segunda-feira, 21 de março de 2016

"Hoje ao levantar da cama senti uma vontade imensa de ouvir aquela música  que me faz tão bem no último volume. Vesti minha roupa preferida, fiz pipoca, brigadeiro e assisti aquele filme bobo, mas que me faz dar muita risada. Depois fiz uma limpeza, não só no meu quarto, mas também em minha alma. Peguei tudo aquilo que me sufocava, que me maltratava e joguei fora. Quanto ao resto, peguei tudo e coloquei em uma caixa e a guardei no fundo do armário. Abri espaço não só no guarda-roupa, mas também em minha vida. Com todas as minhas lembranças devidamente guardadas, esvaziei a gaveta do presente, organizei a do passado me certificando que lá só haviam coisas boas e a fechei. Quanto a gaveta do futuro, ela está vazia, inacabada, mas por enquanto a preenchi com o meu baú de sonhos. Esse dia pode não ter sido agitado, marcante e nem mesmo memorável, mas ele me fez um bem danado. Arrumei a minha vida e finalmente depois de um longo tempo, me senti verdadeiramente feliz."

- Tainara 
"Suas asas não foram cortadas, use-as para se afastar daquilo que te puxa para baixo."

- André Vinicius.

sábado, 19 de março de 2016

"Eu não sou de me abrir, eu enfrento meus demônios sozinha. Prefiro fingir bom humor a ter que explicar os motivos de não estar tão bem assim. Mas aí veio você, que pouco a pouco foi ganhando minha confiança, me dando liberdade, me dando espaço para demonstrar (o mínimo que fosse) quem eu sou de verdade. E com você veio a calmaria, você se tornou meu refúgio e mal sabia disso, fui eu mesma nas nossas conversas, sentia meu peito dilacerado quando te dizia que não estava bem, era como se eu cuspisse tudo que me perturbava, como se eu confessasse um homicídio, algo proibido, e mesmo assim não foi o suficiente pra você ficar, eu me despi e mesmo assim você não conseguiu me ler."

- Jamilla Gauy
"E hoje coloquei um fim no começo que nunca tivemos."

- Autor Desconhecido.
"E você chora, grita, esperneia. Dá socos na parede, se joga em um canto e chora mais um pouco, mas a dor não passa. Bate o pé, pensa em algo bom, pelo menos tenta, mas os gritos da sua alma te consomem. Se esquiva e tenta reprimir a explosão que está prestes a acontecer. E de uma hora pra outra tudo se estabiliza, tudo volta ao normal. Sua mente entra em repouso e seu corpo em calmaria total. Você olha ao redor e vê que o silêncio interior indica paz e tranquilidade, essa é a magia da dor. É intensa, mas passa."

- André Vinicius

Silêncio, chuva e um pouco mais de você - parte 2

Houveram alguns dias de silêncio por aqui novamente. E isso não é algo ruim, sabe? Eu tenho apreciado de perto a paz que estar em absoluto silêncio pode me causar. Dessa forma, os pensamentos se tornam mais claros, porém em contrapartida a presença maçante de algumas dores também. Mesmo que eu não me sinta mais sento afogada por tudo que dói por dentro, também não é como se nada disso existisse. São os dois lados da mesma moeda acontecendo de uma só vez. O barulho só é curado com o silêncio e o silêncio só se faz necessário com o barulho. Talvez, você não consiga entender isso agora, mas quem sabe um dia... O que eu vim te dizer hoje é que você faz parte do barulho, assim como está sempre presente no silêncio. Cada vez que eu me mexia na cama ouvindo o som do mar agitado, podia ouvir a sua voz em algum canto escondido da minha cabeça. Não lutei contra, mas também não quis me esforçar pra te sentir mais perto. Mais do que nunca, nesses últimos tempos não tenho lutado contra os meus sentimentos por você, mas também não forço que eles estejam sempre presentes. Assim consigo ter dias repletos de você e dias em que eu nem se quer penso em nada que tenha a ver com você. Infelizmente - ou felizmente - hoje foi um dos dias em que você passa vinte e quatro horas em mim. Seja em lembranças que de tão fortes, parecem um filme na televisão, seja com a voz ecoando na minha mente ou em uma foto inatingível aos efeitos do tempo. Não sei se há como te explicar, mas eu simplesmente não consigo te apagar por completo de mim. Mesmo que a gente já não se fale, mesmo que eu já não enxergue mais um caminho que possa um dia nos unir de novo e mesmo que a nossa história pareça cada dia mais perdida no tempo. Eu simplesmente não consigo deixar isso pra lá. Não consigo te colocar naquela velha caixa preta aonde eu deixo as dores preservadas e disponíveis para serem acariciadas mais uma vez quando necessário. Você faz parte de tudo aquilo que nunca se vai por completo. Em dias como o de hoje, não há se quer um pedaço de mim que não reconheça você. É tipo uma droga no organismo. As vezes dura vinte e quatro, as vezes quarenta e oito horas. Uma hora sai, mas nunca é quando eu quero. E pensando em você, hoje senti meu peito apertar por alguns instantes. Eu praticamente morri de saudade sem sequer poder fazer alguma coisa. Algumas pessoas dizem que se deve ir atrás quando se sente algo assim, mas com a gente nunca foi tão simples. Ir atrás de você podia significar uma dor desnecessária para ambos. Ou podia gerar sorrisos fortes por alguns dias. E eu não estava disposta a pagar o preço, caso terminasse em dor, de novo. Por isso, permaneci em silêncio. E em silêncio, lembrei de você. Sabe o que mais me fez falta? A forma como teus olhos brilhavam enquanto você me olhava apaixonado. Era sempre o mesmo ritual. Você me olhava, mordia o canto direito da boca, piscava de uma forma mais demorada e me olhava no fundo do olho. Esses eram meus quinze segundos preferidos. No momento em que teus olhos reencontravam os meus, eu podia jurar que havia um universo imenso só nosso. O resto do mundo todo podia virar pó, eu não me importava. Quando entendia o valor dos seus olhos nos meus, sem querer eu sabia que nunca mais haveria nada igual aquilo. E eu podia dizer que sinto falta de como nos provocávamos até a cama pegar fogo. Podia falar sobre a forma como você me segurava antes de dormir ou sobre os inúmeros banhos que tomamos juntos. Podia até mesmo dizer sobre a saudade que sinto de viver do teu lado, lavando a louça ou assistindo Os Simpsons, Dexter e tudo mais que com você ganhava uma graça diferente. Mas, nesse momento, creio que essas saudades são secundárias. A falta verdadeira mesmo se instala naquele olhar. Nas incontáveis vezes que te beijava naquela manchinha do lado esquerdo entre o olho e o nariz. No cheiro que a tua pele tinha depois do banho. No som da tua gargalhada. Nos abraços fortes. No "eu te amo" embebido em vinho tinto. A saudade que mais me dói, nada tem a ver com o que éramos carne a carne, mas tem tudo a ver com o que somente a minh'alma consegue descrever. Eu sinto falta de te olhar fazendo suas coisas. Falta de me preocupar com a sua janta, seu café e seus horários. Falta de encostar o ouvido no seu peito e saber de cor a forma como seu coração batia. Sinto falta de você. E não de você no todo, mas de você nas partes que são gravadas na alma. Eu não sinto falta de me sentir sozinha tendo você na minha cama. Não sinto falta de temer ser abandonada todos os dias durante meses, por não saber mais o que você pensava. Não sinto falta do desespero. Nem da dor que você me causou. Também não sinto falta de me olhar no espelho e não me sentir o suficiente pra você. Não tenho saudade das vezes que você chegou em casa e não me deu oi, ou das incontáveis vezes que eu fui dormir sozinha porque pra você até um videogame era mais interessante que eu. Também não me faz falta aquela tristeza que me engoliu, a insegurança que me travou e a dor que apagou o meu brilho na vida. Não sinto falta do homem que me traiu, que desistiu de mim sem me dar chance de entender o porque tudo andava tão triste ou do homem que me fez tantas e tantas vezes duvidar de mim mesma. Eu sinto falta do cara por quem eu me apaixonei. Por quem eu não temi abrir os defeitos e problemas. Do homem que me protegia, que me amava incondicionalmente, que via em mim motivos para ser fiel. Sinto falta do homem que chorou junto comigo, quando ambos perceberam que os problemas eram maiores do que nós mesmos. Sinto falta de alguém que talvez, nem exista mais. Mas que em dias de silêncio e de chuva, continua sendo mais e mais e mais aquele por quem eu me apaixonei no meio de um samba lotado, sem saber o nome, endereço ou estado civil, e que mesmo assim, sorrindo largo me fez entender o que tantos diziam quando afirmavam que: "existem almas que se reconhecem".

