sábado, 12 de setembro de 2015

Hoje acordei e me deparei com pensamentos que não quis assimilar antes. O tempo já passou. E você não foi a única tempestade que eu enfrentei. Quando te conheci, eu já era o acúmulo total das tempestades e dos cansaços que meu caminho me forneceu. Talvez, sim, você tenha sido a gota que fez o resto todo inundar minha vida e causar essa sensação de estar me afogando, mas seria te dar valor demais dizer que só você causou toda essa dor. Felizmente para mim, você não é tão importante assim.
Respirando fundo, percebi ao amanhecer que só dependia de mim fazer com que os fantasmas sumissem. Dependia do meu próprio esforço poder silenciar a gritaria e acender novamente a luz que eu havia perdido.
Eu preciso de tempo e não posso dizer que simplesmente acordei sem que nada de você estivesse ainda aqui. Mas, tenho te ignorado. E aceitei que sorri como não sorria a anos e me deixei doer, como não me deixava também.
E entenda.
Isso não é ruim.
Eu te amei, de um jeito puro. E sofri de um jeito mais puro ainda. Mas vou te esquecer, sendo eu mesma. Já passei pela fase do desespero, do choro e das bebedeiras. Já fiz todos os tipos de besteira que você pode imaginar. Mas, estou rindo da situação.
Você, no fim das contas é só mais uma ventania. Destelhou minha casa, fez uma boa bagunça, mas não me arrancou do chão.
Agora, olhando em volta, limpar a bagunça que você causou é até mais fácil do que parecia ser a uma semana atrás.
Finalmente estou sã. Sã da minha força e da minha capacidade de ser mais do que estou sendo nesse segundo. E depende de mim travar os pés nos objetivos corretos.
Não estou dizendo que te esqueci e muito menos que te perdoei.
Apenas estou deixando claro que você como pessoa não vale nada, então como lembrança deveria valer por que?
Aos poucos volto a sorrir e ainda em silêncio, pretendo esperar o vento acabar.
Mas já posso te adiantar, vi a previsão do tempo e há a previsão de um sorriso ensolarado me ajudar a limpar o resto de lama que a sua presença deixou na porta de casa.