quarta-feira, 21 de outubro de 2015

No meio da madrugada de sábado eu e você estávamos no terraço da casa dos seus pais, chorando de rir das bobagens que nos aconteciam, quando de repente você soltou sem querer aquele "caralho, como eu amo você" e me fez congelar. Eu provavelmente não estava preparada para algo assim fora da cama e venho pensando naquele dia constantemente. Primeiro porque naquele segundo você causou algo no meu peito, que eu ainda não sei denominar e segundo porque o último "eu te amo" que me foi dito, me causou um mar de dor. Mas não vim falar de dor e sim do quanto eu do meu jeito torto, não quero e não posso abrir mão de você. Acho que nenhum texto, por maior que seja pode te demonstrar o quanto eu sinto uma imensidão por ti. Aqui dentro, não há sequer uma célula minha que não entre em curto circuito quando te olho. E eu podia te listar meus motivos para poder dizer que te amo, mesmo não tendo dito nada, ainda. Podia te dizer o quanto você é insuportavelmente bonito, ou o quanto o seu sorriso poderia causar guerras. Podia parar na sua frente e ficar um dia todo só te olhando. Ou podia falar sobre o quanto você me irrita quando falamos sobre política e economia. Podia te dizer que te amo só por causa dos magníficos clássicos que você me empresta. Ou dizer que só sinto isso aqui dentro porque você é e sempre foi o melhor sexo da minha vida. Mas isso tudo é só o complemento. Eu te amo, porque você voltou. Porque foi capaz de ignorar os idiotas que conheci enquanto estava longe de ti. Porque você admitiu o quanto errou em fevereiro e mais do que isso, me fez admitir que eu errei também. Te amo porque você assiste os jogos do Corinthians comigo, mesmo que não seja seu esporte preferido. Porque você não vira as costas depois do sexo, pelo ao contrário, se entrelaça em mim tentando irritar os físicos que dizem que dois seres não podem ocupar o mesmo espaço no mundo. Te amo porque você me abraça tão forte que é capaz de colar tudo o que foi quebrado aqui dentro. Ou porque você sabe fazer sorvete de milho e gosta mais de vinho branco do que de vinho tinto. Te amo e não é pouco, porque a nossa segunda chance está sendo incrivelmente melhor do que todas as outras que tivemos. Porque você me prova todos os dias, que tentar de novo não é um erro quando existe sim um sentimento pelo qual valha a pena lutar dia após dia. Te amo porque você perdoou meus erros e pediu perdão pelos seus. Porque você me defende na rua, em casa e de mim mesma. Porque você me faz sonhar alto, mas me ajuda a ter sempre os pés no chão. Porque entende, mesmo sem entender. Porque conhece meu passado, mas não se importa nem um pouco com ele e está aqui me ajudando no presente. Porque sabe dos meus passos e confia nos que eu não explico. Te amo porque me sinto como alguém que tem o mundo nas mãos, um amor incondicional no peito e uma luz forte para sempre ser guia se um dia eu voltar pro inferno. Porque você é minha morfina nos dias de dor, meu porto seguro no meio de todas as tempestades e meu guardião. Porque com você eu posso ser criança, posso ser moleca, arteira e feliz, sem ter que ser séria o tempo todo. Porque posso demonstrar fraqueza. Posso só deitar do seu lado em silêncio e você vai entender o que eu quis dizer, sem falar nada. Porque tenho orgulho de você, inclusive dos teus vícios, erros e problemas. Porque sou feliz quando você está perto e continuo feliz quando você não está. Porque você anula o que foi ruim, faz eu me perdoar pelos passos errados e me faz ser mais. Porque não se importa com o que fisicamente eu odeio. Não força a barra com nada. Não exige de mim uma doutrina, mas divide comigo uma fé. Te amo porque você é capaz de despertar em mim só o que é bom, o que é grande e o que me faz bem. Te amo também pelo sexo sem pudor. Pelos olhares expressivos, pela boca carnuda, pelos braços fortes, pela pele dourada, pela voz rouca, por todas as tatuagens, por ser inexplicavelmente perfeito, mesmo sendo imperfeito. Te amo porque você é um ex, atual, que me faz esquecer tudo e todos que passaram. Porque te considero meu, mesmo sem saber o que e também por não me fazer denominar o que somos. Te amo porque viveria uma vida do teu lado. Porque envelheceria contigo, construiria uma casa na praia, voltaria a surfar e pensaria em adotar aqueles pretinhos que eu sempre sonhei. Te amo não só pelo que você não só é, mas também pelo que me faz ser. E mesmo que eu nunca tenha dito que te amo, acho que aos poucos vou deixando claro que mesmo sem dizer, o que eu sinto por você é muito maior, muito melhor e muito mais forte do que um simples amor declarado em uma vã frase que eventualmente eu vou acabar falando por não caber mais dentro do peito tantos motivos pelos quais sim, eu te amo.