Silêncio, chuva e um pouco mais de você - parte 1

Ontem quando fui deitar, olhei o céu da madrugada uma última vez. Tinha feito um dia lindo e as estrelas pareciam brilhar mais do que o comum. Sorri um bocado quando percebi o quanto ainda amava o céu escuro mesmo depois de tantos anos e acho que isso nunca vai mudar, se eu tiver sorte. Aqui, também consigo ouvir o barulho das ondas quebrando na praia enquanto olho pra cima pela milésima vez. Tudo neste lugar me dá a sensação de plenitude. Ou pelo menos, quase tudo. Pequenas coisas se transformam em um conjunto imenso de tudo aquilo que me faz bem. Lembro de ter pensado em você pouco antes de dormir ontem. Olhei uma estrela em especial e de olhos fechados pedi mais uma vez que o universo cuidasse de você por mim. Ao suspirar fundo naquele momento notei o quanto estar aqui em silêncio, me ajuda a ser uma pessoa mais calma e mais inteira. Mesmo que nada disso me traga você de volta. Nem sei porque voltei a cidade grande nesses últimos meses. Mas, estar aqui agora, muda tudo. A proximidade com o mar, me ajuda a encontrar os bons motivos que perco quando a gritaria e o caos entram pela porta da frente. Coisas bem constantes desde que você foi embora. Acho que na verdade, nunca nada mais foi igual. As coisas mudaram, eu mudei. Mudei principalmente por dentro. Entendi o quanto eu posso me fazer companhia e me curar, sem ter que ter sempre alguém por perto. Esse processo de auto conhecimento, me fez enxergar o tal do copo meio cheio de que você tanto falava no passado. E talvez hoje eu só o enxergue porque já não sofro tanto com a ausência dolorida que você fazia enquanto ainda estávamos juntos. Tudo pra mim passou a ser um processo de cura e você deve saber, não é tão fácil assim curar de vez algo que te atravessou por inteiro. Já fazem anos, incontáveis dias e pra ser honesta, não houve uma estabilidade completa, ainda. Mesmo que já seja mais fácil, as vezes consigo ouvir nitidamente você gargalhando. E é um pouco sobre isso que vim falar. Hoje quando acordei, não sabia muito bem que horas eram. O céu havia trocado de cor e tudo parecia mais triste. Haviam incontáveis nuvens que deixavam o clima mais frio, mais fechado e melancólico. Olhei pela janela e percebi que por aqui aquele céu cinza Curitiba tinha me perseguido. Fiquei horas deitada no meio da cama, olhando as gotas enormes de chuva e ouvindo a bagunça que ela havia causado no mar. Tentei não pensar em nada, suspirei umas quinhentas vezes e até pensei em fazer uma meditação qualquer. Também pensei em cozinhar, mas não me animei quando lembrei que comeria sozinha. A chuva piorou e o único som que interrompia o barulho das gotas no telhado vinham do meu celular. O aleatório me trouxe uma melodia calma, um som que combinava exatamente com o dia preguiçoso em que eu estava imersa. De pouco em pouco, os pensamentos sobre você começaram a ganhar força dentro de mim e ao contrário do que eu faria no passado, não lutei contra nenhum deles. Senti que precisava pensar em nós, pelo menos por hoje, ou enquanto a chuva não parasse lá fora. Pelo menos enquanto a tempestade que se anunciava dentro de mim, não decidisse desabar ou ir embora.

quinta-feira, 17 de março de 2016

"E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você."

- Tati Bernardi
"Não que eu tenha superado, mas já não dói tanto."

- Sara Ferreira 
Eu queria sim ter ouvido um pedido de desculpa. Daqueles escritos por dias que doem sempre um pouco mais quando são lidos. Queria qualquer coisa bem clichê que demonstrasse o quanto de você sabia que tinha me machucado. Ou algo que pelo menos me mostrasse que pra você, também não tinha sido fácil. E é óbvio que eu já sei a minha parcela de culpa, tive anos pra analisar cada segundo em que eu errei com você. Mas, continuo me perguntando sobre a sua parcela de culpa. Continuo tendo dias em que eu queria estar frente a frente com você pra saber se ainda há algo em mim que te faça pensar em nós.

Pra ser sincera, não ter ouvido nunca um pedido sincero de desculpa, me fez pensar que talvez, nunca tenha tido amor também. Não que eu duvide da parte de mim que sempre vai ser ridiculamente maluca por você, porque é algo que nem eu tenho como colocar em dúvida. E olha que eu sou a mestre em confundir todos a minha volta. Mas, passo a duvidar da parte de você que me mantém viva no seu peito. Passo a me perguntar se o que existiu entre nós foi do mesmo tamanho pra ambos.

Sei que te dá medo eu admitir que penso as vezes em nós. Não precisa temer. Não mais. Não vou bater na sua porta de madrugada, não vou te ligar completamente bêbada e também não vou te procurar no trabalho. O tempo já fez o que tinha que fazer e já tornou o incurável, suportável.

Eu amadureci. Endureci. Mudei. Aprendi. Eu não te quero de volta, ou pelo menos, já sei dizer em alto e bom som que não. Digo, demonstro, insisto: "Não quero, ele é passado." E as pessoas já acreditam nisso com facilidade. Minhas amigas inclusive já aprenderam a rir das piadas sobre você aparecer na minha balada preferida e eu cair da escada.

Tiro sarro, debocho, me faço de durona.

"Quem? Ele?... Capaz, nem faz diferença mais"

Mas faz e mesmo assim, eu só queria uma certa delicadeza, quem sabe uma mentira bem contada. Ou talvez um discurso confuso que me fizesse dizer pra mim mesma que você não é o que eu quero.

Queria saber que você sente a minha falta as vezes, que ainda hoje entende o porque eu sou como eu sou. Queria ouvir que você disse á aquele amigo do trabalho que nunca mais amou ninguém como me amou. Uma massagem no ego, faz bem. Você sabe. Mas não é meu ego que eu queria que você massageasse e sim meu coração.

Desde que você foi embora, nada mais é como deveria. Eu me escondi atrás de uma armadura blindada. Toquei o foda-se pra boa parte de tipos de relacionamento que me apareceram. E até consegui pensar em outras pessoas. Já até amei outros.

Só que nada é como você. Nada é você. Ninguém é você. Nenhum deles. Não teve se quer um ser humano que conseguiu me fazer dizer pra mim mesma que eu tinha me enganado naquela madrugada em que te olhei e sem saber, sabia que tinha encontrado o amor da minha vida.

