teu e me abraça forte só por essa noite.  
Hoje a gente ainda pode fingir que aqui tem alguma esperança, amanhã a gente repensa e quem sabe eu te convença que não sou o que você quer, e me convença de que não, não tem jeito pra gente. 


"Era sobre isso que eu estava tentando te falar antes de tudo virar cinzas, do quanto eu me sentia segura e forte do seu lado, e que todas as vezes em que eu não disse o quanto o meu amor era grande, foi porque você estava sorrindo. E meu mundo ficava sem ar, porque olhar para você era tudo. Você era tudo."
- Ciceero M.
"Você queria tudo rápido demais. Eu só podia te oferecer o pé, mas você queria a perna inteira. E eu te daria as duas pernas se preciso fosse. O problema era que você não merecia. Não ainda. Eu falava em jantar no próximo sábado, enquanto você planejava o nosso casamento. As coisas não são assim. Dê tempo ao tempo que eu me dou a você, quem sabe. Não pula o presente e vai logo para o futuro. Eu ainda quero viver o hoje. Talvez, quem sabe, possamos pensar - juntos - em algo além do próximo mês. Uma viagem, quem sabe? Mas você fala em filhos. E em empregada para nossa casa. Meu Deus, você fala em casa. E eu continuo aqui, querendo saber quando vou receber o meu próximo salário, apenas. Nós poderíamos dar certo se você não corresse nos trilhos. Não te falaram que andar neles é mais cuidadoso? Eu não quero cair. Você também não. Então, para que escrever de caneta algo que podemos começar a lápis? Vamos com calma. Inspire ar para os pulmões. Agora, expire. Viu? Tudo no seu tempo e nós no nosso. É simples. É a regra. É a lei da vida: você quer e pode ter, basta merecer. Enquanto você praticamente gritava nas entrelinhas "me ama, porra!", eu respondia no mesmo alto e bom som: "então me cativa, caralho!"

- Capitule
Meu coração pertence a outro e o coração dele não pertence a ninguém.
Eu me perco na minha rotina atribulada e ele nas noitadas alucinantes que tem.
Minha vida tem uma rotina pré estipulada, ele acorda a hora que bem entende.
Eu já me machuquei demais e ele já foi destruído por um amor que o fez não ser forte como é.
Ele admira as minhas cicatrizes, eu me encanto com as feridas dele.
Temos pouco em comum.
Não nos damos bem na maior parte do tempo.
Ele me chama de dama, eu admito que ele faz o estilo vagabundo.
Eu gosto da cara séria que ele tem, do mistério dos olhos escuros e das tatuagens que tornam ele ainda mais atraente.
Ele gosta de enrolar os dedos no meu cabelo, sorri quando eu abro o sorriso e diz amar o cheiro do meu perfume.
Ele não me faz rir o tempo todo, mas também não me arranca lágrimas.
Eu não o amo, mas também não deixo de me entregar cem por cento quando estamos juntos.
Ele é parecido com a noite e diz que eu sou parecida com o sol.
Somos opostos.
Nossos corações só batem juntos no ritmo da batida pesada do rap.
Eu me encanto com as roupas cada dia mais largas dele.
Ele prefere que eu só use uma camiseta em casa.
Eu alucino com o tom de voz sempre certo que ele usa comigo.
Ele gosta de me ouvir falar.
Eu me sinto protegida em baixo daquele olhar que alerta perigo a milhas de distância.
Ele se encantou pelo jeito que eu o olho fixamente.
Eu gosto de batons escuros.
Ele borra todos eles sem dó.
Ele tem mais de dois metros de altura.
Eu sou pequena.
Ele tem a cor da pele negra, assim como o passado dele.
Eu sou mais branca que uma página nova de sulfite.
Nós dois tínhamos tudo para sermos estranhos.
Ele gosta de Marlboro Vermelho, eu dos charutos cubanos.
Ele prefere conhaque, eu whisky.
Temos uma semelhança, gostamos de tudo que é forte e intenso.
Não nos amamos.
Ele sorri maliciosamente sempre que me vê.
Eu sempre digo que é a última vez.
Ele me joga na cama e faz como se não houvesse o dia seguinte.
Eu me entrego como se realmente não houvesse.
Ele está longe de ser bom e acredita que o inferno é a eternidade para ele.
Eu ainda não sei se sou boa, mas tenho fé no perdão.
Ele diz que a alma dele está condenada.
Eu só me sinto viva com ele perto.
Ele não entende porque eu não vou embora.
Eu espero que ele não vá.
Brigamos muito.
Ele sempre conserta as coisas pesando a mão, como eu gosto.
Eu nunca deixo que a briga seja a última lembrança.
Ele me acha atraente.
Eu sempre vejo o corpo dele como uma obra esculpida por um artesão.
Ele me pega pela cintura.
Eu digo "chega".
Ele me morde a nuca e pergunta "chega?"
Eu perco a linha mais uma vez.
Ele gargalha quando terminamos.
Eu olho para ele e digo que já estou de saída.
Ele me puxa para o corpo dele e recomeça tudo do zero.
Nenhum de nós dois tem limite.
Eu me encanto com a maldade aparente dele.
Ele se apaixona pela luz que eu tenho dentro de mim.
Ele é errado.
Eu sou errada.
E é ai que está o problema.
Eu não consigo ficar longe, ele não quer ficar longe.
E volto a dizer, a gente não se ama, mas temos algo muito mais doentio e forte que isso.