Clichê, sim. Romance com direito a narração de Nicholas Sparks, com certeza. Ridículo, também. Mas era você, foi você, é você. E sempre vai ser. Não importa o quanto eu diga que não e o quanto eu insista em dizer que um pedido de desculpa mudaria isso. Não muda.

Eu te amo e o problema é seu. Ou meu. Ou do destino. Não sei. Amo, admito e choro por isso ainda. Amo e em segredo, até te confesso que queria sim ter ouvido você dizer que sabe o quanto me machucou. Queria ouvir um: sinto muito. Queria qualquer coisa que me dissesse em entrelinhas que assim como eu, você também não se arrependeu daquele dia em que meio bêbado você disse que me amava.
Tenho tentado não pensar muito em você e nem um pouco sobre nós. Acho que no fundo, cansei de pensar em tudo isso sozinha. Mas nesse momento, eu não sei bem se queria que você pensasse em mim ou em nós. Tenho tido uns dias meio confusos e os meus sentimentos seguiram por essa mesma linha.

Confusão é tudo o que eu tenho a oferecer agora.

Mas, talvez isso também não seja novidade.

Sei que sou meio tempestade, meio furacão. Meu dom é a destruição em massa. Já aceitei que machuco as pessoas sem querer e por ter aceito, já não vivo me desculpando mais. Uns dizem que isso é amadurecimento, pra mim parece só cansaço. Não posso mudar o que eu sou, como eu sou e transferir os defeitos de ser humano como se fosse um vírus em uma gripe. Eu sou assim. Muito caos misturado com um sorriso largo.

No fundo, até acho que tem um lado bem poético em ser assim. Mesmo que eu saiba que as consequências para pessoas como eu são infinitamente maiores, não quero mais ser diferente. Com o tempo eu até aprendi a me amar assim e quem diria que em algum momento eu diria isso, mas hoje em dia prefiro ser essa tempestade de raios a ser só uma brisa qualquer.

De todo jeito, como eu dizia, os dias não tem sido tão normais. Mais uma vez meu jeito caótico afetou alguém. E era alguém por quem eu tinha um apreço imenso. E ele tentou, sabe? Tentou me amar mesmo com tudo indicando que eu era aquela praia com grandes tubarões brancos na água. Tentou ficar ignorando os alarmes ensurdecedores que o avisavam sobre as bombas atômicas que eu carregava no peito. Ele tentou. E por ter tentado, não permiti que meus tubarões o atacassem, também não deixei as bombas em estilhaço o machucassem demais, mas esqueci de verificar os bancos de areia que haviam no caminho.

Ele se afogou e eu não pude fazer nada... Ele morreu por se aproximar demais do perigo.

Do meu perigo.

Não que eu não tenha avisado, mas no fundo, pra ser sincera me fazia bem ter alguém que não temesse a dor que eu podia causar. E é falando sobre isso que sempre me pego pensando de novo em você. Pensando no quanto tudo isso ainda tem a ver com as suas desistências e manias de me fazer sentir como se a culpa fosse sempre minha. Eu sei que talvez, tenha sido sem querer. Mas, machucou, entende? Feriu lá no fundo. Fez com que o tal do meu mundo cor de rosa tenha sido engolido por um imenso buraco negro e esse tal buraco negro, tem o seu nome tatuado no sorriso largo que me hipnotizou quando anos atrás eu esqueci como viver sem você.

Não estou jogando culpas ou querendo lavar roupa suja. Tanto tempo já passou e hoje em dia não me convém mais pensar nos teus erros. Só estou dizendo que o meu caos piorou no dia em que você decidiu ir em frente, sem mim. E eu demorei, mas lidei bem com tudo aquilo.

Do meu jeito, você sabe, sempre torto.

Afoguei as mágoas que me matavam. Matei aquelas que me feriam. Me acostumei com as que sobreviveram. No fim das contas, eu também fui em frente. Conheci pessoas incríveis pelo caminho. Ganhei mais do que perdi e voltei a sofrer com algumas histórias tão caóticas quanto a minha. Não acredito que nenhum deles, esses que passaram depois de você, tenham de fato entendido algo sobre mim. Creio sim, que muitas teorias foram feitas - erradas, boa parte - e muitos acharam que me conheciam. Mal sabem eles que comigo, o buraco é sempre mais em baixo. E justamente por isso, não quis também explicar ou insistir. Deixei que cada um fosse embora pensando o que achava ser melhor - ou pior em alguns casos-.

Afinal: "cada um acredita no que lhe convém", não é mesmo?

E é aí que entra o tal do cansaço. Fui cansando. Dia pós dia. Fui sendo vencida. Me cansei de nunca ser entendida por completo, ou julgada antecipadamente. Cansei também de pensar que precisava me explicar ou precisava me desculpar. Entendi sem querer que quem ama mesmo, enfrenta o quanto der, o quanto suportar. Mesmo que doa. Acho até que foi isso que você fez naquela época (se me enganei, bom, aí prefiro continuar acreditando que você tentou) e é por isso que tenho tentado não pensar muito em você. Ou em nós.

Quando há excesso de dor, confusão e cansaço, pensar em você pode ser um suicídio. E não que ninguém tenha me avisado, mas com você quem ignorou os alarmes, placas e luzes indicando perigo, fui eu. Mas, eu não morri afogada e nem fui devorada por um dos seus tubarões. Com você foi um pouco pior. Não foi um mal súbito que me atingiu em meio as suas marés de tormenta enquanto eu nadava tentando sobreviver. Pelo ao contrário, em você, eu continuo viva, presa em algum lugar gritando por socorro.

Com você nada, nunca, vai ser só passado. Sempre vai existir o que você deixou triturado no meu peito. Sempre vai continuar ecoando o pedaço de mim que ficou em você berrando por ajuda. Sempre vai ter um "nós" que ficou perdido no meio daquela ilha paradisíaca de alegria e amor eterno que vive recontando os nossos melhores momentos. Tudo que envolve você, vai continuar existindo. Então tentar não pensar em você quando tudo a minha volta parece tão errado, é só meu jeito de dizer em silêncio que eu ainda lembro sempre do quanto de mim morreu no dia em que você disse: eu não quero mais você; como quem dizia: até breve. É só meu jeito de continuar andando por ai, fingindo que todo meu amor por você, foi só um erro qualquer que minha tendência ao caos permitiu acontecer e que meu jeito errante de ser confundiu com amor eterno.
"Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonha de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas - se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha - e tenho - pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."

- Caio Fernando Abreu

Talvez não seja a gente

"Talvez não dê para continuar. 

Talvez a euforia do início não seja combustível suficiente. Talvez seja demais.

Não sei se todas as festas barulhentas e corridas pelo parque ainda me animam. Talvez eu goste de ver um filme durante a semana.

(...)

Não estou reclamando, nem colocando a culpa em você, talvez eu também seja bastante culpado. Talvez eu tenha me arriscado e corrido atrás de você sem perceber os faróis vermelhos ou os avisos para diminuir a velocidade. Mas, talvez eu os esteja vendo agora.

Eu entendo que você seja tempestade: que vem para alagar, balançar, transbordar e agitar. Mas, eu preciso daquele sereno tranquilo, da calmaria que vem e fica, que rega as plantas e deixa a grama verde de novo."

- Augusto Alvarenga 


"As pessoas achavam que eu era um monstro e por muito tempo eu acreditei nelas."

- Shrek 
"Sem barulho, sem chamar a atenção, sem reclamar, quero o que é meu e o que eu posso ter. Sem achar que mereço mais do que os outros, sem implorar ou bater o pé se eu não conseguir."

- Sara Ferreira.
"Um garoto e uma garota podem ser só amigos, mas em um ponto ou outro, eles vão se apaixonar. Talvez temporariamente, talvez na hora errada, talvez tarde demais ou talvez para sempre."

- 500 dias com ela.
"Pergunta pra minha saudade quem ela chama toda hora"

- Gabrielle Krimko
"Eu sempre digo que eu posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto. A gente pode enfeitar a amargura."

- Caio Fernando Abreu
"Faria alguma diferença se eu dissesse que ninguém poderia amar alguém tanto quanto eu amo você?"

- Efeito Borboleta. 

quarta-feira, 16 de março de 2016

Por dentro, eu acabo de morrer: mais uma vez

"Nunca acreditei que a gente fosse pra sempre. Pra mim, "pra sempre" sempre foi papo de novela. De casal recém-apaixonado, que ainda faz jantar á luz de velas, juras de amor e questão de dormir abraçado. De discurso religioso pra padre, coroinha e tia beata ver. E eu não sou dessas. Não sou fã de novelas. Nem moça que espera o príncipe encantado, comportado e castrado a bordo de um cavalo branco. Nunca projetei a nossa felicidade num contrato assinado, numa casa com quintal e cachorro e filhos ou num anel de ouro que você me enfiaria no anelar. 

Aliás, nunca projetei nada sobre nós - nem a possibilidade do fim. E foi aí que, no meio das nossas conversas, no meio da nossa bagunça religiosamente organizada, no meio dos nossos lençóis, me deixei iludir. Pela paz da nossa convivência, que era silenciosa mesmo quando enfrentávamos a típica tempestade que antecede a bonança. Pela sua mania de me sorrir e me dizer que estava tudo bem, por mais que eu sentisse algo minguando no seu peito dia após dia. Pelo aconchego que eu só encontrava no seu abraço, fosse para chorrar uma tragédia ou gargalhar uma vitória. 

Soaria herético dizer que a gente não foi bom. A gente foi bom, sim. A gente se fez bem, sim. Como arroz e feijão fazem bem pra fome, como sono faz bem pro corpo, como droga faz bem pra abstinência. Como uma simbiose. Mas você me escorreu feito água por entre os dedos. Suave, indolor, discreto. Tão discreto que eu sequer ouvi o implacável choque das suas botas contra meu assoalho de madeira, caminhando cada vez mais para longe. Que eu sequer notei que a sua chave já não tilintava atrás da minha porta. Que eu sequer senti o cheiro da sua partida. 

Acho que é porque partidas não têm um cheiro. 

Mas têm gosto. Que é amargo. E toma conta de tudo. Absolutamente tudo. Hoje minha boca está amarga. Minha pele está amarga. Meu colchão está amargo. O sol, que sempre me soou salgado, um misto de suor, sangue e lágrimas, está amargo. Daqueles que pegam no fundo da língua. Que provocam calafrios quando descem pela garganta. Que causam vertigem quanto batem - e voltam - no estômago. 

Não sei se foram as minhas ou se foram as suas, mas as mão de alguém fizeram a nossa receita desandar. O leite coalhou, o sal hidratou, o molho azedou. Okay, não era para ser pra sempre. Mas, também não era para ser assim, quase um "pra nunca mais". Ou talvez até fosse. E eu que não quis acreditar. Sabe aquela história de cegueira seletiva? Pois então. Eu só via os outros se afogarem na tempestade. O vendaval só destelhava a casa dos outros, a chuva caía sobre o mundo todo, menos sobre mim. Eu só via o mundo dos outros ruir. Enquanto o nosso, pendurado por um roto fio de náilon na beira de um abismo de quilômetros de altura, me parecia aconchego, acalanto. O lugar mais seguro do mundo. 

Mas, não era. E talvez nunca tenha sido. 

O fio rompeu. E agora que o nosso mundo caiu, por favor, não tente reerguê-lo. Você parecia desesperado, afoito, ridículo. Não enxugue minhas lágrimas, não me estenda os braços. Não me ofereça um café quente, não se sente ao pé da minha cama. Não me olhe com piedade, não acaricie os meus cabelos. Não me dê um último beijo, não me escreva uma carta de adeus. Não me ligue daqui a uma semana para saber como eu estou. Não me devolva aquele cachecol que eu lhe emprestei no dia mais frio do ano passado. Não tente me fazer rir, não tente me fazer parar de chorar. 

Apenas me deixe fluir. Sou muita vazão para ser amparada pela sua mão trêmula e hesitante. Apenas me deixe contemplar o abismo. Sou muita loucura pra não querer me jogar de cabeça no fundo do poço. Apenas cave a minha sepultura. Porque, por dentro, eu acabo de morrer. Mais uma vez."

- Bruna Grotti

Me perdoa

Perdoa a minha covardia, minha burra covardia, que deixou meus pés presos á areia enquanto você se afogava, enquanto entrava água e eu não fazia nada, nada, nada.

Perdoa a forma como eu deixei pra lá, como eu fui apagando e sumindo, apagando e sumindo, apagando e sumindo feito pisca-pisca da tua vida. 

Perdoa a falta, nunca soube lidar com ela. Então deixava ela pros outros lidarem por mim, pra você lidar com o buraco que eu te abri no peito sozinha, pra você lidar com um monte de coisa que eu não via, mas que tava ali. Perdoa por te deixar sozinha num filme de terror no cinema, eu te amo, não esquece disso.

Perdoa porque eu tenho medo, mas ninguém é obrigado a lidar com o medo do outro. Quem sente sou eu, tu só me abraça. Tu só tenta sobreviver nessa trincheira sem ser atingida, enquanto eu monte a bomba relógio prestes a explodir. Explodo e quanto mais perto, mais próxima, não sei se foi um dia, duas semanas, uns meses ou algumas vidas, mas eu te machuquei. A gente sempre machuca alguém quando não percebe que importa. E você importava pra mim.

Perdoa as mensagens que eu mando, as ligações nada a ver no meio da madrugada, as vezes que eu disse que ia me matar e você o deixou pra me impedir. Eu não ia me matar (porque daí não teria você), mas faria qualquer coisa pra te ver de novo.

Perdoa as tentativas falhas de esfregar na tua cara que eu tava bem, das fotos trocando beijos, dos beijos trocados na sua frente, eu não gostava mais delas (nem elas de mim). Ninguém gosta de um fodido que estragou tudo uma vez e nunca mais conseguiu reparar. 

Perdoa a dor que eu sinto porque o tempo voa e a gente já tá longe, você já tá com ele e eu não passo de um borrão de cigarro manchando a sua vida. Perdoa por eu não conseguir te esquecer, perdoa o choro, perdoa o tempo que eu gasto tentando voltar atrás. Perdoa mais ainda por eu esperar bem lá no fundo que um dia você volte, que um dia você não vai mais desistir de mim."

- Daniel Bovolento


domingo, 13 de março de 2016

"E eu estava quase desistindo quando me lembrei que nada faria sentido se não houvesse você."

- Flores de Cerejeira.
"Eu queria arrancar tudo isso. Você, essas memórias, essa saudade e esse sentimento. Queria te expulsar com a mesma facilidade que você se alojou dentro de mim. Não sou tão forte quanto pareço ser, sinto que quando eu menos esperar, vou arrebentar e me auto destruir por inteiro. Ficarei liquefeito, tornando-me tão profundo que ninguém irá arriscar mergulhar outra vez. Coisas profundas demais tendem a ter uma pressão superior á que qualquer ser humano possa suportar."

- André Vinícius. 
"Eu voltei pra cá. E de novo não sei porquê acabo sempre voltando pra perto de você ou simplesmente volto por você. Eu só queria ir para algum lugar onde tudo fosse menos pesado e as coisas não doessem tanto. Mas, sempre dói. E dói mais quando estou sem você."