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Hoje foi um dia recheado de saudade e lembranças.
Senti sua falta desde o momento em que abri os olhos, mas não lutei mais contra isso. Só aceitei que na minha vida você sempre vai ser somente uma saudade que as vezes vai me machucar.
Preciso te dizer que a raiva passou, não sinto mais aquela vontade de te destruir como você me destruiu. Não sinto mais nojo da pessoa que você é, talvez porque eu tenha me esforçado para ver somente o que você deixou de bom, se é que existe, tentei me focar nisso.
Preciso que saiba, que eu já não choro tanto como antes e que você passou a ser só um peso constante no meu coração.
Não tenho mais me amargurado com seus erros, nem com os transtornos que causou propositalmente.
Eu só sinto falta as vezes, do que você nunca foi, mas interpretou ser.
Sinto falta do meu sorriso quando eu te olhava. E daquelas borboletas infernais no estômago.
Eu tenho feito coisas diferentes e tenho gargalhado bastante sabe?
O que eu quero te dizer é que você ainda me machuca, mas já não é tão forte como era.
Eu te perdoo.
Mesmo que para você isso não importe.
Eu perdoo porque eu não mereço sofrer por você e te perdoar é um jeito meu de te dizer que te agradeço por não ter ficado.
Te agradeço por você ter sido só digno de pena.
Por não ter feito da minha vida algo melhor.
Por ter sido quem é e consequentemente não ter ficado comigo.
Você causou um mar de destruição, enquanto eu quis fazer a sua vida melhor.
E agora que o tempo passou eu sei que te agradeço por você ter feito tudo que fez. Com você eu nunca poderia estar sem maquiagem, descabelada ou com problemas. Eu nunca poderia ser menos do que "perfeita" e isso iria acabar comigo. Eu iria cansar de ficar me esforçando e implorando por um amor que nunca foi meu. E você fez com que eu ficasse livre. Livre para encontrar um homem que me olhe descabelada, mal arrumada, na TPM e cheia de problemas, mas sorria sem dizer nada me fazendo entender que me ama mesmo cheia de defeitos.
Você não amaria se quer um dos meus defeitos, só estaria ali me lembrando dos meus erros e me ferindo por eu não ser o que você queria que eu fosse.
Mas seus erros me fizeram ficar livre.
E eu estou livre para achar um homem que saiba dos meus piores defeitos, de todo meu passado imundo e diga: te amo mesmo assim, isso não faz diferença.
Um homem que não parta no primeiro erro, mas recomece do meu lado sempre que necessário.
Alguém que encontre minhas imperfeições e me faça ver que mesmo assim eu sou o que completa o mundo dele. Alguém que me faça esquecer meus defeitos. Não lembrar deles, como você fazia.
Alguém que me diga que eu não preciso olhar o que eu deixei de fazer ou o que eu fiz de errado, mas que me permita e me faça observar que eu preciso olhar o que eu ainda posso fazer.
Que olhe o futuro, do meu lado, sem exigir que eu seja o que eu não posso ser.
Entende o que eu digo?
No momento em que eu percebi que você só deixou dor, eu notei que isso aqui nunca foi amor.
Da minha parte sim.
Mas eu jamais seria o suficiente para você. Nunca seria ambiciosa o suficiente, bonita o suficiente, boa o suficiente. E isso iria me cansar. Porque eu não desistiria de você, mesmo que eu soubesse dos seus defeitos. Eu te amava mesmo assim. E isso me faria ficar, mesmo que doesse.
Como eu fiz. Milhares de vezes.
E quer saber? Preciso que saiba de uma coisa.
Eu amo você. E exatamente porque eu amo que posso dizer: te perdoo.
Se eu não perdoasse nunca teria sido amor de verdade. E se eu não te amasse, jamais te perdoaria.
O perdão, afinal de contas, é o ato final do amor. Não é?
E isso me faz respirar fundo nesse momento.
Respiro fundo porque eu finalmente entendi que posso dormir tranquila.
O erro dessa história não foi meu, não fui eu.
Eu te amei com tudo o que eu podia, de todas as formas que eu podia.
Mas eu estava pior contigo do que fiquei sem você.
Houve uma promessa de não me machucar, de me proteger, mas só homens cumprem suas promessas. E você, infelizmente para mim, fez com que tudo isso se tornasse só um peso de saudade. Me fez abrir os olhos e ver que você é o problema porque jamais sentiu nada, nem foi um homem que eu admiraria.
Você encerrou uma história que poderia ter sido imperfeita, mas feliz.
Encerrou no momento em que me fez ver que te perdoar, é o mesmo que te dizer: sinto muito, mas eu sou mulher demais para um moleque. Sinto muito, mas o que não é e nem nunca seria suficiente aos seus olhos, para mim é ser muito mais do que você jamais mereceria ter.
Eu te perdoo, te amo, mas você se tornou algo que eu simplesmente não quero para mim.
Te perdoo e te dou com todo amor que eu posso sentir nesse universo, com o sorriso mais sincero que eu tenho em mim, o ponto final que você tanto quis ter quando mentiu e achou ter se safado dos erros que cometeu.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