- Back at her, stupid.
"Como se diz adeus a alguém que você tanto amou? Como se despede de alguém que você tanto quis por perto? Como se desfaz de coisas que você nunca pretendeu jogar fora? Esse é o problema do passado, mesmo estando perdido no tempo, tem coisas que ficam pra sempre."

- Pare de sonhar, Menina.
"Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas, eu sou infeliz demais quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas, eu não sei o que fazer com esse nó. Vai passar, né? Eu sei."

- Tati Bernardi
Não sou uma mulher comum e não digo isso com orgulho na boca, ou tento fazer média com isso. Sou do tipo problema. Chave de cadeia. Ser como eu sou me faz  ser praticamente "inamorável". Eu tenho gostos fortes e uma personalidade estranha. Sou orgulhosa demais, cabeça dura demais, teimosa demais. Comigo nada é de menos. Não me envolvo com meios termos. Quando quero só sexo, é só sexo sem mais intenções e não, eu não vou esperar que você me ligue no dia seguinte. Mas, vou te ligar caso eu queira de novo. Quando eu me disponho a amar, não amo pouco. Não me entrego por pedaços. Não é todo homem que se aproxima pensando em romance, o que eu acabo agradecendo. Com o tempo criei uma imensa aversão ao amor e aos romances. Mania de quem já teve mesmo sem admitir o coração estraçalhado sem dó. E não é que eu seja fria, ou algo do tipo. É só que ir embora, por exemplo, é uma das coisas mais fáceis pra mim. Tenho o dom de sumir, esquecer, ir em frente. Mudo de número sempre. Quando me enche o saco, eu sumo das redes sociais e da vida social. Gosto de ter um tempo quieta. E tudo isso me faz ser inconstante. Inconstante no humor, nos gostos, nas preferências e nos vícios. Não sou bem do tipo que firma os pés e insiste em um amor, sabe? Não me prendo em uma cidade, em uma casa ou em alguém. Nunca fiz bem o papel da donzela que precisa ser salva. Desde sempre preferi o papel da bruxa, da vilã e daquela que grande parte das pessoas pega ódio em um filme. Também sempre admirei mulheres fortes como Margaret Thatcher, Angelina Jolie, Marilyn Monroe, Etta James e Dercy Gonçalvez, e tantas outras que se tornaram exemplos pra mim como pessoa. Eu gosto de ir na charutaria. Gosto de me maquiar bem. Gosto de roupas pretas, enormes decotes e unhas negras. Faço realmente o tipo estranho, que ama futebol, tem amigos homens e bebe mais do que todos eles juntos. Faço piada com tudo, sou sarcástica, irônica e tenho sempre um pouco de maldade no canto da boca. Vê onde eu quero chegar? Eu não sou mulherzinha. Não admito sentimentos. Sumo fácil. Toco o foda-se quase sempre. Fujo de amores como o diabo da cruz. Sempre fui assim, talvez seja pra sempre assim. Mas, tem uma coisa em mim que mesmo dizendo tudo isso, você não imagina. Eu sou como eu sou e ok, você não tem nada a ver com isso. Gostou, ótimo. Não gostou, foda-se. Mas, com ele nunca é assim. Nada fica tão preto no branco. Com ele eu esqueço todo o resto. Me torno a donzela mais mulherzinha que existe. Peço colo, digo que amo e me torno o clichê romântico em pessoa. Com ele, eu me perco de mim. Me acho no meio daqueles braços longos e quentes antes de dormir. Com ele, toda a pose de marrenta vai embora pelo ralo. Troco toda a segurança que eu sempre bati no peito por ter, por uma insegurança irracional. Fico sensível, choro a toa. Tenho medo de perder ele. Entende? Com ele eu posso fingir bem que consigo ainda ser durona, mas não posso sustentar muito isso depois que a gente briga. Eu não consigo me ver em um mundo no qual ele não exista. Ou pelo menos exista, mas não esteja comigo. Pensar nele amando outra, me dá urticária, enjoo e um tipo de tic nervoso irritante. Do lado dele eu simplesmente não consigo ficar com as barreiras erguidas por muito tempo. Quando vejo, já estou pensando em futuro, filhos e uma casa enorme com jardim pra dois cachorros. E isso tudo me dá um medo filha da puta. Medo de ele ver que sou meio defeituosa e escolher caminhos mais arejados longe de mim. Medo de fazer sem querer ele perceber que tem um lado meu danificado pra sempre. Medo de não ser o suficiente. De perder e a culpa ser minha. Medo de ir embora e não ouvir ele me pedindo pra ficar. Eu morro de medo de ser tão forte e não saber onde enfiei a força quando vejo ele dormindo. Racionalmente, é óbvio que eu sei que é cilada. Que ir embora é o melhor pra mim e pra ele. Mas, com ele eu não sou racional. Com ele eu quero insistir, quero consertar, quero aprender a ser diferente e eu seria qualquer coisa pra ele me amar pra sempre. O que na minha opinião chega a ser doentio admitir isso. Eu devia olhar naqueles olhos escuros e dizer: quer, quer, não quer, foda-se. E tudo o que eu consigo dizer quando ele me olha é: fica, não desiste de mim. Eu imploro, faço drama mexicano e me agarro naquela camisa amassada gritando por mais tempo. Me torno patética. Me transformo em tudo o que eu mais odeio. Viro o tipo de mulher que antes dele me fazia rir de pena. E eu tenho pena. Tenho pena de mim por ser irracionalmente doente por ele. E mais pena ainda por não saber onde tudo que eu sempre me orgulhei por ser foi parar. Que o amor fazia a gente de burro, eu já sabia. Só não sabia que amar alguém podia me fazer deixar de ser a vilã pra me tornar a princesa presa na torre que espera e implora pelo príncipe encantado. É ridículo, eu sei, mas o que mais eu posso fazer se sem ele, as coisas voltam ao lugar certo, mas deixam de fazer sentido.
"Olha, eu tentei me mandar de uma vez. E confesso: fui longe. Minha vida se distanciou para um lugar bem distante da dele e eu quase perdi o caminho de volta. Pra ser sincera, nem queria mais voltar porque tem hora que a gente chega ao nosso limite e amar vai nos cansando também. Já estava decidida a ir. Senti um certo alívio no começo do caminho que quase chegou a me convencer de que o que eu estava fazendo era a coisa certa. Então continuei a caminhar até que ouvi um grito distante, pedindo: "Volta! Você tá esquecendo algo que ainda te pertence. Volta! Volta! Volta!". E eu voltei. Embora eu tivesse me recusado a acreditar, o amava e sabia que decidir ir pra longe seria inútil perto daquele amor tão convincente. Por mais distante que eu tentasse estar, nada mudaria. Porque tentar ir era amá-lo em dobro."

- Sara Ferreira

sexta-feira, 11 de março de 2016

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já acabaram. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nessa vida com cartas marcadas, portanto as vezes ganhamos e as vezes perdemos. Antes de começar um capítulo novo é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira."

- Fernando Pessoa
"Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixam com o corpo arrepiado, coração acelerado e cabelo em pé. Foi sentimento. Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar, tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca se teve, mas era como se já tivesse sido antes. Foi amor. É amor."

- Tati Bernardi
"Você pode conhecer vinte caras bonitos e que te entendem muito bem, dez caras legais que cuidam de você como se você fosse um diamante precioso, uns outros tantos inteligentes, atraentes, bacanas e engraçados em ordem aleatória. Nenhum deles te encanta. Por quê? Falta o tão chamado click, aquele jeito especial que ninguém explica. Pode ser o jeito de mexer no cabelo, a forma como ele te olha, que conversa contigo ou até mesmo um jeito secreto que nem o profeta mais sábio percebe, mas que está lá, você pode ver. Estre tantos milhares, talvez um ou outro se salve ao filtro do "jeito", e daí você percebe: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, com quem eu quero me enrolar embaixo de cobertores e com quem eu quero dividir todos os meus segredos. Baseado no quê? Num jeito inexplicável ao resto do mundo."

- Martha Medeiros.
"Ontem você me disse que fez uma lista de como o seu amor por mim estragou a sua vida, e eu entendo. Também fiz uma lista de como amar você mudou a minha vida: você estava do meu lado quando eu precisei de um amigo, você me fez rir, me fez dançar, me mostrou que eu poderia encontrar o amor de novo e eu entendo se você precisar de tempo pra se curar, pra viver a sua vida sem mim, entendo que possa ter que esperar e eu vou. Vou esperar e quando você estiver pronto pra mim eu vou estar pronta pra você."

- Stefan
"Escolhi apagar você da minha vida porque pensava que assim encontraria a felicidade. Criei rituais pra suprir a tua falta, desenhei teu caminho de volta por todo meu corpo, repeti nosso diálogo final como um rádio quebrado, fujo do seu nome como quem foge do contato com uma pessoa pesteada, rasguei todas as roupas que possuíam teu cheiro, não conjugo mais amor e teu nome na mesma frase, refiz todos os meus caminhos para não correr o risco de te encontrar, queimei a única foto que tínhamos juntos, meu guarda roupas se tornou a representação de tudo que tu abomina. Eu aprendi infinitas maneiras para escapar do nosso relacionamento e de qualquer outro envolvimento que eu possa ter com uma pessoa já que o simples fato de pensar que isso pode acontecer mais uma vez me causa urticaria porque só eu sei o peso da cruz que ainda carrego por você. Os sábios afirmam que todo ser humano é mero conjugador do amor. Mas, que fique aqui registrado, quando você foi embora até as minhas conjugações você levou na mala junto."

- Eu desaprendi a conjugar amor.
"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. As vezes é inútil esforçar-se demais, nada se consegue. Outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor e mesmo assim falharmos, resta-nos um só caminho: o de nada mais fazer."

- Clarice Lispector.
"Você me quer?
Você cuida de mim?
Mesmo que eu seja uma pessoa egoísta e ruim?"

- Cazuza
"As vezes somos obrigados a deixar a pessoa que amamos ir embora e ficar apenas com as lembranças dela."

- Taynara Braz 
"Me mandaram seguir meu coração, mal sabiam eles que meu coração andava mais perdido que todo o resto."

- Jadson Lemos.


"Certo, eu gosto dele. Eu admito, admito isso pra mim mesma. Eu não posso esconder meu sentimento mais. Eu nunca me senti assim antes. Eu o acho atraente, muito atraente. Mas, ele é uma causa perdida, eu sei, e eu suspiro com um pesar agridoce por admitir isso."

- 50 tons de cinza.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Muitos me conquistaram pelos belos e ilusórios discursos bem montados. Outros pelo sorriso único, corpo sarado e toque de maldade na voz. Alguns, chegaram até mim com falsas promessas, falsas intenções, falsos amores. Meu coração já apanhou bastante. Você sabe. Mania minha errante de sempre crer no lado bom dos outros. Eu já amei tanto, que esqueci. Esqueci o quanto o amor pode ser bom também. Acabei por excesso de erros lembrando dos amores somente pelas dores. E não foram poucas. Já fui dormir chorando, já senti meu peito explodindo. Já achei que não fosse mais voltar a ver a luz do dia, nem a graça da noite. Já passei dias, semanas e meses na cama, me sentindo morta. Já experimentei o que de pior, um falso amor pode causar. E já senti como se essas dores nunca fossem passar. De algumas, eu me livrei. De outras, eu não consegui. Mas, aí chegou você. Sem promessas, sem discursos prontos ou preocupações teatrais. Chegou em silêncio. Trouxe de volta o laço de uma velha amizade, reconquistou o poder de um velho amor. Me prendeu sem intenção. Ouviu meus lamentos e chorou comigo por noites a fora enquanto um outro amor ainda doía. Foi sincero, expôs seu pior lado. Se entregou a mim com o corpo nu, sem máscaras ou intenções de amenizar seu gosto pelo caos. Estendeu a mão direita e sem palavras disse "vem comigo". Você me tirou do inverno constante e da escuridão assustadora. Disse que não ia ser um falso motivo pra que eu não desistisse. Não quis ser o motivo de nada. Me segurou firme corpo a corpo e dia após dia, foi me curando. Você não me conquistou com os clichês, nem com falsas qualidades. Me conquistou pela força de ser o que é, pelas cicatrizes em alto relevo, pelo discurso confuso, pelas feridas ainda abertas em carne viva, pelo jeito de se reerguer depois de cair mais uma vez. Me conquistou pelos vícios, pela agressividade, pelo jeito que me olha. Me fez ficar porque não me prometeu nenhum futuro, mas insistiu em me prometer uma bela batalha. Me tornou sua no dia em que perdoou meus erros e disse que a gente conseguia com a certeza de quem fracassaria. Você viu de perto minha confusão, meu interior estilhaçado e as minhas feridas incuráveis. Viu tudo que eu sempre escondo. Me analisou nua, com defeitos a mostra e a luz acessa. E me quis. Me aceitou. Me jurou que não ia desistir. Não desistiu. E mesmo enfrentando o meu caos todo dia, não me largou. Você me fez querer tentar de novo quando não me amou pelos sorrisos largos no meio da noite, mas sim pelos olhos cheios de lágrima, pelas olheiras fundas e o choro compulsivo. Quando amou o que de mais feio eu tenho em mim, me fez te amar com tudo de ruim que tem em você. E me ensinou assim, a ser curada pelos seus extremos, absorvida pelas suas manias, apaixonada pelas cicatrizes e alucinada pela forma como você, sem querer, me sufoca em um abraço poderoso sempre que estamos assim, grudados um no outro, encostando feridas, pouco antes de dormir.
Eu acho engraçado o poder que teu colo tem. Não importa muito se meu dia foi maravilhoso ou beirou ao insuportável, quando você me aconchega, me segurando firme, tudo se ajeita. Você tem o poder de curar as coisas que doem em mim, tem o poder me reconstruir de dentro pra fora. E eu acho isso engraçado. É engraçado porque nem sempre você precisa que eu diga algo ou precisa falar algo. Na maioria das vezes você só olha dentro dos meus olhos, vira a cabeça um pouquinho, dá um sorriso singelo de canto e me aconchega nos teus braços. Me aperta forte, me dá aquela sensação de estar sendo esmagada. As costelas chegam a doer, mas você não me solta. Não afrouxa nem se quer um pouquinho. Fica ali, agarrado em mim. Grudado. Fixado. Quieto. Me aperta tanto, que me falta o ar. Encosta a sua cabeça na minha e suspira fundo. Suspira como quem entende, mesmo no silêncio o quanto eu preciso de você. Suspira como quem me decifra a alma, como quem me enxerga por dentro. Me aperta como quem sabe de cor todas as rachaduras, fissuras e aberturas que o tempo causou. Me segura, como se pudesse nos fazer virar uma coisa só. E nesse momento, eu me sinto inteira. Me sinto em casa. Sem palavras, por um instante, me conecto com você. Me firmo em você. Me reconstruo em você. Você tem esse poder. Tem o poder de me tornar mais sólida, mais firme e mais inteira. Tem o poder de me fazer recuperar a fé, a esperança e a força. Quando me aconchega perto do teu peito e deixa a sua frequência cardíaca curar as batidas irregulares do meu coração, você sem querer e talvez até sem saber, faz com que eu te mais. Com que eu te queira mais. Com que eu te precise aqui, grudado, fixado, quieto... Meu. Te preciso sendo meu para sobreviver mais um dia. E agora em palavras parece exagero, mas no silêncio aconchegante dos teus braços, eu sei mais uma vez, que juntos, podemos tudo.