É algo involuntário. Sei que esse sentimento não vai acabar de hoje pra amanhã, então decidi conviver com ele.
— Poesificador 
O que a gente se torna,
quando deixa
alguém que se foi
retornar?
Tickets of Cassie.
Eu sou aquela pessoa que vai te guardar pra sempre dentro do coração, que vai te receber com os melhores abraços e sorrisos, que vai te fazer sorrir mesmo quando eu mesma não quiser sorrir. Eu sou aquela pessoa que vai querer sempre estar ao seu lado, e vai se esforçar pra te ajudar com o possível e o impossível. Eu sou aquela pessoa que chora durante a noite, mas no dia seguinte estará sorrindo, o mais radiante sorriso que eu consigo exibir. Eu sou aquela pessoa indecifrável, mas que ainda que ciente disso, necessita de alguém que a decifre, que perceba suas dores, que olhe em seus olhos e diga que está vendo ali que não está bem. Eu sou essa pessoa que vai te colocar acima de si mesma, e que mesmo morrendo de amores, não vai morrer só pra não te deixar descuidado.
— A moça das flores.

sábado, 12 de setembro de 2015

"No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso."

- Caio Fernando Abreu 
Hoje acordei e me deparei com pensamentos que não quis assimilar antes. O tempo já passou. E você não foi a única tempestade que eu enfrentei. Quando te conheci, eu já era o acúmulo total das tempestades e dos cansaços que meu caminho me forneceu. Talvez, sim, você tenha sido a gota que fez o resto todo inundar minha vida e causar essa sensação de estar me afogando, mas seria te dar valor demais dizer que só você causou toda essa dor. Felizmente para mim, você não é tão importante assim.
Respirando fundo, percebi ao amanhecer que só dependia de mim fazer com que os fantasmas sumissem. Dependia do meu próprio esforço poder silenciar a gritaria e acender novamente a luz que eu havia perdido.
Eu preciso de tempo e não posso dizer que simplesmente acordei sem que nada de você estivesse ainda aqui. Mas, tenho te ignorado. E aceitei que sorri como não sorria a anos e me deixei doer, como não me deixava também.
E entenda.
Isso não é ruim.
Eu te amei, de um jeito puro. E sofri de um jeito mais puro ainda. Mas vou te esquecer, sendo eu mesma. Já passei pela fase do desespero, do choro e das bebedeiras. Já fiz todos os tipos de besteira que você pode imaginar. Mas, estou rindo da situação.
Você, no fim das contas é só mais uma ventania. Destelhou minha casa, fez uma boa bagunça, mas não me arrancou do chão.
Agora, olhando em volta, limpar a bagunça que você causou é até mais fácil do que parecia ser a uma semana atrás.
Finalmente estou sã. Sã da minha força e da minha capacidade de ser mais do que estou sendo nesse segundo. E depende de mim travar os pés nos objetivos corretos.
Não estou dizendo que te esqueci e muito menos que te perdoei.
Apenas estou deixando claro que você como pessoa não vale nada, então como lembrança deveria valer por que?
Aos poucos volto a sorrir e ainda em silêncio, pretendo esperar o vento acabar.
Mas já posso te adiantar, vi a previsão do tempo e há a previsão de um sorriso ensolarado me ajudar a limpar o resto de lama que a sua presença deixou na porta de casa.