A gente só descobre que amava muito quando tenta amar de novo

"É olhando agora em outros olhos que percebo como é difícil amar de novo. Não é apenas medo ou falta de sentimento, é sobre todas as lembranças que temos com alguém e que não devemos compartilhar. Sim, é sobre engolir imagens ao passar por aquele lugar do primeiro beijo, ou ouvir aquela música tocando em algum lugar público e perguntar para Deus o porquê daquilo estar acontecendo comigo, logo agora que resolvi esquecer. É triste estar vazia de alguém que está perto e cheia de um fantasma do passado.

Foi me perguntando o porquê de não poder amar de novo, que vi nossa situação. É claro que a gente tem medo um do outro. É pelas tantas tentativas do amor que fracassaram, que machucaram, que nos deixaram um pouco mais frios. Será que eu poderia dizer que existe cura para essas feridas? Ou quanto mais acredito em nós, mais meu coração me sufoca na tentativa de não me deixar cometer outro erro?! Ontem me peguei com aquele frio na barriga ao pensar que eu era a única que sentia alguma coisa, era a única que mentia sobre si mesma para se proteger do pior. Mas é que sempre nasce uma esperança de que esse pior não aconteça, entende? Espero que tu saibas que não posso confiar nas palavras de um estranho, porque já aprendi essa lição. Algum outro estranho já esteve no teu lugar com palavras bonitas e um dia resolveu ir embora. E minha vida anda tão organizada, agora que o furacão passou e eu coloquei tudo no lugar, que se tu ocupas o meu dia por vários dias consecutivos, com que cara vou ficar quando houver silêncio? É óbvio que eu sentiria falta, mas isso não significa que é amor e sim apego. Mas e se meu pensamento continua sendo teu o tempo todo? 

É madrugada agora. Eu acordei antes de ti porque eu já sei que horas vais trabalhar e que horas vens me dar bom dia. Mas eu sei que no meio dos nossos assuntos, um dia vou ter de ser sincera, e dizer o quanto eu amei alguém, apesar de todas as diferenças. Vou te contar que este coração já sofreu um bocado e que agora não se deixa levar por qualquer ilusão. Minhas feridas são acumuladas e se hoje sou um copo pela metade, foi me doando um pouco para cada um e recebendo nada em troca. Se sou assim, com mais defeitos do que qualidades, acredite, foi porque me deixei cativar demais por pessoas que não me acrescentaram coisas boas. 

Espero que entendas, amar novamente é como fugir de uma realidade que puxa meus pés para o chão a cada gesto de carinho que recebo. É querer voar com os olhos abertos, pois ao fechá-los tenho pesadelos e sinto falta de quem não deveria sentir, pois alguma parte de mim ainda o quer. Estar contigo é negar tantos sentimentos que tenho por dentro, que a única coisa que me resta é dizer: "é questão de tempo". Mesmo que o medo de te deixar aguardando por algo que não virá ás vezes tome conta de mim. 

Mas, meu bem, por que não esperar?"

- Priscila Htz 
"Eu chorei tanto essa noite que senti as veias da minha cabeça pulsando como se estivesse rolando a maior Rave dentro do meu crânio. Chorei sem parar, sem fazer qualquer tipo de som, até minhas pálpebras pesarem e a escuridão além da que emanava do meu quarto me engolisse. Chorei porque eu estava sobrecarregada, casada sentimentalmente e psicologicamente também. Chorei porque todo mundo precisa se esvaziar um pouco e antes de fazer qualquer besteira, preferi chorar até cair no sono."

- Beatriz Ricci
"Eu acredito no eterno, porque quando a gente parte dizendo que não vai mais voltar, o amor fica no peito onde quer que a gente vá."

- Elisa Bartlett
"A depressão é um efeito colateral de se estar morrendo."

- A Culpa é das Estrelas.
"I hate getting flashbacks from things I don't want to remember."


"Um amor não se esquece assim, não mesmo. O sentimento pode até adormecer, mas toda vez que você olhar aquele sorriso lindo, você pensará: puta merda, eu não tinha esquecido? Amar é coisa pra gente corajosa, meu caro. Não é fácil entregar seu coração de mão beijada pra alguém, sem saber qual a verdadeira intenção de tal pessoa. E mesmo assim a gente ama. Ama sem pensar nas consequências. Ama sem querer saber se é recíproco ou não. A gente ama mesmo sabendo que não deveria amar."

- Gabriele.
"Não ouça sua cabeça e muito menos teu coração. Ouça tua alma!"

- O que ela quer?
"Porque eu te amo. E isso é o suficiente. Não preciso de declarações vergonhosas frente a outdoors ou anúncios na rádio. Porque esse não é o você que eu amo. O você que eu amo me olha nos olhos e me abraça forte. Ri quando eu demonstro um ciúme que eu tento esconder. O você que eu amo sempre está presente, e dá um jeito de estar perto de mim, mesmo que não seja fisicamente. O você que eu amo pensa em mim, confia e é totalmente sincero. O você que eu amo não deixa brechas ou rachaduras nas palavras. Me coloca em seus planos futuros. Sorri bobo. Se emociona. Erra ás vezes. Chora. Sabe pedir desculpas. Das colo e puxar a orelha. E bem, eu te amo. E não preciso transformar isso em uma paranoia com ciúme excessivo pra demonstrar isso. Bem, eu te amo. E não canso de repetir isso. Mas, não preciso. Sei que você não se esquece. Mas ás vezes, sem perceber eu faço. Porque eu te amo."

- Para meu amor.
"Comprimidos aliviam a dor, mas só o amor alivia o sofrimento."

- O amor é contagioso. 
"Independente de qualquer contra-tempo, desvio, relutância, olho gordo, macumba, destino e do futuro que nos espera, eu sempre serei um eterno fã da maneira como você encara a realidade, a vida, as dificuldades e o coração partido."

- Um Gabriel Diferente.
"Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada."

- Tati Bernardi.
"Apesar de tudo, eu nunca desisti, talvez tenha me ferido um pouco, acontece, a gente se decepciona, mas, veja bem, se parar pra perceber, mesmo ferido, eu estava lá, eu tinha que estar lá, não sei porquê, talvez, por causa de tudo."

- Orquestrando.
"Mas não existe alguém que se preocupe tanto quanto ela. É como se eu tivesse na beira de um abismo e mesmo sem saber ela sentisse e ainda assim, me salvasse."

- Is that you, Mariana.
"Dizem que o tempo cura todas as feridas, mais quanto maior é a perda mais profundo é o corte. E mais difícil é o processo pra ficar inteiro novamente. A dor pode desaparecer, mais as cicatrizes servem como lembrete do sofrimento. E o deixam preparado, para nunca mais ser ferido."

- The Originals. 
"Mas eu ainda vivo aquele velho clichê de pedir pra você ir, quando quero que fique."

- Camila Melo
"Claro que você pode gostar de mim, pode gostar muito se quiser. Eu só não recomendo."

- Soulstripper.
"Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós nãos as entendemos. E nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável (...) Mas ainda há um momento entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros."

- Cidades de Papel. 
"Sensação boa é enviar uma mensagem de despedida para alguém e logo em seguida receber outra dizendo: "fica mais"."

- Pedro Pinheiro
"Sou apaixonado por abraços. Não resisto a segurança de abraços fortes, sinceros, que me envolvem e sinto como se um choque de esperança me fizesse ver as coisas de outra maneira. Então, poupe-se de procurar palavras pra me agradar, de algo que me faça sorrir e me sentir melhor... Apenas me abrace, e me segure bem forte."

- Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 2 de março de 2016

"Tem gente que fica com dó ou acha bonitinho quando eu falo do meu coração partido, é que eu nunca falo dos que eu já parti."

- Soulstripper 
"Só fique comigo, e esqueça o resto."

- Renato Russo
"Ás vezes pergunto-me o que me teria acontecido caso tivesse escolhido outros caminhos."

- Laiza M.
"No fim, dá certo. As coisas se ajeitam, se encaixam e se alinham perfeitamente como duas retas paralelas que um dia já foram perpendiculares. No fim, o preto se dissolve no branco, a cor neutra e sombria já não assusta e não existe mais o luto porque ele foi superado pela luta. A luta de aceitar que tudo acontece porque tem que acontecer, e que, mesmo que a gente negue e insista no contrário, o inesperado já foi decretado e o ringue já foi montado e o juiz já gritou: Lutem! Então a gente embarca num duelo onde somos obrigados a ser forte sem o Biotônico Fontoura porque ela, a vida, nunca nos prepara para nada e não deixa a gente se prevenir porque a nossa fraqueza é sua maior virtude, o inesperado é seu maior aliado e do nada vai ser e já era e já foi. A gente tem que aguentar a chave-de-braço e ao mesmo tempo reagir para não ser nocauteado. E a gente consegue porque o bem vence o mal desde outros milênios e outras décadas e outros séculos. E assim vai ser. E vai continuar sendo. O protagonista sempre tem seu desfeche feliz, ainda que essa felicidade não agrade a todos. No fim, a nossa mão é levemente levantada pro alto, a platéia já foi ao delírio e o medalhão pesado e reluzindo a vitória já está grudado na cintura. Tudo isso porque apesar dos apesares, dos afazeres e das dificuldades, deu certo. Sem explicação. Deu certo porque simplesmente deu."

- Pedro Pinheiro.  
"Eu sou a favor do amor. Sou a favor de tentar outra vez, de dar outra chance mesmo que todas as chances já tenham sido gastas. Aliás, acho que o amor está justamente aí, no final, quando já esgotou. No resto. E ainda assim, tentar outra vez. Sou a favor de sentar e ouvir. Sentar e gritar. Sentar e chorar. Sentar e ficar. Permanecer. Calado ou gritando. Sou a favor de mandar embora e no outro segundo puxar o braço num abraço apertado que prende, que alivia. Sou a favor da insistência ao que faz bem pro coração. A favor do que me faz vibrar, gritar, chorar e o coração acelerar. De não medir esforço pra ver o que me faz bem e continuar comigo. A favor do que me faz sorrir e me traz paz na alma."

- Motivando.
"De que adianta ficar reexaminando nossa tristeza o tempo todo? Era como cutucar uma ferida e se recusar a deixá-la sarar."

- Depois de você

terça-feira, 1 de março de 2016

"É estranho, mas as coisas boas e os dias agradáveis são narrados depressa, e não há muito que ouvir sobre eles, enquanto as coisas desconfortáveis, palpitantes e até mesmo horríveis podem dar uma boa história e levar um bom tempo para contar."

- O Hobbit. 
Você me liga, diz que sabe o quanto as coisas estão estranhas e pede paciência. Pede pra que eu seja calma sabendo que tenho tendências absurdas ao caos. Mas, eu te escuto. Te escuto e tento dizer que tudo bem, vai passar. Mesmo que eu saiba que os danos que causamos um no outro naquela última briga, não vão ser reversíveis. Mesmo assim, eu digo que tudo bem. Prometo ter paciência, digo que a gente só tinha bebido demais. Falo isso me perguntando com quantos desgastes seremos vencidos a ponto de desistirmos. E falando assim parece que eu quero que você desista. Talvez sim, talvez não. Te disse, não sei o que eu tô sentindo. Sei que sinto falta de ter a noite na mão, um batom na bolsa e destino nenhum em mente. Sinto falta das baladas onde esquecer o mundo parecia tão simples. Não sinto falta das ressacas e confesso, até que eu gosto das panquecas no café da manhã de domingo e adoro teu corpo. Adoro dormir encaixada em você. Adoro a forma como você se tornou em disparada o melhor de todos na cama. Adoro teus beijos, os abraços apertados, a forma como você cerra os olhos quando quer me provocar. Adoro que você goste das batidas fortes do rap e que se divirta assistindo futebol americano só de cueca no meio da cama me olhando morder os dedos de nervoso. Adoro isso que a gente tem e que torna tudo tão simples. Eu adoro você. Eu amo você de uma forma diferente. Eu te admiro. Eu te acho um gostoso! Me sinto foda, tendo um homem como você espalhando por ai que tá comigo e que tá feliz assim. Massagem no ego faz bem. Admito. Contigo é tudo tão simples, tão Los Hermanos. É fácil viver contigo, namorar contigo, transar contigo e rir até chorar sentada na escada da tua casa. Você me faz bem e sabe disso mais do que sabe cantar Formation da Beyoncé pra me animar. A gente conecta. E provavelmente nessa altura do campeonato eu te confundi. Então, calma lá. Eu falava antes do quanto sinto falta de poder conhecer outras pessoas, cair de bêbada no meio da rua com as meninas e coisas do gênero. Eu sinto falta disso. Talvez, porque a gente se desgaste tanto nas brigas que eu tenho vontade de te enforcar e ficar esperando a polícia do lado do teu corpo. Ou talvez porque você seja craque em me tirar do sério. Sei lá. Mas você me faz sentir falta da noite, daquele meu ex cujo sempre discutimos e de coisas que são mais banais que discutir por causa do canal da televisão. Você pisa na bola, me enlouquece e me afasta. Me faz te querer, mas estar solteira por ai. E agora até eu me confundi. Novidade né. Eu confusa e sem saber o que sentir, não é lá das notícias mais frescas da semana. Mas o ponto é, quando você pisa no meu peito e quer testar meu amor, você me perde. Você precisa entender que com você eu não sou a pessoa submissa as dores que eu era com ele. Contigo eu sou uma versão mais estilo tubarão branco. Você pode ficar sem machucados, mas não me provoca. Não comece a me dar centenas de motivos, porque com você eu não vou tentar um milhão de vezes. Não vou engolir grosseria, não vou aturar dormir sozinha. Se for pra repetir esses erros, eu te largo na esquina em um piscar de olhos e não volto. Agora se for pra colar o que a gente destruiu e nunca mais quebrar nada, eu fico. Fico porque continuo amando tua marra escancarada. Continuo viciada na forma como você segura meu cabelo com força no meio daquela batida de Boss as Bitch. Continuo querendo as panquecas do domingo, as bebedeiras de sexta e o sexo a todo momento. Continuo querendo as nossas caretas no espelho, os machucados feitos de um jeito bom e o carinho que você me faz pouco antes da gente dormir. Eu quero você. Porra, entenda. Claro que eu quero. E se sinta orgulhoso por eu dizer que você me prendeu nas semelhanças, no gosto ao caos e na cama. Essa junção toda, vence sim um amor antigo. E pode até construir o nosso ao som de Jay Z. A gente pode passar o resto da vida se provocando, aprimorando o sexo e fazendo um ao outro feliz como até aqui fizemos. Podemos sim ter as brigas mais feias do mundo e as reconciliações mais perigosas também. A gente pode ter o mundo e construir o nosso. Desde que você pare de olhar em volta e olhe dentro dos meus olhos. Desde que entenda que eu quero estar aqui e quero aprender a te amar, mas não vou me ferir por isso. A gente pode ter tudo e eu posso aprender a ter paciência, mas isso só depende de você e não de mim.