"Menina, eu sei que dá vontade de guardar tudo em uma mala e jogar no mar para nunca mais achar. Eu sei. Mas todo mundo sofre. Não tente fugir disso, ou acabar com isso. Acontece com todo mundo. E passa. E quando passa, você fica mais forte. Sua dor não é diferente das outras, nem especial... Não tente fugir disso não, a dor sempre te acha. E quanto mais fugir, mais ela vai aumentar e te perseguir. Não vale a pena. Vai e luta. O tempo leva, você supera. Eu sei que sim. Você vai sorrir de novo, pode apostar. E sorrir forte, de verdade, com aquele tom de "é, foi difícil, mas eu to aqui."
"Quando a gente não diz o que sente, o outro vai embora sem saber que talvez tivesse um motivo para ficar."

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

E no meio da madrugada, você voltou.
Não fisicamente, ou intencionalmente. 

Eu não te disse? Cada dia mais acho que estou enlouquecendo. 

Você sabe dos meus problemas para dormir, pois bem, no começo da noite tomei aqueles remédios que me causam ausência de sonhos, mas um sono tranquilo. Engoli os compridos com meia taça de vinho branco seco e deitei. Devo ter adormecido, não sei. 

Só sei que acordei no meio da madrugada, com os olhos repletos de lágrimas desconhecidas e o coração querendo ser esmagado, arrancado do peito. 

Acordei e você tinha voltado.

Estava ali, sentado na beira da minha cama como assombração invocada. Como alma penada bem quista aos olhos de quem ficou e não superou o luto da partida.  
Não me assustei. 
Talvez porque no fundo eu saiba que não, isso não é possível.
Ou talvez, seja o maldito remédio fundindo com o vinho. 
Enfim não me assustei com seus olhos me olhando dormir.

Somente levantei o corpo e te olhei. Te olhei procurando decorar os traços dos quais já estava me esquecendo, buscando de novo o cheiro forte do perfume que impregnava meus travesseiros até pouco tempo atrás. 
Te admirei da forma mais pura que consegui.
E senti saudade.
Senti uma saudade tão absurda que me doeu o corpo, talvez a alma.
Doeu como se de mim tivessem arrancado algo, o que não está totalmente incorreto. 
A falta que sinto de ti é uma falta nova. 
Não dessas manjadas de cinema que fazem sofrer apenas. 
A minha falta, é falta que atinge a alma. Que ensurdece os sonhos. Paralisa os movimentos. Deixa inquieto o coração. Falha as memórias. Enlouquece a mente sábia e confunde a própria confusão. 
Minha falta de você não é falta do corpo, do sexo, da carne.
É mais que isso.
É falta sentimental. Falta da voz, do toque... Da falsa preocupação. 

A minha saudade, não se contenta com as vozes gritando os erros. Não ameniza com os demônios internos escrachando as fraturas expostas que você causou. Nem se quer se dá por findada com a realidade a espancando e lhe fazendo ver com olhos arregalados que é mais forte do que os sonhos. Minha saudade não se dá por vencida, é orgulhosa como quase tudo em mim. 
Ela insiste em agredir a alma, em pedir de volta.
Se recusa a ouvir a verdade. 
A minha saudade te mantém vivo. Te mantém sendo amado, quando tudo em mim implora por odiá-lo. Ela te faz santo, quando até os mais pecadores sabem que perto de você, são anjos de candura. 
Te faz ser mais, quando você é muito menos. 
Te ergue da lama de onde você se desenterrou. E me enterra em seu lugar. 
Minha saudade tem vontade própria e se faz carrasca da minha carne. Cutucando diariamente as dores que já não aguento sentir. Imprimindo em mim as marcas que por prazer você deixou. 

Pisco duas vezes e você sorri.

Como se entendesse meus pensamentos que digladiam entre o céu e o inferno interno. 
Sorri como quem não sabe a dor que causou, como quem nem se quer partiu. 
Sorri com o sorriso mais reconfortante da terra e quase me faz esquecer que és tudo, menos o reconforto que preciso.
Sorri como se fosse ainda, quem me chama de amor. 
Volta a ser por poucos instantes uma segurança na corda bamba, um abraço esperado, um sorriso tão amado. 
Volta a ser o homem que me conquistou pela segurança que dizia poder me dar, pelo amor que fingiu poder ter, pela proteção, cuidado e carinho que falsamente dizia se dispôr a dar-me. 
Volta a ser minha paixão, meu coração acelerado, minha mente confusa, meus choros de medo e minha vontade de ser alguém o suficiente pra te fazer me amar. 
Sorri pra mim, sendo ainda aquele que a falta gritava pela presença. 

E eu digo, com todas as letras: sinto sua falta. 

Uma lágrima, já acompanhando outra denuncia por mim o quanto é verdadeira a saudade insuportável e quase demente que eu sinto pelo meu corpo todo quando te vejo aqui sendo ainda quem nunca foi. 
Meu choro é um grito de socorro. 
É um pedido pra que não, não voltes mais. 
Para que seja apenas, e somente apenas o que é. Não passando de uma farsa mal contada, um erro no percurso, uma praga na colheita, um amor encenado. 
É uma carta que te implora, de uma vez por todas, que não sejas mais meu amor, nem minha saudade, tão pouco minha assombração e se torne aos meus olhos o verdadeiro monstro que me destruiu, me humilhou e me deixou sozinha com as âncoras pesadas dos erros que cometeu. 
Meu choro nada mais é do que meu obsecrar por fim a dor que causaste sem pretensão alguma de curar as feridas. 
É meu último grito. 
Meu último pedido.
Minha forma mais plena de te dizer que te amo, mas preciso enxergar quem és pra já não te amar. 
Para te enterrar. Te esquecer. Te desertar do trono. 
É minha maneira, mais inocente de admitir que meu amor de girassóis se tornou um frágil vaso de cristal, com rosas mortas a apodrecer na imensidão do tempo, amargor dos erros e peso das escolhas. 

É por fim, meu lado moleque a rogar de joelhos no chão para entender que quem eras, nunca de verdade foi. Que cometeste um erro ao colocar um "eu te amo" tão falso boca a fora. Que és somente, um lixo. Um homem sem caráter que se esconde dos erros e não os assume, piorando-os quando grita aos sete mares, que sou eu quem confundiu uma amizade com amor. Que nunca deitou na cama que eu deito noite após noite e não cometeu o pecado do adultério quando o fez, conscientemente. 
Que piora a minha dor, por tê-la causado e em nenhum momento ter se arrependido do que fez. 
É por fim, meu lado moleque a rogar pelo esquecimento de quem não merece nem se quer a lembrança de ser o peso desnecessário que carrego no peito, na vida e na alma. 

Pisco novamente, entre soluços e você desaparece. 

No meio desta madrugada desaparece como quem ainda é aquele que eu deveria odiar com todas as forças, mas só consigo amar, amar e amar. 
E eu oro, com toda força que me sobrou para tirá-lo do peito. Para sobreviver. Respirar fora do maremoto que causou. 
Oro pedindo que assim como virou as costas quando eu precisei, vire fumaça agora que já não preciso e me deixe ir em frente, porque afinal, mesmo vendo assombrações como você e sabendo que para seu desgosto eterno, desgosto este que me guarda no seu esquecimento...

Eu ainda não morri. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ultimamente tenho colocado aquele moletom velho duas vezes meu número que nunca te deixei conhecer e saio andando nas ruas, não costumo ir muito longe. Ando geralmente até a praça que tem aqui perto de casa e sento naquele velho banco de madeira tentando me livrar das nossas lembranças.

Por algumas horas eu sou só alguém observando o mundo e sinto o mundo me observando de volta. Penso no passado, no agora e já não quero pensar no futuro. Só fico ali filtrando sentimentos e tentando achar o mínimo equilíbrio para que as coisas não desabem de vez.

Acho que estou enlouquecendo sabia?

Por semanas tenho chego em casa depois de dias bons, cansativos ou normais e ao abrir a porta do meu quarto, você está ali. Nitidamente. Posso ouvir sua voz, te ver se mexer e sorrir olhando na minha direção. Claro que eu sei que isso não passa de uma visão. Mas, é você. E por alguns instantes o mundo a minha volta para de girar. Eu fico ali parada na soleira da porta te olhando e invocando todos os santos conhecidos para que dessa vez não seja somente uma visão.

Com os olhos já marejados e a boca sem esboçar sorrisos, eu entro no quarto largando a bolsa na cama e fecho apertado os olhos. Talvez pedindo socorro em silêncio. Talvez gritando sem emitir sons. E é nesse momento que tudo acontece, relembro sua última respiração perto e escuto novamente uma oração deixada no tempo. Não a refaço, mas a escuto em pleno som.

É uma oração bonita e representa aquilo que marcou um dos momentos mais lindos em que estive com você. Invocamos a vida, juntos. Por minutos, você era só o cara com quem eu sentia meu coração voltar a pedir vida e eu era só a pessoa que já tinha medo demais, mas confiava em você. Éramos dois seres errados que juntos tinham alguma força. E mesmo que você tenha se tornado o que se tornou me arrancando toda a vida que me devolveu, esse momento não muda. O momento em que eu tive tudo, sem ter nada.

E pra ser sincera, tudo isso ainda é você.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Eu mantive o silêncio sobre o que sentia por você porque para mim não faria diferença nenhuma se eu gritasse que não achava justo te ver indo embora como vi. Não faria diferença porque mesmo que eu confessasse o que realmente sinto, eu não te queria de volta e continuo não querendo. Você é e talvez seja para sempre aquela espinha de peixe engatada na garganta que causa dor e incomodo a todo instante. E infelizmente não é algo que eu possa remover com alguns goles de água. Então me calei e com o passar do tempo estou tentando me adaptar com a convivência mórbida de algo que me mata um pouco mais a cada segundo do dia, sem que eu possa ao menos fazer algo que mude tudo isso. Você covardemente me colocou em uma situação e saiu ileso. O que ficou, a consequência de tudo, é problema meu. Sou eu que tenho que lidar da melhor forma possível com a saudade, com as noites em claro, a falta de apetite e a vontade imensa de não ter nem se quer te conhecido. Antes de você, já haviam cicatrizes e machucados em aberto, suficientes para uma vida. Eu já não queria mais dar nenhum passo e tinha aceito que minha vida seria somente um dia de cada vez. O tempo passou e eu vejo que teria ficado bem sem precisar rever todas as dores, falar sobre todos os momentos não tão bons pelos quais passei e muito menos sem precisar me ver buscando a aprovação de alguém que despertou um amor sem querer tê-lo de fato. Vejo que não doeria tanto, porque as dores passadas já eram conhecidas. A dor que você me causou é nova em todos os aspectos. Não me acostumo com ela, não a esqueço e nem se quer consigo dar um passo novo sem lembrar do que a quase dois meses me destruiu. O que sinto depois de você é um eterno gosto amargo na boca, um infindável sentimento de fracasso, um incomodo constante que me alerta que as coisas não vão bem e um misto de arrependimento e saudade que praticamente me enlouquece a cada batida nova do ponteiro. Depois de você eu não sonhei mais, não sorri mais. Mas aprendi a enganar a dor e segurar melhor o choro. Pouco durmo e quando durmo você aparece, piorando mais o que eu já não aguento sentir. Ao te ver partir, no fundo eu sabia que não saberia mais traçar os passos para o futuro. Você me machucou mais do que imagina e deixou muito mais dor do que jamais entenderá. Sua inconsequência, lhe causou no máximo um alerta para cuidar melhor dos erros e não ser descoberto. Mas causou em mim, um buraco e uma dor constante que nada cessa, nem diminui. E depois de tudo eu só te pergunto, lhe parece justo? Porque daqui, as coisas não parecem fazer sentido algum.